Billy Idol estava lá quando o punk rock nasceu e cresceu. O veterano cantor inglês começou a carreira no Generation X e fez parte do Siouxsie and the Banshees nos primórdios do famoso grupo fundado em 1976 e comandado por Siouxsie Sioux.
Naquela época, o uso de símbolos políticos era a regra. Todavia, não pelos motivos que as pessoas acham.
Foi o que Idol explicou em entrevista ao podcast “Turned Out a Punk” (via Ultimate Classic Rock), quando relembrou uma apresentação do The Banshees na França. O vocalista afirma que Siouxsie trazia uma suástica em sua roupa, o que irritou muita gente e fez a banda sair do palco às pressas, enquanto a atração principal, os Sex Pistols, iniciavam seu show.
Billy contou:
“Ela estava enlouquecendo esses franceses de esquerda, porque eles não entendiam que era uma coisa de performance de arte. Como eles eram praticamente comunistas, eles pensaram que ela ela fosse uma anticomunista, não perceberam que era parte da performance de arte punk.”
Em seus primórdios, além de Billy Idol, o Siouxsie and the Banshees contou ainda com o baixista Sid Vicious, famoso pela curta e intensa passagem pelos Sex Pistols — e também por ter usado o símbolo atribuído aos nazistas. A formação só se estabilizou a partir de julho de 1977, quando a banda passou a trabalhar em seu disco de estreia, “The Scream” (1978).
Um “f*da-se” para os conservadores
O Siouxsie and the Banshees não foi a primeira e nem a única banda a trazer a suástica como parte de sua vestimenta nos primeiros anos do punk rock. Billy Idol retornou ao tema para explicar o motivo do uso, que certamente não tem relação com o nazismo, fortemente associado ao antigo símbolo.
Billy afirmou:
“Eles não entendiam o aspecto de performance de arte da moda de Londres. Nós estávamos refletindo de volta para a sociedade britânica o que eles estavam fazendo conosco, ao usar esse tipo de símbolos políticos. Como Vivienne Westwood combinava a suástica com símbolos comunistas, com Karl Marx. E isso era meio que um ‘f*da-se’ para as forças conservadoras da Inglaterra, que sentíamos que estavam virando fascistas. Então dizíamos: ‘oh, se vocês vão virar fascistas, então vamos refletir isso de volta para vocês’.”
Para Idol, o mal entendido dura até hoje, mas foi efetiva a estratégia do punk rock em mostrar aos conservadores o que eles estavam se tornando. O cantor completou:
“Era um aspecto da performance da arte, da forma como nos vestíamos que as pessoas não entendem agora. Elas não entendem esse aspecto do modo de se vestir do punk rock. Era meio que uma reflexão de volta nos poderes. ‘É assim que você quer a gente seja? Você quer que sejamos fascistas? Oh, e se nós nos vestíssemos assim para assustar vocês?’. E funcionou.”
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