Em 2006, o Poison vivenciou um período de crise. Durante uma apresentação realizada em agosto daquele ano, em Atlanta, nos Estados Unidos, o vocalista Bret Michaels e o baixista Bobby Dall brigaram em pleno palco e levantaram debates quanto ao futuro da banda.
Segundo relato de um fã publicado pela Ultimate Classic Rock, “antes do bis, Bret e Bobby pareciam estar em uma discussão acalorada, e, de repente, Bobby atirou seu baixo em Bret”. Na ocasião, o baterista Rikki Rockett e os roadies tiveram que entrar e separá-los. Diante do ocorrido, “Bret se desculpou e disse que talvez tivéssemos acabado de testemunhar o último show do Poison”.
No fim das contas, o grupo, que desde 2022 permanece afastado da estrada, seguiu em atividade sem alterações. Entretanto, tudo podia ter sido diferente, já que, ao que parece, o cantor quase foi retirado da formação e substituído à época.
Durante recente entrevista ao podcast Chris Akin Presents, Stevie Rachelle, líder do Tuff, revelou que recebeu um convite para entrar no Poison logo após o conflito. Segundo o artista, a ideia inicial era que, ao menos, finalizasse a turnê “20 Years of Rock Tour”, como transcrito pela BraveWords:
“Nunca falei sobre isso publicamente, talvez em fóruns, mas quando Bret Michaels e Bobby Dahl tiveram aquela briga em Atlanta e Bobby Dahl me ligou. Falei com o agente de viagens deles. Eles estavam falando comigo sobre a possibilidade de vir terminar uma turnê com mais meia dúzia de shows no Poison. Em Atlanta, 15 ou 17 anos atrás, Bobby e Bret estavam discutindo no palco. Bobby pegou seu baixo, jogou em Bret. Acertou na perna dele. E Bret disse: ‘vocês devem ter visto o último show do Poison’. E houve uma grande briga. Eles saíram do palco.”
Como mencionado, a proposta partiu do próprio Bobby, sob autorização dos outros colegas. Havia já sido feito até um tipo de “acordo”, nas palavras de Stevie:
“No dia seguinte, recebi um telefonema de Kendra Jade, a atriz pornô, que era uma amiga minha com quem eu já tinha saído. Ela disse: ‘Ei, Bobby Dahl quer falar com você. Tem um problema com o Bret. Eles podem precisar que você cante em alguns shows’ […]. E então Scotty Ludwig ou o Ricky Valentine, um dos dois, me ligaram. Eles me contaram o que estava acontecendo. E cinco minutos depois, um número de Miami me ligou e era o Bobby. E eu disse a ele: ‘o que o Rikki [Rockett] e CC [DeVille] acham dessa ideia?’. Claramente houve uma grande rixa entre mim e Bret, que já foi resolvida há muito tempo. Mas Bobby disse: ‘Eles acham incrível’. E eu pensei: ‘Bem, eu provavelmente poderia cantar e tocar as suas músicas hoje à noite, mas isso parece meio louco para mim’. E ele literalmente disse: ‘O que você quer?’. E eu disse a ele na mesma hora: ‘Me dê mil dólares por show e pague todas as minhas despesas’.”
O Poison teria ainda considerado chamar para a vaga Johnny Solinger, conhecido pelo trabalho com o Skid Row e falecido em 2021. Só que, apesar das promessas e alternativas idealizadas, não houve outra tentativa de contato ou qualquer modificação na configuração da banda. Rachelle finalizou:
“Também ouvi dizer que eles tinham chamado o Johnny Solinger e que ele tinha voado, acho, do Texas para Little Rock, onde eles iriam tocar em seguida, ou Nashville. Mas, sabe, 48 ou 72 horas se passaram, Bret apareceu e eles fizeram o próximo show.”
Sobre o Poison
Fundado em 1983 na Pensilvânia, o Poison se mudou para Los Angeles nos anos seguintes e se tornou uma das principais atrações da Sunset Strip.
O grupo se consolidou como um dos mais bem-sucedidos do movimento que ficou conhecido popularmente como glam metal ou hair metal, dependendo de quem falar. Foram 7 álbuns de estúdio lançados, com mais de 50 milhões de cópias vendidas em todo o planeta.
Três dos quatro membros são os mesmos desde o início: o vocalista Bret Michaels, o baterista Rikki Rockett e o baixista Bobby Dall. O guitarrista C.C. DeVille entrou em 1985, saiu em 1991 e retornou em 1996, permanecendo até hoje.
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