Avenged Sevenfold: 15 anos da estreia “Sounding The Seventh Trumpet”

Não é pretensão afirmar que o Avenged Sevenfold é (ou foi) o principal expoente do metalcore. Não é uma questão de legado ou qualidade musical: o A7X foi importante em termos comerciais, valores tão renegados dentro da “comunidade metal”.

O início da caminhada do Avenged Sevenfold rumo à consagração foi “Sounding The Seventh Trumpet”, que foi lançado em 24 de julho de 2001 – há 15 anos. E o início da banda foi tão complicado quanto o de qualquer outra dentro do segmento rock/metal.

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O Avenged Sevenfold se formou em 1999, com M. Shadows nos vocais, Zacky Vengeance na guitarra, The Rev na bateria e Justin ‘Sane’ Meacham no baixo, posteriormente substituído por Matt Wendt. Dois anos e duas demos depois, a banda gravou “Sounding The Seventh Trumpet” de forma quase amadora, ainda como uma banda colegial.

Os músicos tinham entre 17 e 18 anos na época do registro e contaram com um orçamento de US$ 2 mil para o registro. Para se ter ideia, a bateria de The Rev teve que ser gravada em apenas um take.

No entanto, há diversos elementos que apontam “Sounding The Seventh Trumpet” como um trabalho de uma banda amadora com pretensões profissionais. As músicas são bem feitas, os instrumentos são bem tocados e a produção, co-assinada pelos próprios integrantes ao lado de Donnell Cameron, dá para o gasto.

Estreia pesada

“Sounding The Seventh Trumpet” mostra um Avenged Sevenfold muito mais metálico. A banda precisou adequar sua sonoridade para que, anos depois, conseugisse um contrato com uma grande gravadora e alçasse voos maiores. A base do grupo, porém, está nesse disco: metalcore intenso, pesado, de poucos momentos melódicos e com destaque para os vocais guturais/screamo de M. Shadows e a bateria habilidosa de The Rev.

Apesar de mais metálico e pesado, “Sounding The Seventh Trumpet” pouco inova. Os próprios músicos reconhecem isso. “Estávamos ouvindo mais bandas obscuras de heavy metal e hardcore”, afirma Zacky Vengeance, em entrevista à Revolver. Muitas dessas influências foram utilizadas de forma crua e pouco reflexiva, como fazem muitas bandas de metal.

Uma década e meia depois, é interessante que existam registros como “Sounding The Seventh Trumpet” para que seja possível compreender a linha de evolução de determinados músicos. O que mais chama a atenção é justamente o que, à época, não estava na banda. Por mais que o Avenged Sevenfold já soasse como um grupo pronto desde o início, a entrada do guitarrista Synyster Gates, logo após o lançamento do debut, promoveu um salto de qualidade.

Futuro

Não dá para dizer se o Avenged Sevenfold chegaria ao estrelato com outros discos como “Sounding The Seventh Trumpet”. Talvez fosse menos repudiado no underground, mas a escalada ao sucesso seria mais complicada. O próprio álbum, mesmo que lançado de forma independente, mostrou isso: somente 300 cópias foram vendidas na primeira semana. Hoje, são mais de 30 mil discos vendidos, contando com o relançamento, mas as vendas só deslancharam quatro anos depois, com o estrelato.

Fato é que o Avenged Sevenfold se consagrou com uma sonoridade um pouco mais diferente, com Synyster Gates e sem nenhum dos baixistas de seu início. Matt Wendt e Justin ‘Sane’ Meacham saíram antes da gravação de “Sounding The Seventh Trumpet” – o último havia se tornado um alcoólatra e tentou até se matar.

Dameon Ash gravou o disco de estreia da banda, mas o posto só foi ocupado em definitivo depois da primeira turnê, por Johnny Christ. “Waking the Fallen” (2003), segundo álbum do grupo e já feito com sua formação clássica, manteve a pegada metalcore do debut, mas os vocais melódicos de M. Shadows começaram a aparecer mais.

O estrelato só veio com “City Of Evil”. O resto é história: sucesso em todos os trabalhos subsequentes, repercussão, haters, morte de The Rev e aproximação ao heavy metal tradicional em “Hail To The King”.

A trajetória do Avenged Sevenfold mostra que não dá para saber o que esperar deles. Uma banda cujos músicos registram, aos 18 anos, um disco como “Sounding The Seventh Trumpet”, podem surpreender a qualquer momento.

M. Shadows (vocal, violão, teclados)
Zacky Vengeance (guitarra)
The Rev (bateria, efeitos de som, vocais adicionais em 4)
Dameon Ash (baixo)

Músicos adicionais:
Valary Di Benedetto – futuramente, esposa de M. Shadows (vocal adicional em 4)

1. To End the Rapture
2. Turn the Other Way
3. Darkness Surrounding
4. The Art of Subconscious Illusion
5. We Come Out at Night
6. Lips of Deceit
7. Warmness on the Soul
8. An Epic of Time Wasted
9. Breaking Their Hold
10. Forgotten Faces
11. Thick and Thin
12. Streets
13. Shattered by Broken Dreams


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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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