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Ian Gillan aprova remix de “Born Again”, do Black Sabbath? Ele responde

Álbum de sonoridade marcante é o próximo da lista de remixagens e relançamentos de Tony Iommi na discografia do grupo

Em 1983, foi lançado o único registro de uma das formações mais improváveis do Black Sabbath, que consistia em três membros originais e o vocalista Ian Gillan, do Deep Purple. “Born Again” tem uma sonoridade estranha, mas caiu no gosto dos fãs brasileiros e Tony Iommi disse mais de uma vez que pretendia remixá-lo.

Gillan, que se apresenta com o Deep Purple no Brasil como parte do festival Best of Blues and Rock, foi convidado a opinar sobre a ideia de promover remixagens em entrevista a Igor Miranda para a Rolling Stone Brasil. Crítico do som abafado do disco original, o cantor respondeu:

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“Acho as músicas ótimas. Só achei ridículo. A mixagem ficou absurda. Um dia, o engenheiro desapareceu do estúdio. E alguém assumiu. Não vou dizer quem, porque o baixista deve permanecer em segredo. Mas acho que foi remixado e só dava para ouvir o grave. Se você já viu o filme ‘This is Spinal Tap’ (1984), essa é a história de ‘Born Again’. A moça da gravadora ou o assessor de imprensa disse ao empresário: ‘não dá para tocar’. E foi exatamente isso que aconteceu. O nível do grave era tão alto que não dava para tocar no rádio. Havia sido logo depois do surgimento da música digital. Então, as pessoas ainda usavam agulhas. E era impossível. Eu tenho uma fita cassete com uma mixagem do retorno que é 10 vezes melhor que o som do álbum. Se eles vão remixar, é um pouco tarde. Mas sim, provavelmente para aficionados, colecionadores ou algo assim… não sei. Mas tem algumas músicas lá que eu realmente acho ótimas. É sempre uma alegria compor com Tony e certamente nos divertimos muito fazendo o disco.”

Para completar, Ian lembrou de sua música favorita de “Born Again” e também disse como era cantar as músicas de Ronnie James Dio e, principalmente, Ozzy Osbourne, na turnê de divulgação. O cantor disse:

“Tem uma música lá chamada ‘Trashed’, que foi composta no dia seguinte ao que quer que esteja por trás da história. Foi uma época fantástica. Eu curti a turnê. Foi a festa mais longa em que já estive. Durou um ano. Acho o álbum realmente ótimo. Sempre é tempo. Sempre reconhecemos o fato de que Ozzy é o vocalista do Black Sabbath. E as pessoas se identificaram com isso. Então foi uma situação meio híbrida e estranha. Mas, no geral, graças a Deus eles vão remixar.”

Black Sabbath, Ian Gillan e “Born Again”

A entrada de Ian Gillan no Sabbath foi decidida em um pub, depois de uma quantidade considerável de bebida consumida por todos os envolvidos. O baterista Bill Ward gravou “Born Again”, mas não realizou a turnê, que contou com Bev Bevan (Electric Light Orchestra) no lugar.

O som do disco é estranhamente “estourado”, com graves muito altos, cortesia de um defeito no amplificador de Iommi que só foi descoberto com as gravações já avançadas. O problema confere um peso incomum, que agradou a alguns, embora torne a sonoridade embolada, para desespero de Gillian.

A turnê rendeu alguns dos momentos mais “Spinal Tap” da história do grupo, com direito a um cenário que imitava o monumento pré-histórico de Stonehenge, mas era grande demais para a maioria dos palcos. Em muitos shows, a banda entregava uma versão mais pesada de “Smoke On the Water”, do Deep Purple, em reconhecimento a Gillan.

“Born Again” chegou ao 4º lugar na parada do Reino Unido. No ano seguinte, Ian foi chamado para a reunião do Mark II do Deep Purple. Exceto por um período fora na virada dos anos 1980 para os 1990, permanece no posto até hoje.

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André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Interessado em música desde a infância, teve um blog sobre discos de hard rock/metal antes da graduação e é considerado o melhor baixista do prédio onde mora. Tem passagens por Ei Nerd e Estadão.

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