Especulações acerca do Journey ganharam forças nos últimos dias após uma declaração de Neal Schon. Por meio do X/Twitter na última quinta-feira (9), o guitarrista e membro fundador publicou que o tecladista Jonathan Cain, seu sócio e segundo integrante mais antigo da banda, teria anunciado sua despedida da formação, o que gerou uma grande confusão.
Numa nota enviada à imprensa, um representante de Cain negou a informação e destacou que o músico “está totalmente dedicado a fazer turnês com a banda nos próximos anos e só manifestou planos de se aposentar posteriormente”. Acontece que, de fato, o artista mencionou há pouco tempo os planos de despedir-se do grupo em breve durante entrevista.
Ao podcast Strang Report, em episódio publicado no último dia 2 de outubro, Cain revelou a vontade de deixar o Journey depois de concluir uma excursão final no ano que vem. Conforme transcrição da Ultimate Classic Rock, o músico abordou os planos futuros – que incluem uma música dedicada ao ativista e conservador americano Charlie Kirk — e concluiu:
“Vou lançar um EP no fim do ano. Depois, claro, faremos uma turnê com o Journey em 2026, a nossa turnê de despedida com o Journey. Então, estarei me despedindo.”
De qualquer forma, Schon retornou às redes sociais para esclarecer a situação. Segundo o guitarrista, o colega de fato permanecerá ativo na banda ao menos entre 2026 e 2027, antes de seguir com novos projetos. Ele escreveu:
“Jon está tocando. Ele está dizendo que no final de 2026-27 ele seguirá em frente [com outra coisa]. Teremos ótimos anos.”
Jonathan Cain versus Neal Schon
Há anos Jonathan e Neal se desentendem de modo público e recorreram até mesmo à Justiça para solucionar os conflitos, ainda que tenham continuado a trabalhar juntos em turnê. Em 2022, Schon processou Cain o acusando de usar uma conta bancária para administrar finanças do Journey sem o conhecimento do parceiro. Em contrapartida, o tecladista alegou que o guitarrista não consegue controlar suas próprias despesas e impactava negativamente a saúde do negócio, movendo contra ele uma ação de US$ 1 milhão.
No mesmo ano, Cain tocou o hit “Don’t Stop Believin’”, do Journey, em uma festa na casa do atual presidente americano Donald Trump na Flórida. Schon emitiu uma notificação através de advogados acusando o colega de prejudicar o nome do grupo e pedindo para que ele não represente a banda em eventos políticos.
Já há alguns anos, o tecladista é uma figura próxima a Trump. Sua esposa, a pastora Paula White-Cain, atua como guru espiritual do ex-presidente americano. O músico usou a obra da banda durante eventos promocionais políticos em ocasiões distintas.
Em meio a tudo isso, o Journey seguiu em turnê. Em 2023, foi relatado que policiais de folga eram utilizados para proteger os camarins separados de ambos os músicos. No ano seguinte, o baterista Deen Castronovo relatou que os colegas fizeram as pazes, mas não demorou até que Cain processasse Schon novamente pela mesma razão de 2022. O único desfecho revelado do imbróglio foi Neal ter aceito um pedido de Jonathan para que a sociedade estabelecida entre eles contasse com uma terceira pessoa na função de moderadora.
Sobre o tecladista do Journey
Hoje com 75 anos, Jonathan Cain integra o Journey desde 1980, quando foi chamado para ocupar a vaga deixada pelo membro original Gregg Rollie. Desde então, assumiu papel de liderança junto a Neal Schon e ao vocalista Steve Perry, este último fora desde o fim dos anos 1990. O tecladista é coautor de alguns dos maiores hit da banda, como “Don’t Stop Believin’” e “Separate Ways (Worlds Apart)”, e criou sozinho o sucesso “Faithfully”, entre outras faixas.
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