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A curiosa reação de Ritchie Blackmore após Lars Ulrich cumprimentá-lo

Foto: Steve Knight / CC BY 2.0

O mundo sabe que Ritchie Blackmore não é uma pessoa fácil. Dentro e fora dos palcos, o guitarrista que fez história com Deep Purple e Rainbow coleciona desafetos e incidentes, incluindo momentos em que saiu na mão com colegas de banda – especialmente vocalistas.

Lars Ulrich havia assistido o ídolo ainda na infância, quando morava na Dinamarca. Posteriormente, teve a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente. Como não poderia ser diferente, o ícone do hard rock transformou o ambiente em um espaço de pura tensão com seu comportamento.

Lembrou o baterista do Metallica em entrevista de 2012 à revista Classic Rock:

“Ele era indiferente, arrogante, era Ritchie Blackmore. Você não gostaria que ele fosse diferente. Lembro que a primeira vez que falei com ele foi nos bastidores de um show Sacramento, no ano de 1987, na turnê do álbum ‘House of Blue Light’, do Deep Purple. Um assistente nos apresentou e eu disse: ‘Ei, como vai você?’ E ele olhou para mim, fez uma pausa e respondeu: ‘Se eu dissesse que estou bem, seria uma resposta muito convencional’. Essa foi a primeira coisa que ele me disse. Eu estava tipo: ‘Cara, você é a pessoa mais legal do planeta’.”

Lars Ulrich e Ian Gillan

Já em se tratando do cantor e maior desafeto de Blackmore, a situação mudou de figura totalmente.

Ian Gillan é uma das pessoas mais legais do planeta. Tivemos ótimas sessões de vídeo juntos, incluindo uma que envolveu ele vindo à minha casa para assistir algumas filmagens do Purple. Isso foi surreal. Eu senti como se tivesse 16 anos de novo, exatamente como sempre me sinto quando estou perto deles.”

Discurso sobre o Deep Purple

Em 2016, Lars Ulrich pôde explicitar ao mundo sua admiração pelo Deep Purple ao realizar o discurso de entrada do grupo ao Rock and Roll Hall of Fame. Como já era imaginado, o temperamental Ritchie Blackmore não compareceu – o que não poupou o ambiente de muita tensão, especialmente da parte de Ian Gillan para com David Coverdale e Glenn Hughes, membros de distintas formações.

Na ocasião, no trecho final de sua fala, o baterista declarou:

“Milhões de seguidores ao redor do mundo enxergam o Deep Purple como épico, imprevisível, enérgico, legal, intenso, brilhante, impulsivo, espontâneo, hipnotizante, de cair o queixo, sobrenatural, implacável, pioneiro e, em última análise, eterno. Ritchie Blackmore, David Coverdale, Rod Evans, Ian Gillan, Roger Glover, Glenn Hughes, Jon Lord, Ian Paice, eles deveriam estar aqui há muito tempo. Eles estão agora aqui, onde pertencem. Eu sempre quis dizer isso, por favor, seja bem-vindo ao palco e ao Rock and Roll Hall of Fame, aplausos para o Deep Purple.”

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Bruce Dickinson diz que volta ao Brasil em 2025 durante show em SP

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

Bruce Dickinson concluiu, no último sábado (4), uma turnê de sete datas pelo Brasil. Após passar por Curitiba, Porto Alegre, Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Ribeirão Preto, o vocalista do Iron Maiden se apresentou no Vibra, em São Paulo. O evento teve cobertura do site IgorMiranda.com.br, a ser publicada em breve..

Como já confirmado, o artista retorna com o Maiden em dezembro, para dois shows. Ambas as apresentações acontecem no Allianz Parque, também na capital paulista, nos dias 6 e 7 de dezembro.

Parecem ser muitas visitas ao Brasil em pouco tempo, correto? Ainda mais porque Dickinson esteve no país outras vezes nos últimos dois anos, com performances de seu tributo a Jon Lord, palestras e uma participação na CCXP23 — tudo acompanhado in loco pela reportagem.

Ainda assim, já dá para pensar na possibilidade de solicitar um CPF para Dickinson. De acordo com o repórter Rolf Amaro, que acompanhou a performance pelo site, o vocalista disse, em meio ao show de sábado (4) em São Paulo, que irá retornar em 2025.

O tom adotado, claro, foi de mistério. Bruce não especificou se volta para shows ou para outros tipos de compromissos. Também não ofereceu datas. Porém, garantiu que estará aqui no ano que vem e ainda brincou que a volta poderia ser no próprio Vibra, “quem sabe em duas noites”, sugerindo que os fãs trouxessem seus amigos.

Nada de Rock in Rio para Bruce Dickinson e Iron Maiden

O Iron Maiden veio pela primeira vez ao Brasil na edição inaugural do Rock in Rio, em 1985. Desde então, a banda voltou ao país outras diversas vezes, inclusive no próprio evento. Mais especificamente, a Donzela de Ferro também participou do festival em 2001, 2013 e, em sequência, 2019 e 2022.

Por isso, muitos fãs esperavam que os músicos integrassem o lineup de 2024, responsável por comemorar os 40 anos de história do RiR. Contudo, quando a etapa japonesa da “The Future Past World Tour” foi anunciada em outubro passado, ficou claro que isso não seria possível por conflitos de agenda.

De qualquer forma, o Maiden acabou confirmando os já mencionados shows da turnê em São Paulo, para dezembro. São compromissos únicos no país.

Conversando com Juliene Moretti para o G1, Bruce Dickinson explicou por que o grupo não tocará no próximo Rock in Rio. Segundo o vocalista, a ideia era “dar um descanso” do festival e priorizar na mesma época outros locais do mundo.

“A gente tocou lá algumas vezes. Então, vamos dar um descanso este ano. Nós precisamos de um tempo para descer para Austrália, Nova Zelândia, Japão. Nós não passamos por lá já tem algum tempo. Vamos deixar outra banda ser headliner no Rock in Rio. Talvez na próxima edição.”

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O artista que nunca mais voltará ao Rock in Rio, segundo Roberto Medina

Foto: Ariel Martini / Flickr Rock in Rio

Em linhas gerais, a relação do Rock in Rio com os artistas que se apresentam no evento costuma ser bastante harmoniosa. Mesmo figuras historicamente difíceis, como Axl Rose, se tornou parceiro fidedigno, a ponto de confiar seu retorno aos palcos a Roberto Medina e seus comandados.

Porém, há um nome em específico que o empresário não quer ver nunca mais na Cidade do Rock. Trata-se de um rapper canadense que deu muito trabalho à organização em 2019. Ele também se tornou o primeiro a vetar a transmissão de sua apresentação desde a criação do festival.

Disse o idealizador do RiR ao jornal O Globo:

“O Drake não vou contratar nunca! Não quero! Esse cara não merece estar no Brasil, não é educado.”

Drake e o Brasil

Drake ser uma figura problemática não é uma surpresa. Porém, no Brasil, parece que a coisa se exacerba.

Quatro anos após os percalços com o Rock in Rio, o artista cancelou apresentação no Lollapalooza 2023 em cima da hora. Em nota, alegou “circunstâncias imprevistas” e diz estar sem membros de sua equipe de som e produção, “essenciais para a realização do show”.

Porém, de acordo com apurações posteriores da imprensa, a decisão se deu por conta de “desânimo” em se apresentar na América do Sul, já que o público local representaria “parte bem pequena” de seus rendimentos. Os cachês recebidos em outros locais, como nos Estados Unidos, Europa e Arábia Saudita, giraria em torno de US$ 10 milhões. No Lollapalooza Brasil, ele receberia US$ 4 milhões.

Na mesma noite em que anunciou a desistência, Drake foi visto circulando em um strip bar de Miami. Um flagra em vídeo foi publicado nas redes sociais e despertou a ira dos fãs brasileiros.

Sobre o Rock in Rio 2024

O Rock in Rio 2024 acontece nos dias 13, 14, 15, 19, 20, 21 e 22 de setembro, na Cidade do Rock, no Rio de Janeiro. A edição marca os 40 anos de história do festival, terá sua venda geral pelo site da Ticketmaster no dia 23 de maio.

Pela primeira vez, o Palco Sunset terá a mesma boca de cena que o Palco Mundo. Este, por sua vez, contará com megaestrutura de 104m de frente e 30m de altura.

A Cidade do Rock também contará com uma nova área: o Global Village. Esse novo espaço de entretenimento deve ocupar 7.500 m² da Cidade do Rock e, além de shows do Clube do Samba + convidados, contará com cenografia inspirada em ícones arquitetônicos de todo o mundo — onde as pessoas poderão andar por uma longa via, entrar em lojas e experimentar pratos de diversos países.  

Confira o lineup oficial até o momento.

13/09:

  • Palco Mundo: Travis Scott | 21 Savage | Matuê com part. Wiu e Teto | Ludmilla
  • Palco Sunset: MC Cabelinho + Coral das Favelas | Orochi + Chefin + convidado a ser anunciado | Veigh + Kayblack | Funk Orquestra convida MC Daniel, Rebecca e MC Soffia.
  • New Dance Order: Deadmau5

14/09:

  • Palco Mundo: Imagine Dragons | OneRepublic | Zara Larsson | Lulu Santos
  • Palco Sunset: NX Zero | James | Christone “Kingfish” Ingram” | Penélope + Pato Fu
  • New Dance Order: DJ Snake
  • Espaço Favela: Dennis DJ

15/09:

  • Palco Mundo: Avenged Sevenfold | Evanescence | Journey | Os Paralamas do Sucesso
  • Palco Sunset: Deep Purple | Incubus | Planet Hemp + Pitty | Barão Vermelho

19/09:

  • Palco Mundo: Ed Sheeran | Charlie Puth | Joss Stone | Jão
  • Palco Sunset: Gloria Groove
  • Espaço Favela: Xande de Pilares

20/09:

  • Palco Mundo: Katy Perry | Karol G | Cyndi Lauper | Ivete Sangalo
  • Palco Sunset: Iza | Gloria Gaynor | Tyla | Luedji Luna convida Tássia Reis e Xênia França
  • New Dance Order: Alison Wonderland
  • Espaço Favela: Pocah
  • Global Village: Angélique Kidjo

21/09:

  • Palco Mundo: Para Sempre: Rock (Capital Inicial, Detonautas, NX Zero, Pitty, Rogério Flausino e Toni Garrido) | Para Sempre: Sertanejo (Chitãozinho & Xororó e Orquestra Heliópolis convidam Ana Castela, Junior, Luan Santana e Simone Mendes) | Para Sempre: MPB (Carlinhos Brown, Daniela Mercury, Majur, BaianaSystem, Ney Matogrosso e Margareth Menezes) | Para Sempre: Trap (MC Cabelinho, Kayblack, Matuê, Orochi, Filipe Ret, MC Ryan SP e Veigh)
  • Palco Sunset: Para Sempre: POP (Duda Beat, Gloria Groove, Jão, Ludmilla, Lulu Santos e Luísa Sonza) | Para Sempre: Samba (Zeca Pagodinho convidam Alcione, Diogo Nogueira, Jorge Aragão, Maria Rita e Xande De Pilares) | Para Sempre: Rap (Criolo, Djonga, Karol Conká, Marcelo D2 e Rael)
  • Global Village: Para Sempre: Bossa Nova (Bossacucanova com participação de Cris Delanno, Leila Pinheiro, Roberto Menescal e Wanda Sá) | Para Sempre: Soul (Banda Black Rio, Claudio Zoli e Hyldon) | Para Sempre: Jazz (Leo Gandelman, Jonathan Ferr, Antônio Adolpho e Joabe Reis)
  • Espaço Favela: Para Sempre: Funk (MC Don Juan, MC Hariel, MC IG, MC Livinho, MC Dricka, MC Ph) | Para Sempre: Música Clássica (Nathan Amaral e Orquestra Jovem Da Sinfônica Brasileira) | Para Sempre: Baile Funk (Buchecha, Funk Orquestra, MC Carol, Tati Quebra Barraco, Cidinho E Doca e Kevin O Chris)
  • New Dance Order: Para Sempre: Eletrônica (DJs Mochakk, Beltran X Classmatic, Eli Iwasa X Ratier e Maz X Antdot).

22/09:

  • Palco Mundo: Shawn Mendes | Akon | Ne-Yo
  • Palco Sunset: Mariah Carey
  • Espaço Favela: Belo

Sem data:
Luísa Sonza

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Os principais trabalhos de Steve Stevens longe de Billy Idol

Nascido Steven Bruce Schneider no Brooklyn, Nova York, em 5 de maio de 1959, Steve Stevens teve seu primeiro contato com uma guitarra aos 7 anos e rapidamente se tornou um ávido fã de rock progressivo. Deu os primeiros passos na carreira musical em bandas locais de Manhattan e também como hired gun.

No início dos anos 1980, se juntou ao ex-vocalista do Generation X, Billy Idol, que havia se mudado para Nova York na esperança de vingar como artista solo. Em Stevens, Idol encontrou o parceiro perfeito, e no ex-empresário do Kiss, Bill Aucoin, alguém com know-how de mercado para fazer do mentor do Supla um dos primeiros astros da MTV. Graças a videoclipes como os de “White Wedding (Part 1)” e “Eyes Without a Face”, seus álbuns de 1982 (homônimo) e 1983 (“Rebel Yell”) se tornaram sucessos estrondosos.

A dupla custou a acertar os ponteiros para um terceiro álbum. Embora “Whiplash Smile” (1986) tenha sido outro grande êxito comercial, Stevens, que havia ganhado o Grammy por sua performance na icônica música-tema do filme “Top Gun – Ases Indomáveis” naquele mesmo ano, saiu da banda em 1988 para lançar sua própria carreira solo.

Idol e Stevens retomariam sua antiga parceria com “Devil’s Playground” (2005), mas até esse ponto, o guitarrista se aventuraria em colaborações com figuras de alto calibre, embora nem sempre com os resultados esperados. Confira.

“Atomic Playboys”: passatempo muito caro

Insatisfeito com o rumo sonoro de “Whiplash Smile” — no qual passou mais tempo programando baterias eletrônicas e sequenciadores do que empunhando a guitarra —, Stevens não pensou duas vezes quando a Warner Bros. lhe ofereceu um contrato para um álbum solo.

Além disso, o uso de certas “substâncias” contribuiu para aumentar os atritos com Idol. “A cocaína e o álcool nos transformaram em idiotas”, declarou o guitarrista em entrevista a Jeff Schartzemberg, publicada na revista Cover Guitarra #125, de maio de 2005.

Após romper com Billy em 1988, Steve entrou em estúdio com o ex-baterista do cantor, Thommy Price — posteriormente substituído por Greg Gerson —, o tecladista de Mick Jagger, Phil Ashley, e o vocalista Perry McCarty, descoberto através de uma fita demo enviada ao escritório da Warner, para gravar o disco “Atomic Playboys”.

Além de números autorais de Stevens — incluindo a potente faixa-título e “Power of Suggestion”, que foi trilha sonora do longa-metragem “Ace Ventura: Um Detetive Diferente” (1994)  —, o disco produzido pela dupla Beau Hill (Ratt) e Ted Templeman (Van Halen) apresenta uma versão do hit “Action”, do Sweet. Em 1989, ele justificou a escolha da canção ao jornalista Steve Newton; embora desconhecesse de que banda era:

“Eu realmente gostava dessa música, mas pensava que fosse do Queen ou algo assim. Daí, fui a uma loja de discos procurar essa música em um álbum do Queen e não a encontrei, então perguntei ao vendedor e ele me disse que era do Sweet. Aí foi só correr para o abraço; achei que seria uma ótima ideia gravá-la.”

Com arte de capa assinada pelo surrealista H.R. Giger, “Atomic Playboys” chegou às lojas em 1989 e alcançou a posição número 119 na Billboard. A turnê em apoio, restrita à América do Norte, foi breve e realizada principalmente em casas de pequeno porte, como clubes e saloons. O repertório ao vivo incluiu covers de músicas de James Brown (“It’s A Man’s Man’s Man’s World”), Led Zeppelin (“Communication Breakdown”) e Jimi Hendrix (“Fire”).

Em 2001, quando perguntado por Randy Allar da Guitar Nine se havia alguma chance de a banda se reunir, Steve respondeu: “Nenhuma. Aquele foi um passatempo muito caro”.

Posteriormente, ele confessaria ao MelodicRock.com que não consegue ouvir “Atomic Playboys” antes de listar os motivos pelos quais o álbum é provavelmente o de que menos gosta de sua discografia.

“Há várias razões pelas quais não gosto daquele álbum. Foi um dos primeiros discos em que estive envolvido que foi gravado digitalmente, e acho o som geral é meio áspero. Não é agradável aos ouvidos. Em segundo lugar, acho o vocalista daquele álbum péssimo.”

Curiosamente, essa última afirmação contradiz a explicação oferecida por Stevens para a escolha do então desconhecido McCarty. Em 1989, segundo ele:

“Eu sabia que exploraria nuances de R&B e algumas coisas de jazz no meu álbum, então estava procurando alguém que desse conta disso, além de cantar hard rock. E Perry tinha essas influências, de nomes como James Brown, Otis Redding e Wilson Pickett.”

“Jerusalem Slim”: porcaria que custou US$ 700 mil

O então ex-vocalista do Hanoi Rocks, Michael Monroe, estava se preparando para cair na estrada para promover seu primeiro álbum solo, “Not Fakin’ It” (1989), quando conheceu Steve Stevens por acaso. Ambos ensaiavam no mesmo estúdio, os dois insatisfeitos com suas próprias bandas.

Steve sabia quase nada sobre Michael ou o Hanoi Rocks, mas assim que o conheceu, ligou para seu empresário e disse: “Definitivamente quero trabalhar com ele!”. Com a ajuda do baixista Sam Yaffa, que Monroe conhecia do Hanoi Rocks, e do ex-baterista do Shark Island, Greg Ellis, que Stevens viu tocando em um clube e trouxe para a banda, estava formado o Jerusalem Slim; o nome, uma gíria para Jesus Cristo, foi ideia do judeu Yaffa.

Na primeira e única vez que Michael e Steve deram uma entrevista como Jerusalem Slim em março de 1992, eles pareciam estar, de acordo com o repórter Yuichi Masuda da revista japonesa BURRN!, “realmente felizes, e pareciam compartilhar da alegria de terem encontrado um no outro seu parceiro ideal”. Mas em setembro, quando o álbum homônimo foi lançado pela Mercury/Polygram, a parceria já não existia mais.

Agora se sabe que todo o processo de gravação do disco foi um pesadelo, pelo menos para uma das partes. Embora Stevens tenha gostado de trabalhar com Michael Wagener, Monroe disse durante uma entrevista com Mitch Lafon que o produtor alemão foi “a pior escolha possível para o trabalho”.

“Tenho certeza de que ele é um bom profissional, mas ele e Steve Stevens juntos foram a combinação errada. Virou uma histeria heavy metal, muitos solos de guitarra, e foi daí a pior. Não tinha mais a minha cara. Não era mais rock and roll. Virou essa guitarrada, milhões de notas por segundo (…) Era para termos feito as guitarras em duas semanas; acabamos levando três meses e foi um inferno (…) Nos custou 700 mil dólares esse disco, que é uma porcaria.”

“Concordo que não foi o disco certo para ele”, comentou Steve ao MelodicRock.com sobre o fato de o álbum representar uma indesejada mudança de ares para Michael.

“Há uma tonelada de solos de guitarra nesse disco. Acho que isso o deixou muito desconfortável. Creio que ele esteja acostumado a trabalhar com guitarristas um pouco mais econômicos.”

Além das discordâncias sobre o som, o clima pesou de vez quando foi anunciado que Stevens tocaria com Vince Neil, recém-saído do Mötley Crüe, no MTV Movie Awards daquele ano. Dado o histórico — Neil estava embriagado ao volante no acidente de carro que matou Razzle, baterista do Hanoi Rocks, em 1984 —, Monroe ficou estarrecido.

A apresentação com Vince no prêmio realizado em 10 de junho de 1992 acabou acontecendo sem Steve, mas o Jerusalem Slim encerrou suas atividades naquele ponto e, por pouco, o material não foi engavetado. Até hoje, o disco permanece fora das plataformas digitais por determinação do próprio Michael, que resume: “Foi o pior momento da minha vida”.

“Exposed”: Cinco caras de Van Nuys

O cancelamento de sua participação no MTV Movie Awards não impediu Steve Stevens, por recomendação da Warner Bros., de se juntar a Vince Neil na primeira empreitada solo do vocalista, “Exposed”, e a turnê subsequente.

Embora o guitarrista base Dave Marshall e o baixista Robbie Crane apareçam na foto, Stevens afirma ter gravado todas as faixas de guitarra e baixo no disco. A bateria foi tocada por Vikki Foxx, do Enuff Z’nuff, e o ex-tecladista de Ozzy Osbourne, Phil Soussan, aparece como coautor de metade das músicas originais gravadas. Até Timothy B. Schmit, dos Eagles, contribui com vocais freelancers.

Independentemente de quem ficou a cargo do que em estúdio, Neil, Stevens, Marshall, Crane e Foxx fizeram sua estreia ao vivo no Roxy sob a alcunha de Five Guys From Van Nuys antes de se juntarem ao Van Halen na gigantesca “Right Here Right Now Tour”, tocando para mais de 50 mil pessoas no Canadá.

Após o single “You’re Invited (But Your Friend Can’t Come)” chamar a atenção na trilha sonora da comédia “O Homem da Califórnia” (1992) e alcançar a impressionante 17ª posição nas paradas americanas, “Exposed” foi lançado em 27 de abril de 1993 e logo atingiu o número 13 nos Estados Unidos, além de se sair bem em outros cinco países.

Apesar de tudo isso, quando questionado pelo MelodicRock.com se gostou de trabalhar com Vince, Steve respondeu que não.

“Prefiro trabalhar com pessoas que, se terão seu nome estampado na capa do álbum, assumam mais controle sobre tudo. Ele meio que deixou isso a cargo de outras pessoas. Acho que estava acostumado a fazer isso no Mötley Crüe, já que os outros três caras meio que faziam tudo (…) Sabe, a primeira música [‘Look in Her Eyes’] tem um solo de guitarra de dois minutos! [Risos.] Eu perguntei a ele: ‘Não deveríamos encurtar um pouco isso?’ Ele respondeu: ‘Que nada’.”

Sem mencionar se a recíproca é verdadeira, Neil, em entrevista a Dave Ling, da Classic Rock, comparou “Exposed” a “Motley Crue”, o disco quase homônimo que sua antiga banda lançou com John Corabi nos vocais em 1994.

“‘Exposed’ foi legal… e tenho certeza de que o disco que o Mötley fez sem mim também foi, mas eu solo não era o Mötley e eles sem mim também não. A magia simplesmente não estava em nenhum dos lados.”

Bozzio Levin Stevens: som para poucos

Steve Stevens finalmente teve a chance de mostrar sua apreciação vitalícia pelo rock progressivo quando se uniu ao baixista Tony Levin e ao baterista Terry Bozzio na explosiva fusão de metal e jazz do Bozzio Levin Stevens (BLS).

“No caso do primeiro álbum, ‘Black Light Syndrome’ (1997), nós nem chegamos a ensaiar”, revelou o guitarrista à Cover Guitarra. “Entramos no estúdio e já começamos a gravar. No segundo disco, ‘Situation Dangerous’ (2000), foi diferente: ensaiamos por cinco dias. [Risos.]”.

Infelizmente para os fãs, o BLS não só nunca mais fará shows como, provavelmente, não deverá gravar novos álbuns. O próprio Stevens explicou o porquê:

“Reunir a banda é um pesadelo, pois somos três músicos muito ocupados. Tivemos que nos empenhar de maneira quase sobre-humana para gravar os dois discos. Isso sem falar que esse tipo de som tem um público muito pequeno, que não compensa em termos financeiros.”

“Flamenco a Go Go”: heavy metal acelerado para violões

Embora tenha levado vinte anos para lançar um álbum dedicado à música flamenca, a adoração de Steve Stevens pelo estilo não surgiu da noite para o dia: um de seus primeiros professores era um guitarrista flamenco e o pai de um de seus colegas de escola pertencia a uma famosa companhia de dança espanhola.

“Para mim, o flamenco sempre foi um tipo de heavy metal acelerado para violões”, define ele. Na sequência, diz o motivo pelo qual o que se ouve em seu segundo disco solo, “Flamenco a Go Go”, apesar do título, não deve ser comparado ao flamenco tradicional.

“O que toco é um instrumento flamenco [violão], mas a música não. Ela tem que se desenvolver, mesmo usando linguagens mais conservadoras. Caso contrário, ela morre. É por isso que adoro música moderna. Meus músicos favoritos são justamente aqueles que estão sempre voltados para o futuro, e não para o passado.”

Preservando essa mentalidade, anos após “Flamenco a Go Go” e já de volta à banda de Billy Idol, Steve uniu forças com o baixista Doug Pinnick (King’s X) e o baterista Brian Tichy no predominantemente instrumental “Memory Crash” (2008), no qual exibe influências de bandas como Pink Floyd e Yes e oferece sua própria interpretação de “Day of the Eagle”, clássico de Robin Trower.

Descrito pela gravadora Magna Carta como “um tour de force sônico eletrizante”, o disco permanece como a última empreitada solo de Stevens até o momento.

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Bill Ward faz 76 anos; veja outros fatos da música em 5 de maio

Foto via Facebook

Hoje, Bill Ward faz 76 anos. O baterista, que nasceu em 5 de maio de 1948, foi um dos fundadores do Black Sabbath, gravando os 9 primeiros álbuns de estúdio, além de “Born Again” (1983). Também trabalhou em carreira solo e como poeta.

Confira outros acontecimentos no mundo da música, especialmente no rock, em dias 5 de maio de outros anos:

-> Hoje, James LaBrie faz 61 anos. O vocalista, que nasceu em 5 de maio de 1963, se consagrou junto ao Dream Theater, banda para a qual entrou em 1991. Também produziu discos em carreira solo e fez parte de outros projetos.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

-> Há 11 anos, em 5 de maio de 2013, The Winery Dogs lançava “The Winery Dogs”, seu disco de estreia. Apresentou o supergrupo com Richie Kotzen (voz e guitarra), Billy Sheehan (baixo) e Mike Portnoy (bateria). Originalmente, John Sykes seria o frontman.

-> Há 27 anos, em 5 de maio de 1997, Paul McCartney lançava “Flaming Pie”, seu 10º disco solo. Divulgado após um hiato de 4 anos, o álbum produzido por Jeff Lynne traz participações de Ringo Starr e Linda e James McCartney, respectivamente esposa e filho de Paul.

-> Hoje, Steve Stevens faz 65 anos. O guitarrista, que nasceu em 5 de maio de 1959, ficou famoso por parcerias com Billy Idol, Vince Neil, Ric Ocasek, Michael Jackson, entre outros, além dos trabalhos solo. Ganhou um Grammy em 1987 pelo tema do filme “Top Gun: Ases Indomáveis”.

-> Há 2 anos, o Metallica iniciava uma turnê pela América do Sul com shows em Porto Alegre (05/05), Curitiba (07/05, onde uma fã entrou em trabalho de parto), São Paulo (10/05) e Belo Horizonte (12/05). Greta Van Fleet e Ego Kill Talent abriram as apresentações.

-> Há 21 anos, em 5 de maio de 2003, o Blur lançava “Think Tank”, seu 7º disco de estúdio. Conceitual e focado em temas antiguerra, o álbum tem uma sonoridade mais eclética, indo do eletrônico à world music. Os singles foram “Out of Time”, “Crazy Beat” e “Good Song”.

-> Há 36 anos, em 5 de maio de 1988, o Testament lançava “The New Order”, seu 2º disco de estúdio. Foi o primeiro da banda a registrar boas vendas, com músicas como “Into the Pit”, “The Preacher”, “Trial By Fire” e “Disciples of the Watch”.

-> Hoje, Devin Townsend faz 52 anos. O músico, que nasceu em 5 de maio de 1972, foi descoberto por uma gravadora e começou como vocalista no álbum “Sex & Religion” (1993), de Steve Vai. Depois, fundou o Strapping Young Lad e deu sequência a uma produtiva carreira solo.

-> Há 51 anos, em 5 de maio de 1973, o Nazareth lançava “Razamanaz”, seu 3º disco de estúdio. Primeiro da banda a alcançar boa repercussão, o álbum contou com a produção de Roger Glover, baixista do Deep Purple, com quem o grupo esteve em turnê na época.

-> Há 43 anos, em 5 de maio de 1981, Tom Petty and the Heartbreakers lançavam “Hard Promises”, seu 4º disco de estúdio. Teve participação de Stevie Nicks (Fleetwood Mac) em “Insider”, em dueto com Petty. Marcou a saída do baixista Ron Blair, que voltou em 2002.

-> Há 7 anos, em 5 de maio de 2017, o Blondie lançava “Pollinator”, seu 11º disco de estúdio. O trabalho conta com participações de Joan Jett, John Roberts e Laurie Anderson. “Fun”, “Longe Time”, “Too Much” e “Doom or Destiny” foram os singles.

-> Há 26 anos, em 5 de maio de 1998, o Arch Enemy lançava “Stigmata”, seu 2º disco de estúdio. Foi o único gravado com o baixista Martin Bengtsson e com o baterista Peter Wildoer. Daniel Erlandsson assume as baquetas apenas em “Beast of Man” e “Diva Satanica”.

-> Há 27 anos, em 5 de maio de 1997, o Melvins lançava “Honky”, seu 9º disco de estúdio. Um dos mais experimentais da banda, tem a música “Mombius Hibachi” como destaque. “In the Freaktose the Bugs Are Dying” fecha o álbum com mais de 25 minutos de silêncio.

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Filha de Mingau vai à Justiça contra plano de saúde por cirurgia

Foto: Ottobock Brasil / reprodução

Isabella Aglio, filha do baixista Mingau, ingressou na Justiça contra o plano de saúde que assiste o membro do Ultraje a Rigor. O músico precisa ser submetido a uma cranioplastia, visando colocar uma prótese sob medida para substituir parte da calota, que foi retirada com o objetivo de diminui a pressão após o atentado.

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O principal obstáculo está no fato de o convênio alegar que o procedimento não consta entre os de cobertura obrigatória. Assim, foi necessária uma intervenção no poder público pedindo análise do caso.

Disse Isabella à revista Quem:

“A questão da cranioplastia está sendo um tanto tensa. Os médicos quiseram aproveitar a internação e o quadro estável dele para fazer a cirurgia. Mas o convênio negou o uso de prótese feita sob medida, dizendo não estar no rol da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).”

No momento, uma liminar foi concedida.

“Tivemos que entrar na Justiça e acabamos de receber a liminar. Agora estamos esperando o convênio se manifestar. Daí serão alguns dias para a confecção da prótese e a cirurgia. Acredito que a operação vá acontecer em breve.”

A recuperação

Por enquanto, Mingau segue em um processo lento de reabilitação. Diz a filha:

“Os médicos já haviam avisado que a recuperação de uma lesão cerebral é lenta e nunca é igual de uma pessoa para outra. Ou seja, só o tempo mesmo é que irá nos mostrar.  No dia a dia do hospital ele tem tido diversas atividades, como fisioterapia motora e fonoaudiologia, além do uso de órteses nos braços e pernas, para evitar lesões. Temos ainda uma amiga que faz musicoterapia com ele. É bem lúdico. Mas isso não é o suficiente. Ele precisará de reabilitação mais intensiva, em uma clínica especializada.”

Ela garante que o artista consegue interagir, embora de forma limitada.

“Meu pai interage não só comigo, mas com outras pessoas também. Dá risada, chora e, às vezes, fecha a cara e não quer saber de ninguém. Se é normal termos altos e baixos, imagine para ele, que sempre foi muito ativo e agora passa parte do tempo na cama!”

No próximo dia 23 de maio, o Tokio Marine Hall, em São Paulo, receberá o evento “Juntos Pelo Mingau 2”. Já estão confirmadas presenças de Andreas Kisser (Sepultura), Digão (Raimundos), Fernando Magalhães (Barão Vermelho), Jão (Ratos de Porão) e Badauí (CPM22), entre outros. Detalhes clicando aqui.

O atentado

Mingau sofreu um atentado na noite do dia 2 de setembro, quando estava com um amigo em Paraty, Rio de Janeiro. O carro do músico foi alvejado por tiros, perdendo o controle e batendo em uma residência.

Em entrevista coletiva, foi revelado que o tiro que acertou o artista atingiu o lado esquerdo da cabeça, atravessou o cérebro e saiu do corpo. A área é responsável por coordenações motoras, além de fala e visão. A equipe médica não quis fazer prognósticos a longo prazo em relação ao efeito do ferimento.

Sobre Mingau

Após passagens por Ratos de Porão, Inocentes e Olho Seco, Mingau entrou no Ultraje a Rigor em 1999, na vaga deixada por Serginho. Com as saídas em 2002 de Flávio e Heraldo, passou a ser o membro mais antigo da banda, com exceção de seu líder e fundador Roger Moreira. Hoje o grupo ainda conta com Marcos Kleine (guitarra, desde 2009) e Bacalhau (bateria, desde 2002).

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Guns N’ Roses se solidariza com vítimas de enchente no Rio Grande do Sul

Screenshot via YouTube

Nos últimos dias, o Rio Grande do Sul vem enfrentando o pior desastre natural de sua história. 317 dos 497 municípios do estado sofreram danos por conta das enchentes. A capital, Porto Alegre, passa pela inundação mais forte pela qual já passou, superando a ocorrida em 1941.

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O Guns N’ Roses se manifestou através do Instagram em solidariedade. A banda juntou alguns dados atualizados no momento da publicação, dando uma ideia aos fãs de todo o mundo sobre o ocorrido.

Diz a postagem:

“Estamos pensando em todos no Rio Grande do Sul enquanto enchentes históricas atingem o sul do Brasil.

Municípios afetados: 317
Pessoas em abrigos: 13.324
Desabrigados: 69.242
Afetados: 510.585
Feridos: 107
Desaparecidos: 74
& muito mais”

Enchente no Rio Grande do Sul

No momento da publicação, de acordo com informações oficiais da Defesa Civil, 55 mortes estão confirmadas, com outras 7 em investigação. Pelo menos 74 pessoas estão desaparecidas, com mais de 82 mil fora de casa.

Dezenas de estradas e rodovias estão interrompidas de forma completa ou parcial. O Aeroporto Salgado Filho, na capital, teve suas operações suspensas sem previsão de retorno.

Guns N’ Roses em Porto Alegre

O Guns N’ Roses se apresentou quatro vezes em Porto Alegre até hoje. Em 2010 e 2014, os shows aconteceram na FIERGS. No ano de 2016, o estádio Beira-Rio, do Internacional, sediou outra apresentação. A Arena do Grêmio recebeu a passagem mais recente, ocorrida em 2022.

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Saiba como foram vários shows do Waves Stage no Summer Breeze Brasil 2024

Fotos MHermes Arts (esq. para dir.): @raphagarcia / Alessandra Tolc / Alessandra Tolc / @ThiagoHenriqueFotografia

O Summer Breeze Brasil 2024 trouxe uma novidade com a introdução do Waves Stage na área externa do Memorial da América Latina. Em 2023, a iniciativa do quarto e mais discreto palco envolvia shows exclusivos no Auditório Simón Bolívar para compradores do ingresso Lounge.

O novo cenário combinou mais com a proposta do evento, já que, agora, ocorreu ao ar livre (ao “fundo” do Memorial) e qualquer fã poderia ter acesso. Trazendo uma atmosfera mais intimista, sem os tradicionais telões de LED ou outros elementos de produção de palco, o Waves apresentou principalmente talentos nacionais, com exceção do grupo equatoriano Minipony e do cantor americano Jeff Scott Soto — ainda que este tenha sido acompanhado por músicos brasileiros do Spektra.

Apesar da louvável iniciativa de dedicar um espaço para as atrações da cena underground nacional — algo cobrado por muitos fãs que nem sempre comparecem para prestigiar —, algumas questões negativas se destacaram. A principal residiu na estrutura oferecida. Ocorreram falhas técnicas em diversas apresentações, em situações que não pareciam ser por “culpa” dos músicos. Em casos de algumas bandas, era nítido que o ideal seria realocar para espaços maiores.

Ainda que fuja um pouco do controle da organização, o calor intenso também prejudicou a experiência dos presentes em vários momentos. Embora tenha sido inteligente disponibilizar água e torneiras próximas, a área destinada ao Waves não contava com proteção ao sol, diferentemente do Sun Stage, próximo do Pavilhão da Criatividade Darcy Ribeiro, cuja sombra ajudou muitos fãs.

Mesmo assim — e como esperado —, as bandas superaram as adversidades e entregaram shows interessantes, reforçando o quão diversa é a cena da música pesada brasileira. Uma clara demonstração de que estamos bem servidos de representantes no segmento, a ponto de possibilitar, ainda, a discussão sobre tantos outros grupos de várias regiões do país que também poderiam estar presentes no lineup.

Das 18 apresentações realizadas no Waves Stage, 12 tiveram cobertura do site IgorMiranda.com.br. A equipe precisou se revezar entre os demais palcos — e raros momentos de descanso —, portanto, não foi possível acompanhar os shows de Zumbis do Espaço, Minipony, About2Crash, Nite Stinger, Axty e Kryour. As demais atrações foram devidamente contempladas, inclusive os headliners Sioux 66, Jeff Scott Soto e The Troops of Doom, que disputaram atenções com as principais bandas do evento. Confira no guia a seguir:

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Por que comparação entre Beatles e Oasis é vergonhosa, segundo Noel Gallagher

Foto: Ben Houdijk / Depositphotos

Para além da música, os irmãos Liam e Noel Gallagher tem como legado declarações polêmicas e controversas. À frente do Oasis, um dos maiores nomes do rock nos anos 1990, a dupla já se submeteu a diversas comparações megalomaníacas com outro grande expoente da música inglesa, os Beatles

Porém, em 2021 durante uma pré-exibição da série documental “The Beatles: Get Back”, Noel trouxe uma nova perspectiva sobre a comparação entre os grupos ingleses. Para o guitarrista, a analogia é vergonhosa já que o quarteto de Liverpool é mais relevante que o grupo de Manchester. 

Conforme transcrito pelo NME, ele declarou:

“Quando o Oasis começou, éramos tão grandes que éramos comparados a eles [os Beatles] em termos de tamanho e musicalmente, vergonhosamente, comparados a eles também. É [vergonhoso] porque não éramos tão bons quanto eles. Os Beatles significam tudo para mim. Eles definitivamente têm as melhores músicas, sem dúvida. Na minha coleção de discos, eles têm as melhores músicas de longe.”

O músico seguiu exaltando sua admiração por John, Paul, George e Ringo.

“Eles influenciaram todo mundo que influenciou todo mundo, que influenciou todo mundo que veio e foi. A influência deles é absoluta. Não conheço um único cara tocando guitarra ou escrevendo canções que não cite os Beatles como uma influência.”

Provocação anterior

Nem sempre Noel Gallagher foi comedido em suas declarações sobre os Beatles. Em 1996, o guitarrista disse à MTV que os dois álbuns iniciais do Oasis, “Definitely Maybe” (1994) e “(What’s The Story) Morning Glory?” (1995) faziam sua banda ser maior que o quarteto dos anos 1960.

Embora o guitarrista tenha dito em 2015 que estava sob efeito de entorpecentes quando disse isso, Paul McCartney não gostou nada do que ouviu. Ao jornal Irish Times, em 1997, o Beatle definiu os Gallaghers como “vulgares” e afirmou que eles “pensam demais em si próprios”.

Com o passar dos anos, os integrantes do Oasis começaram a tomar mais cuidado em suas entrevistas. Naturalmente, McCartney também aliviou para o lado deles. Mas em 2001, durante entrevista ao radialista Howard Stern, o Beatle disse que só começou a criticá-los porque eles já estavam falando bobagem antes.

“Todo mundo pergunta o que eu acho do Oasis, já que eles soam tão como os Beatles. Cansei dessa pergunta. Mas eu respondia: ‘eles são ok, desejo boa sorte’. São jovens e o mundo é complicado, então, só quis ajudar. Mas aí eles começaram a falar mal de nós, dizer que são muito melhores, então isso me chateou. Não falei tão mal deles, só disse que eles são vulgares.”

Beatles vs. Oasis pelo olhar de Liam Gallagher 

Em entrevista de 2016 ao Little White Lies, Liam Gallagher mostrou uma opinião diferente do irmão. Ao comentar os históricos shows em Knebworth em 1996 — que reuniram mais de 250 mil fãs com apenas dois anos de sucesso da banda —, o vocalista comparou a ascensão do Oasis com o Fab Four dizendo: “o que fizemos em três anos, os Beatles fizeram em oito”. 

Em maio de 2022, Liam usou mais uma vez os shows recorde de público para provocar os Beatles — ainda que em tom de piada. Após um jogo que garantiu o título do campeonato inglês de futebol parao Manchester City, o cantor e torcedor inveterado do clube entrou em uma discussão com o ex-atleta James Carragher no Twitter. 

A troca de tweets sobre a rivalidade entre os times de Liverpool, cidade dos Beatles, e de Manchester, terra do Oasis, colocou as bandas como representantes de suas regiões e Liam publicou: 

“Ei, Carra, você tem um discurso de m#rda para um scouser (nome ao sotaque e dialeto de pessoas da região de Liverpool). Você está saindo demais com Neville. Oasis é muito superior aos Beatles. Quantas vezes eles tocaram em Knebworth?”

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Saiba onde assistir ao show de Madonna no Rio e em que horário

Foto: Ricardo Gomes

O show gratuito de Madonna na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, terá transmissão ao vivo. A apresentação acontece neste sábado (4), às 21h45.

A exibição ficará a cargo da TV Globo (aberto) e do Multishow (fechado). Pela internet, o Globoplay trará o evento para todos os usuários autenticados (inclusive não assinantes) no simulcasting da TV Globo.

Trata-se da única performance da artista em sua próxima visita à América do Sul. Servirá como conclusão para a sua turnê “The Celebration”, onde comemora quatro décadas de carreira.

Além do banco Itaú, que tem a americana como sua garota-propaganda, a iniciativa envolve a produtora Bonus Track e a marca de cervejas Heineken, bem como o Governo do Estado do Rio de Janeiro e a Prefeitura do Rio de Janeiro.

Esta será a quarta visita da artista para se apresentar. Antes, ela veio em 1993, 2008 e 2012. Na ocasião mais recente, realizou quatro performances: uma no Rio de Janeiro, duas em São Paulo e uma em Porto Alegre.

Investimento e cachê

O show gratuito de Madonna na praia de Copacabana tem previsão de movimentar R$ 293,4 milhões, valor 30 vezes maior do que os R$ 10 milhões investidos pela Prefeitura do Rio de Janeiro. E a própria cantora ficará com um montante bem considerável, de acordo com informações reveladas.

Conforme a coluna de Ancelmo Gois no jornal O Globo, a artista receberá R$ 17,075 milhões de cachê – valor equivalente a US$ 3,3 milhões na cotação atual. A informação foi obtida através de um documento liberado pela produtora Bonus Track e repassado ao governo estadual do RJ.

A planilha foi enviada pela produtora, por e-mail, à direção da Fundação de Artes do Rio de Janeiro (Funarj), responsável por financiar o patrocínio. Ainda segundo a apuração, se estima que o valor total da apresentação e toda sua estrutura paralela gire em torno de R$ 59.908.437,50.

Logística

Segundo a organização do evento, o público estimado é de pelo menos 1 milhão de pessoas, entre cariocas e moradores da região metropolitana, turistas nacionais e estrangeiros. Para o fim de semana, haverá muitos voos extras, vindo de várias cidades do Brasil, além do aumento de passageiros na rodoviária, bem como uma forte ocupação hoteleira. Em alguns bairros, como Copacabana, local do show, a ocupação deve ficar perto dos 100%.

O secretário municipal de Desenvolvimento Urbano e Econômico do Rio (SMDUE), Chicão Bulhões, afirmou em nota:

“O Rio continua na agenda internacional de grandes eventos, o que impacta diretamente a economia da cidade. Em 2023, o resultado foi significativo, com muitos cariocas e turistas aproveitando calendário intenso de eventos culturais e de negócios. Em 2024 não está sendo diferente, por isso esperamos grande movimentação na economia e a continuidade do impacto positivo do setor.”

A pesquisa da Prefeitura estimou um aumento da arrecadação de impostos sobre serviços (ISS) de 20%, em comparação com maio de 2023, de atividades relacionadas ao show, como turismo, eventos, transporte municipal, setor aeroportuário e rodoviário, além de serviços de artistas, que são bastante impactados positivamente por grandes eventos. Com isso, espera-se que em maio de 2024 a arrecadação de ISS desses setores seja de R$ 60,9 milhões, com um aumento de R$ 10,2 milhões em comparação ao mesmo mês do ano anterior.

Com base nesses dados, o investimento público para o show da Madonna pode ser retornado para a Prefeitura, na mesma magnitude, com aumento da arrecadação de impostos.

Estruturas física e tecnológica

Ainda de acordo com O Globo, em torno de 4 mil pessoas estão envolvidas na realização do evento em cada detalhe. O palco tem 812 m² e três passarelas — a central com 22 metros de extensão — a 2,40 metros de altura do chão. 90 contêineres serão usados como escritório, depósito e apoio de camarins.

O sistema de áudio e vídeo inclui 16 torres com caixas de som e 15 telões de LED (além de dois que compõem o cenário) da altura do Copacabana Palace até o Leme. Para que toda essa extensão não receba áudio e imagem com atraso, cabos de fibra ótica vão conectar o palco às torres, tudo alimentado por 38 geradores, dois deles do hotel.

Três aviões estão encarregados do transporte de todo o aparato da turnê. A empresa Climatempo foi contratada para fornecer boletins com atualizações das condições do tempo e das variações de marés.

Madonna e “The Celebration Tour”

Atualmente, Madonna está em turnê com seu espetáculo “The Celebration”, onde celebra 40 anos de carreira. A excursão teve início em outubro, na Europa. Desde dezembro — e até o próximo mês de abril —, a América do Norte se mantém na rota.

O início da tour foi adiado em alguns meses após a cantora de 65 anos ter contraído uma séria infecção bacteriana. Durante show recente em Los Angeles, ela relatou ter sido uma experiência de “quase-morte”.

“No último verão (no hemisfério norte), tive uma surpresa. Seria… uma ‘experiência de quase-morte’. Não estou brincando. Foi muito assustador. Obviamente, fiquei quatro dias sem saber, porque estava em coma induzido. Mas quando acordei, a primeira palavra que disse foi: ‘não’. Foi o que minha assistente me contou. E tenho certeza de que Deus estava me dizendo: ‘Você quer vir conosco? Você quer vir comigo? Você quer ir por aqui?’ E eu disse: ‘não, não’.”

Shows que mais reuniram público em Copacabana

Madonna se tornará uma das poucas grandes artistas que tiveram o privilégio de se apresentar no local. Outros shows com artistas de renome que aconteceram na praia conseguiram bater a marca de um milhão de pessoas — e podemos esperar que o mesmo aconteça com a cantora, caso o evento seja mesmo oficializado.

E quais são, exatamente, os shows que mais reuniram público na praia de Copacabana? Confira a seguir, a partir de um levantamento feito pelo O Globo complementado pelo site.

Rod Stewart – 3,5 milhões de pessoas

Durante a virada de ano de 1994 para 1995, Rod Stewart se apresentou nas areais de Copacabana e fez história. Afinal, seu show foi o que teve mais público entre os realizados no local, com a presença estimada de 3,5 milhões de pessoas.

Acredita-se que este foi o show gratuito com maior público da história, recorde compartilhado com uma apresentação de Jean-Michel Jarre em Moscou, que aconteceu em 1997. Chegou a entrar para o Guinness Book, o livro dos recordes.

Sobre a apresentação, Stewart declarou em 2023 ao “Fantástico”, da TV Globo:

“O mais impressionante é que todo mundo canta em inglês. Isso não acontece em nenhum outro lugar. Na Alemanha eles às vezes até tentam. Mas no Brasil, todo mundo sabe todas as músicas.”

Jorge Ben Jor – 3 milhões de pessoas

Também em uma virada de ano (neste caso, de 1993 para 1994), Jorge Ben Jor se apresentou em Copacabana, em noite que também teve Tim Maia no palco. Estima-se que o artista tenha cantado para um público aproximado de 3 milhões de pessoas.

Um relato do jornal Folha de S. Paulo destaca:

“As 3 milhões de pessoas – estimadas pela Polícia Militar e pela organização – viram pela primeira vez a cascata de fogos montada nos 400 metros do paredão do forte Copacacabana, no canto direito da praia. Os fogos do forte criaram a ilusão de que uma cachoeira iluminada desaguava no mar. Após os fogos, a atenção do público se voltou para Ben Jor. Da 0h30 às 2h o artista botou o povo para dançar. Antes do show, Ben Jor jogou flores no mar, em reverência a Iemanjá.”

Rolling Stones – 1,2 a 1,5 milhão de pessoas

Em 18 de fevereiro de 2006, os Rolling Stones também tocaram na praia de Copacabana. O evento fazia parte da turnê “A Bigger Bang”, à época o disco mais recente do lendário grupo britânico. O grupo Titãs, o DJ Marcelo Janot e o grupo AfroReggae abriram a ocasião.

Segundo os levantamentos feitos na época, Mick Jagger e companhia tocaram para um público cuja estimativa variou entre 1,2 milhão e 1,5 milhão de pessoas. Em 2022, a gravação foi lançada no álbum “The Rolling Stones: A Bigger Bang – Live on Copacabana Beach”.

O jornal Folha de S. Paulo reportou:

Os integrantes do Rolling Stones chegaram à praia por meio de uma passarela, construída especialmente para unir o palco e o hotel Copacabana Palace, onde os músicos e uma comitiva com mais de 150 pessoas estarão hospedados. O show de hoje foi um resumo de todas as fases da carreira dos Stones. O megaevento, que conta com 21 músicas, foi aberto com a canção ‘Jumpin’ Jack Flash’, de 1972 (sic). Jagger apareceu usando calça preta e uma jaqueta prateada. Depois da primeira performance, arriscou um ‘olá Rio, olá Brasil’, para emendar a segunda composição.”

Black Eyed Peas – 1 milhão de pessoas

Bastante identificado com o público brasileiro, o Black Eyed Peas também está entre os que realizaram performance em Copacabana, o que aconteceu na virada de 2006 para 2007. Em meio a uma apresentação chuvosa, o grupo americano tocou para um público aproximado de 1 milhão de pessoas.

Alok – 1 milhão de pessoas

Em agosto de 2023, o DJ brasileiro Alok, um dos principais nomes da música eletrônica mundial, foi mais um nome de peso a se apresentar em um dos grandes cartões postais do Rio de Janeiro.

Sua apresentação, batizada de “O Show do Século”, celebrava tanto o centenário do famoso hotel Copacabana Palace quanto seu próprio aniversário de 32 anos. Em torno de 1 milhão de pessoas prestigiaram o DJ.

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