W.A.S.P.: 25 anos de “The Headless Children”

W.A.S.P. – The Headless Children
Lançado em 15 de abril de 1989

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Os dois primeiros discos do W.A.S.P. são verdadeiros clássicos do hard n’ heavy, justamente por misturarem o hard rock e o heavy metal de forma exemplar. O terceiro, no entanto, é um pouco mais farofeiro e fraco: “Inside The Electric Circus” não serviu nem para garantir mais sucesso comercial, nem para agradar aos fãs.
Uma nova mudança de formação aconteceu após “Inside The Electric Circus”. Blackie Lawless já estava na guitarra além dos vocais e Johnny Rod havia assumido o baixo desde meados de 1986. Agora, Steve Riley abandonou o barco para integrar o L.A. Guns. Frankie Banali foi convidado para gravar a bateria do vindouro disco do W.A.S.P., mas só: não chegou a entrar em definitivo.
“The Headless Children” foi lançado há exatos 25 anos e representa um amadurecimento do W.A.S.P. em relação ao trabalho já feito anteriormente pelo grupo. A essência musical dos dois primeiros discos serviu como base para a banda. No entanto, há mais complexidade nas composições. Um peso adicional também é perceptível: cortesia da bateria insana de Banali e da guitarra inspirada de Chris Holmes. As letras desse álbum falam de temas mais amplos, em geral políticos e sociais. O hard datado de “Inside The Electric Circus” foi deixado para trás, assim como as temáticas líricas hedonistas e satanistas.
A inspiração principal de “The Headless Children” foi o The Who. Tanto é que há uma versão para uma canção da banda, “The Real Me” – que, segundo Pete Townshend, representa melhor o que ele havia pensado para a música do que a execução do Who. Mas a influência da trupe de Townshend não é basicamente musical. As letras bem trabalhadas e, especialmente, a tentativa de fazer algo que seria eternizado e se tornaria clássica deixaram Blackie Lawless mais motivado.
Além de “The Real Me”, é imprescindível destacar a abertura “The Heretic (The Lost Child)”, que tem uma boa variedade de nuances musicais e sete minutos de duração; “Mean Man”, feita por Lawless sobre o estilo de vida de Holmes, a linda balada “Forever Free”; e a nervosa “The Neutron Bomber”, que fala sobre Ronald Reagan, ex-presidente dos Estados Unidos.
“The Headless Children” serviu como laboratório para o sucessor “The Crimson Idol”, de 1992, que é visto como a obra-prima definitiva de Blackie Lawless. Mas é impossível afirmar que Lawless tenha uma espécie de magnum opus: grande parte de sua discografia merece atenção. Inclusive “The Headless Children”, que é um pouco mais centrado e objetivo que o disco seguinte, sem perder a complexidade que fez bem ao W.A.S.P.

Blackie Lawless (vocal, guitarra)
Chris Holmes (guitarra)
Johnny Rod (baixo)
Frankie Banali (bateria)
Ken Hensley (teclados)

1. The Heretic (The Lost Child)
2. The Real Me (The Who cover)
3. The Headless Children
4. Thunderhead
5. Mean Man
6. The Neutron Bomber
7. Mephisto Waltz
8. Forever Free
9. Maneater
10. Rebel in the F.D.G.

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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