Em março de 2022, Steve Morse anunciou que deixaria o Deep Purple temporariamente para cuidar da saudosa esposa Janine, que enfrentava um câncer em estágio avançado. Meses mais tarde, em julho, o guitarrista confirmou sua saída definitiva da banda, da qual era membro desde 1994. Simon McBride, responsável por substituí-lo na estrada, foi efetivado na vaga.
Pelo comunicado inicial, parecia que o motivo para a baixa era justamente a saúde da companheira do músico. Tanto que a nota destacava que “as circunstâncias pessoais de Steve tornaram impossível para ele se comprometer com a agenda da banda ao longo de 2022 e além”. Porém, na verdade, outras questões influenciaram a decisão.
Roger Glover admitiu que foi o grupo que rompeu com o integrante — não o contrário, tampouco em comum acordo. De acordo com o baixista, a principal razão para a dispensa envolveu o descontentamento do ex-colega com o itinerário das turnês, ao ponto de querer até encerrar as atividades.
Sendo assim, Morse acredita que ao menos “uns dois caras” do Purple ficaram felizes pela sua saída. Não só pela questão dos compromissos, mas até por seu estilo de composição.
Sem mencionar nomes, o artista explicou à Guitar Interactive (via Blabbermouth):
“Acredito que uns dois caras na banda ficaram realmente felizes com a minha saída, porque eles estavam meio que voltando às raízes e queriam ser apenas uma banda de rock ‘sem frescuras’. E, quando você olha para mim como compositor, eu definitivamente entrego coisas mais elaboradas. Não tem como evitar [risos].”
Ele completou:
“Então acho que a banda está mais feliz do jeito que está agora e seria meio que um passo atrás para eles quererem fazer algo assim [um show com a presença de Morse]. Eles estão mais felizes e em uma situação melhor. E acho que o mesmo vale para mim.”
Steve Morse atualmente
Desde que deixou o Deep Purple em julho de 2022, Steve Morse tem investido em outros projetos. Após excursionar com o Dixie Dregs no ano passado, o guitarrista realizou uma série de shows com a sua banda solo como parte da turnê “The Triangulation”.
Apesar do ritmo constante de performances, o futuro na estrada é incerto. Durante uma entrevista à Guitar World, o músico de 71 anos explicou o motivo.
Ainda em janeiro de 2024, o artista revelou que, por causa da artrite, precisou mudar a técnica que utilizava ao tocar. Com o avanço da doença, porém, a tarefa tem ficado cada vez mais difícil. Sendo assim, o instrumentista acredita que não aguentará a “rotina intensa de apresentações” por muito mais tempo.
Ele relatou:
“Eu tive que criar novas maneiras de palhetar porque cada osso da articulação dói em um grau diferente, dependendo do ângulo em que posiciono a mão. […] Preciso praticar diferentes formas de segurar a palheta, diferentes ângulos, e decidir se dobro o braço ou se toco a partir do cotovelo. É muita coisa. Você precisa realmente, realmente querer tocar para conseguir fazer isso com o avanço da artrite. Eu não sei o que vai acontecer. Quando acordo, será que vou conseguir mexer a mão ou não? Não sei. Até agora, tenho conseguido e cumprido todos os shows. Mas acho que meu tempo de seguir essa rotina intensa de apresentações está chegando ao fim. Essa janela está se fechando.”
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