Desde o Natal de 1975 – data de sua fundação –, o Iron Maiden tem no comando Steve Harris, que ocupa também o papel de baixista e principal compositor. Não é difícil identificar, especialmente nos álbuns mais recentes, as músicas criadas pelo chefão — e o guitarrista Dave Murray comentou essa particularidade nas obras do colega.
Em entrevista ao Music Radar, o parceiro mais antigo de Harris e único integrante além dele a estar em todos os discos do Maiden, refletiu o caráter único das composições do líder. Para Murray, é desafiador para ele, como guitarrista, reproduzir o que saiu da mente de um baixista.
Ele disse:
“Acho que quando Steve compõe uma canção, há definitivamente uma identidade nela. E provavelmente é algo que um guitarrista não iria compor, algumas das melodias e as mudanças de tempo – e isso é ótimo, porque te força e te expande como músico.”
Na visão de Dave — que chegou ao Iron Maiden em 1976, saiu no ano seguinte e retornou de forma definitiva no próximo —, há uma música que define muito bem as características de Harris como compositor. Ele citou a faixa, presente no álbum de estreia homônimo de 1980:
“A música foi moldada por Steve, e acho que essa é a beleza dela. Com algo como ‘Phantom of the Opera’, toda a imagética daquela música também, tem tudo ali. Eu acho que é isso que as canções do Maiden são – elas te levam em uma jornada.”
Nos bastidores
Apesar de ser o integrante que está há mais tempo no Iron Maiden depois de Steve Harris, Dave Murray raramente se envolve com as tomadas de decisões. O baixista tem a palavra final em uma espécie de “conselho” formado por ele, pelo vocalista Bruce Dickinson e pelo empresário de longa data, Rod Smallwood.
Dave explicou sua visão da máquina:
“Você precisa de alguém na linha de frente, e Steve tem isso desde os primórdios. É entre Steve, Bruce e Rod também. Pessoalmente, eu prefiro apenas ser parte do time. Posso ser tranquilo e aproveitar o que estou fazendo, sem me chatear com todas as outras besteiras que estão acontecendo ao meu redor. Estou bem sendo mais calmo. É preciso muito para me irritar, porque é uma perda de tempo para mim. Eu não preciso ter essa raiva.”
Murray afirmou que desconta suas frustrações e irritações na própria música que faz com o grupo. O guitarrista descreveu o ato de tocar como “autoterapia”.
“Muito dessa coisa você pode canalizar tocando. Tocar é como uma forma de autoterapia. Então eu não preciso administrar a raiva. Apenas gosto de tocar a música.”
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