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A grande mentira sobre relação entre Ozzy e Dio, desmistificada por Vinny Appice

Baterista tocou com ambos e garante que, do lado do Madman, histórica treta nunca existiu: “Ozzy me falava que realmente gostava de Ronnie”

Por anos, a treta entre Ozzy Osbourne e Ronnie James Dio foi considerada uma das piores no meio do rock/metal. No entanto, alguém que esteve lá jura que a briga simplesmente não existia — ao menos de uma das partes — e que o Madman não detestava o cantor que o substituiu no Black Sabbath, diferentemente do que muitos pensam.

Vinny Appice foi baterista do Sabbath com Ronnie e seguiu com o vocalista na banda Dio. Em entrevista a Eddie Trunk (com transcrição da Louder), o músico garantiu que a relação dos dois era boa e que Ozzy, falecido na última terça-feira (22), falava bem de Ronnie, que nos deixou em 2010.

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Nas palavras de Vinny:

“Ozzy sempre me dizia o quanto ele amava Ronnie. Todo mundo criou essa coisa de que eles se odiavam, mas Ozzy falava sobre isso o tempo todo. As coisas crescem demais na internet e você não sabe qual é a verdade, o que está acontecendo.”

Em seguida, ele complementa:

“Ele costumava se sentar e me falar sobre Ronnie também. Sabe, que ele realmente gostava de Ronnie e isso e aquilo. E há algumas fotos na internet onde eles estão juntos, uma delas parece ser em um festival. Eles estão lá, juntos.”

Appice também tocou com o Black Sabbath ao lado de Ozzy, em 1998, substituindo Bill Ward em alguns shows. Além disso, seu irmão Carmine Appice (Cactus, Vanilla Fudge, King Kobra, Blue Murder) fez parte da banda solo de Osbourne durante um curto período, na turnê do álbum “Bark at the Moon” (1983).

Dio sobre Ozzy — e Ozzy sobre Dio

As declarações de um sobre o outro ao longo dos anos mostram que havia um respeito mútuo, mas que não parece retratar o cenário contado por Vinny Appice. Em entrevista de 1985, Dio apontava o fato de que Ozzy não compunha seu material solo e criava expectativa para ver como ficariam as coisas sem Randy Rhoads (guitarrista, falecido em 1982) e o baixista Bob Daisley, recém-saído da banda do Madman:

“Vamos ver quem irá compor material para ele desta vez, pois Bob não está mais na banda. O material dele é bom, é bem feito, é interessante. Mas Ozzy tem muita personalidade e gosto bastante das coisas que ele fez.”

Já em 2002 — dez anos depois de um episódio onde Ronnie, de volta ao Sabbath, se recusou a abrir os shows da então despedida de Osbourne —, Dio se mostrou mais verborrágico. O cantor relembrou declarações negativas dadas pelo Madman em outras épocas:

“Não posso dizer que não respeito Ozzy, pois ele é um dos caras da banda que criou o heavy metal. Ozzy sempre foi um grande amigo meu enquanto eu não estava no Sabbath, mas quando eu estava, ele sempre agiu como um miserável que só falava mal de mim. E eu sempre falei coisas boas sobre ele. Ele não merece respeito devido à falta de respeito que me ofereceu. Depois de eu ter tantos anos de carreira, não é meu trabalho ficar ajoelhado em respeito a ele. Quando você conseguir cantar como eu, eu te mostro respeito.”

Na mesma entrevista, Dio ainda comentou sobre o reality show “The Osbournes”. Disse o cantor:

“Não assisti. […] Acho um pecado pegarem esse cara cujo legado deveria ser o que criou com o Black Sabbath e abri-lo como uma lata de sardinhas, tipo: ‘aqui está, isso é o que você tem agora’. É triste. Eu o aplaudo por fazer o que quer. Nunca tive problema com isso. Mas saudá-lo e falar ‘depois de todas as coisas que aconteceram’… não. Ele não merece isso de mim. Mas não falo coisas ruins dele. Por que deveria? Não vai mudar a vida de ninguém.”

Em 2022, em seu próprio programa de rádio, Ozzy admitiu que ficou magoado ao ser substituído por Dio no Black Sabbath. O Madman afirmou que nunca escutou nenhum dos três álbuns gravados pela banda com Ronnie nos vocais – “Heaven and Hell” (1980), “Mob Rules” (1981) e “Dehumanizer” (1992):

“Ronnie fez um bom trabalho. Na época, foi muito triste. Até porque o Black Sabbath tinha sido a única coisa a acontecer comigo. (Nunca ouvi Black Sabbath com Dio porque) É tipo como uma ex-mulher. Quando você deixa uma banda, é como se divorciar. Você não fica se perguntando: ‘Como é esse seu novo cara?’, ‘Ele é melhor do que eu?’.”

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André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Interessado em música desde a infância, teve um blog sobre discos de hard rock/metal antes da graduação e é considerado o melhor baixista do prédio onde mora. Tem passagens por Ei Nerd e Estadão.

1 COMENTÁRIO

  1. Bem, as pessoas mudam, as rivalidades do passado podem sim ser superadas (vide a volta de alguns membros originais do Guns n Roses).

    E esse citado fato de 1992, que o Rob Halford teve de substituir Dio pro Black Sabbath depois que o Dio se recusou a abrir os shows para o Ozzy, mostra que havia sim, uma ”rivalidade”, mas ambos pareciam evitar que isso tomasse maiores proporções a ponto de correr risco de isso atrapalhar a carreira musical.

    Imagina você gravar um novo disco, ou anunciar uma nova tour e as pessoas da imprensa apenas perguntassem sobre uma briga? Realmente seria chato.

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