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The Who é uma banda tributo, admite Pete Townshend

Para guitarrista, sentimento vem tanto da resposta do público, quanto pelas mortes de Keith Moon e John Entwistle

Pela segunda vez em sua carreira, The Who anunciou uma despedida dos palcos. Após declarar o fim das turnês em 1982, a banda promete agora encerrar a trajetória na estrada com o giro “The Song is Over – The North American Farewell Tour”, que tem datas marcadas entre este mês de agosto e setembro exclusivamente na América do Norte.

Conversando com o Sunday People anteriormente a respeito da decisão, Pete Townshend afirmou que o grupo “continuou por tempo demais” após as mortes do baterista Keith Moon, em 1978, e do baixista John Entwistle, em 2002. Nas palavras do guitarrista, “às vezes, parece que estamos insistindo em algo que já não faz mais sentido”.

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Justamente por isso, o músico sente que a atual parceria com o vocalista Roger Daltrey soa mais como um “tributo” à carreira do The Who do que como a continuação das atividades da banda. Durante uma entrevista ao site da organização AARP, o artista trouxe o assunto à tona ao descrever o grupo como uma marca e, ao mesmo tempo, celebração do passado.

Ele explicou:

“É mais uma marca do que uma banda. Roger e eu temos um compromisso com a música e com a história [do que criamos]. The Who ainda vende discos e as famílias Moon e Entwistle se tornaram milionárias. Mas há algo além disso: a arte e o trabalho se concretizam quando tocamos. Estamos celebrando. Somos uma banda tributo ao The Who. Além disso, [a despedida dos palcos] causa uma reflexão sobre como devemos nos despedir em nossas vidas pessoais: como lidamos com nossas famílias, amigos e todo o resto nessa idade. Temos a sorte de estar vivos.”

Segundo o guitarrista, a sensação de “tributo” também é fruto da resposta do público, que “não se interessa por nada novo”. Mencionando que o companheiro enxerga a situação da mesma maneira, o integrante pontuou ao New York Times:

“Aquelas primeiras músicas do The Who, como ‘My Generation’ e ‘Pictures of Lily’, estavam ligadas a dar ao público a sensação de que eles não estavam sozinhos. Então, para mim, o rock sempre foi extremamente importante. A enganação começa quando você se torna uma propriedade e deixa de pertencer aos seus fãs. Você passa a pertencer às gravadoras, aos promotores, aos empresários. O público te idolatra pelo que você fez anos atrás. Eles não se interessam por nada novo. Para Roger e para mim, é difícil sentir algo diferente de sermos uma banda tributo ao The Who.”

A turnê de despedida do The Who

Como o nome indica, a excursão de despedida “The Song is Over – The North American Farewell Tour” passará pela América do Norte — e uma interpretação do nome pode até mesmo indicar que o “adeus” dos ingleses será apenas ao continente, sugerindo que apresentações em outros territórios poderão continuar a ocorrer. Foram confirmadas performances nos Estados Unidos e Canadá entre este mês de agosto e setembro.

Em nota, Roger afirma:

“O sonho de todo músico no início dos anos 1960 era fazer sucesso nas paradas americanas. Para The Who, esse sonho se tornou realidade em 1967 e nossas vidas mudaram para sempre. O calor do público americano ao longo dos anos tem sido inspirador para mim e reflete a sensação que me lembro de ter ao ouvir os primeiros discos de rock no rádio. Liberdade musical! O rock nos deu um sentimento de rebelião geracional. Para mim, os Estados Unidos sempre foram ótimos. As diferenças culturais tiveram um enorme impacto em mim, esta era a terra das possibilidades. Não é fácil encerrar a grande parte da minha vida que foi fazer turnês com The Who. Obrigado por estarem conosco e ansiosos para vê-los pela última vez.”

Por sua vez, Pete declara:

“Bem, todas as coisas boas chegam ao fim. É um momento comovente. Para mim, tocar para o público americano e canadense sempre foi incrível. O calor e o engajamento desse público começaram em 1967, com hippies fumando maconha, sentados em seus cobertores e nos ouvindo profunda e intensamente. A música estava em toda parte. Todos nos sentíamos iguais. Hoje, Roger e eu ainda carregamos a bandeira dos falecidos Keith Moon e John Entwistle e, claro, de todos os nossos fãs de longa data do The Who. Devo dizer que, embora a jornada nem sempre tenha sido agradável para mim, geralmente é fácil: o melhor emprego que eu poderia ter tido. Continuo voltando. Toda vez que volto, conheço novos fãs e sinto uma nova energia. Roger e eu estamos em um bom momento, apesar da nossa idade, ansiosos para apoiar esta despedida carinhosa de todos os nossos fãs fiéis e, com sorte, de novos que possam participar para ver o que perderam nos últimos 57 anos. Esta turnê será sobre boas lembranças, amor e risadas. Não deixem de participar.”

Sobre Pete Townshend

Nascido na zona oeste de Londres, Pete Townshend era filho de músicos. Seu pai, Cliff, foi saxofonista da banda da aeronáutica. Sua mãe, Betty, cantava com orquestras locais.

Sua vida mudou definitivamente após assistir ao filme “Rock Around The Clock”, em 1956. Mais tarde, ainda assistiria um show do Bill Haley and his Comets.

Entre 1961 e 1964, integrou o The Detours, onde conheceu Roger Daltrey. Os dois seguiriam a parceria no The Who, uma das bandas mais influentes da história do rock. Até hoje, o grupo vendeu mais de 100 milhões de discos em todo o mundo.

Também lançou discos solo, além de colaborar com outros artistas e trabalhar em roteiros para teatro, musicais e cinema.

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 24 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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