Exatamente 17 dias antes de morrer, Ozzy Osbourne fez sua despedida dos palcos. Em 5 de julho, o cantor se apresentou tanto como artista solo quanto ao lado do Black Sabbath, durante o festival Back to the Beginning, criado especialmente para a ocasião. O evento aconteceu no Villa Park, em Birmingham, na Inglaterra, onde tudo começou.
Um dos maiores desejos do Príncipe das Trevas era cantar para os fãs uma última vez. E foi justamente por isso que, mesmo com a saúde fragilizada pelo Parkinson e por problemas na coluna, encarou os shows — que, por conta de sua condição, precisaram ser breves e feitos com ele sentado em um trono.
Segundo Rudy Sarzo, baixista que tocou com o Madman no início dos anos 1980 e que participou do momento final como membro de um dos supergrupos especiais, Ozzy “parecia bem”. À Bassplayer, o músico descreveu o estado do saudoso patrão no Back to the Beginning como a chamada “melhora da morte”:
“Preciso dizer: o Ozzy parecia bem. Ele não parecia alguém que estava a duas semanas de morrer. Em termos médicos, existe algo chamado ‘a melhora da morte’ que é quando a pessoa está prestes a falecer e, de repente, fica lúcida. Acho que o mundo todo testemunhou esse momento. Ele parecia bem.”
Tony Iommi ficou com a mesma impressão. Conversando com a ITVNews, o guitarrista do Sabbath revelou que, após o fim da performance da banda, conversou rapidamente com Ozzy, que também “parecia bem” ao seu ver:
“[Depois que a performance acabou], ele foi pro camarim dele, eu fui pro meu, o Geezer foi pro dele e por aí vai. E aí ele apareceu. Antes de ir embora, ele veio de cadeira de rodas pra se despedir e bater um papo por um tempinho. E parecia bem. Ele curtiu. Disse: ‘ah, foi legal, né?’ E eu respondi: ‘foi sim’. […]. Acho que ele devia ter algo na cabeça que dizia: ‘isso vai ser a última coisa que vou fazer na vida’. Se ele achava que ia morrer ou algo assim, eu não sei. Mas ele realmente queria fazer aquilo e estava determinado a conseguir. E, justiça seja feita, ele conseguiu.”
No entanto, Tony destacou que, ao menos nos ensaios, a situação era diferente. Ozzy estava bastante debilitado durante o processo de preparação iniciado em junho, o que levou os colegas a diminuírem o ritmo com o vocalista, como mencionado:
“Ele não parecia bem durante os ensaios. E acho que ele realmente se manteve firme só para fazer aquele show […]. Não queríamos que ele estivesse todos os dias nos ensaios, porque seria demais. Ele simplesmente não aguentaria. Então o traziam e ele se sentava, cantava algumas músicas, depois a gente falava sobre os velhos tempos, relembrava algumas histórias, dava umas risadas, e então ele ia embora.”
A morte de Ozzy Osbourne
A causa da morte de Ozzy Osbourne foi revelada oficialmente na última terça-feira (5). O cantor, um dos maiores nomes da história do heavy metal, faleceu aos 76 anos, no dia 22 de julho.
Seu atestado de óbito (via The Sun) lista “infarto agudo do miocárdio” e “parada cardíaca fora do hospital” como razões para o falecimento. O documento também coloca doença arterial coronariana e Parkinson com disfunção autonômica como “causas conjuntas”.
Osbourne foi sepultado às margens do lago em sua casa em Buckinghamshire em 31 de julho. Um dia antes, um cortejo pelas ruas de Birmingham, sua cidade natal na Inglaterra, foi realizado. Milhares de pessoas estiveram nas ruas para se despedir dele.
Em comunicado enviado à imprensa, a família do artista declarou:
“É com mais tristeza do que palavras podem expressar que temos que informar que nosso querido Ozzy Osbourne faleceu esta manhã. Ele estava com sua família e cercado de amor. Pedimos a todos que respeitem a privacidade da nossa família neste momento.”
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