Fabio Lione entrou para o Angra em 2013. No grupo, o vocalista italiano assumiu o posto que antes foi de Edu Falaschi, entre 2000 e 2012, e do saudoso Andre Matos, de 1991 a 2000. Até hoje, o cantor ainda lida com comparações com os antecessores, mas acredita que cada um dos artistas possui qualidades únicas e distintas.
Durante participação no Fala Ordinário Podcast, Lione descreveu a voz inconfundível de Andre como a característica mais marcante do colega, apesar de considerá-lo também um ótimo compositor. Conforme transcrição do site IgorMiranda.com.br, ele primeiramente disse:
“Eu vi o Andre cantando quatro vezes: três vezes com o Angra, uma vez com o Shaman. Com o Shaman era igual ao CD, perfeito. […] Andre para mim era um bom compositor, muito bom. Era lento, não era veloz compondo, mas era f#d@ como compositor. Tinha um estilo único de voz, estilo próprio, você pode gostar ou não, mas era ele, você escuta e sabe que é o Andre Matos. E eu gosto disso. Eu realmente gosto de vocalistas que você escuta dois segundos e sabe quem é.”
Em seguida, o atual integrante do Angra explicou qual, em sua opinião, é a principal diferença entre os vocalistas anteriores. Para ele, enquanto Andre tinha justamente uma voz mais particular, que não se encaixava tão bem em baladas, Edu apresentava um timbre mais adequado para músicas lentas, porém menos singular. Lione argumentou:
“Eu acho que uma banda para fazer realmente sucesso precisa de um vocalista com algo próprio. Parece arrogância, mas eu acho que eu por causa do Rhapsody of Fire combinei perfeitamente [no Angra] com a maneira lírica, meio ópera, que canto. O Andre na primeira fase do Angra combinou perfeitamente. Acho o Edu um bom compositor, realmente muito bom, um bom vocalista, principalmente no estúdio, e o timbre da voz eu acho ainda melhor do que o timbre da voz do Andre para cantar baladas, porque Andre era um pouco nasal. Tem a galera que fala que ‘Gentle Change’ é melhor na minha voz. Não é que é melhor, é que o timbre da voz do Andre é um pouco anasalado, então para a balada é lindo, mas não é igual o Joey Tempest do Europe, não é Robbie Williams. O timbre da voz do Edu é mais agradável para uma balada para meu gosto pessoal. Mas como singularidade, eu acho o Edu menos único. Não é o cara que minha mãe vai escutar e falar ‘é o Falaschi’. Já isso com o Andre Matos não vai acontecer.”
Anteriormente, em entrevista ao Ibagenscast em 2023, Lione trouxe outro ponto. Ao seu ver, Andre seguia sempre um certo padrão de canto, enquanto Edu era “um pouco mais versátil”. Como transcrito pelo Whiplash, o cantor afirmou na ocasião:
“Eu não consigo ouvir muitas vezes as músicas do Angra antigo por causa dos vocais. O Andre Matos era meu querido amigo e amo o timbre da voz dele, mas depois de quatro músicas eu não aguento mais. É como escutar a Tarja, né? É sempre o mesmo e a mesma tonalidade, timbre e jeito de cantar. O Edu Falaschi é um pouco mais versátil, mas não muito. Ele tem um timbre bom, mas sei lá”.
Sobre Fabio Lione
Além do Rhapsody of Fire, Fabio Lione já atuou como vocalista de bandas como Vision Divine, Kamelot, Labyrinth, Eternal Idol. Entrou para o Angra em 2013, na vaga deixada por Edu Falaschi. Com o grupo, o cantor italiano gravou os álbuns de estúdio “Secret Garden” (2014), “Ømni” (2018) e “Cycles of Pain” (2023).
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