Ao pensar em vocalista do Iron Maiden, a maioria das pessoas se lembrará de Bruce Dickinson, mas outros já ocuparam a vaga. Os mais importantes foram Paul Di’Anno, que registrou os dois primeiros álbuns, e Blaze Bayley, que substituiu Dickinson em parte da década de 1990, também gravando um par de discos.
Ambos formaram uma improvável amizade, chegando a excursionar juntos. Bayley, agora, falou falou sobre o que sentiu ao saber da morte do colega de profissão, em outubro do ano passado, aos 66 anos.
Em entrevista ao The Metal Voice (via Blabbermouth), Blaze relembrou que Paul lutava há anos contra problemas de saúde. Mesmo assim, a voz de “The X Factor” (1995) e “Virtual XI” (1998) confessou a surpresa ao descobrir a partida do amigo:
“Eu não diria que não esperava por isso, mas fiquei absolutamente incomodado quando recebi a notícia de que Paul se foi. Eu não achava que ele iria na época. Apenas não parecia certo. É claro, foi cedo demais. Ele não deveria ter partido. Mas foi muito. E você pensa, nós fizemos tantas coisas juntos.”
Bayley ainda comentou sobre as turnês que realizou ao lado de Di’Anno quando as duas partes “fizeram as pazes”, depois de trocarem farpas na imprensa por alguns anos. Uma tour conjunta quase passou pelo Brasil em 2016, mas Paul teve que cancelar, devido a seus problemas de saúde.
Nas palavras de Blaze:
“Bem, ele não estava bem de saúde da última vez que o vi, estava preso a uma cadeira de rodas por um tempo. Mas fizemos muita coisa juntos. Fomos a vários lugares juntos. Antes de todos os problemas com a Ucrânia, fizemos uma turnê na Rússia. Tocamos no Sweden Rock Festival juntos. Fomos para a Austrália e Nova Zelândia juntos. Fizemos muito juntos.”
Homenagem
Desde a morte de Paul Di’Anno, Blaze Bayley tem incluído uma pequena homenagem ao cantor no setlist de seus shows. O vocalista começou, em um show em Atenas, Grécia, a executar “Wrathchild”, faixa de “Killers” (1981), segundo álbum do Iron Maiden e último gravado por seu amigo.
Uma filmagem da performance foi compartilhada por Bayley em suas redes sociais. Na legenda, ele declarou brevemente: “Para Paul”. Já em cima do palco, disse o mesmo e complementou: “Ele está em Valhalla com Lemmy (Kilmister, frontman do Motörhead)”.
Confira:
Em dezembro último, dois meses depois da morte de Paul, Blaze falou sobre o colega em entrevista à Metal Hammer e chegou a compará-lo a uma versão metal de Elvis Presley. Bayley afirmou:
“No nosso mundo do heavy metal, ele é quase tão importante quanto Elvis Presley. Aquela voz sempre vai te tocar, ele era diferenciado. Sua atitude transparecia de forma incrível em sua interpretação e sua voz e melodia combinavam com a música de maneira muito poderosa.”
Para Blaze, o falecido vocalista conseguia ainda mais êxito nos palcos. Apesar do cansaço pela agenda de shows ser perceptível durante as turnês, também era notório o talento do cantor, como afirmou:
“Em algumas noites, se você estivesse o ouvindo ao vivo e fechasse os olhos, era melhor do que qualquer coisa que ele já tivesse gravado. Se ele cantava algumas noites seguidas, começava a sofrer um pouco. Mas se você o assistisse depois de uns dois dias de descanso, ah, cara… ele era incrível, simplesmente sensacional.”
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