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A primeira coisa feita pelo Kiss após funeral de Eric Carr, segundo Bruce Kulick

Baterista morreu em novembro de 1991, enquanto a banda, sem a sua colaboração, trabalhava no disco “Revenge” (1992)

Eric Carr descobriu um tipo raro de câncer no coração no início de 1991. Após cirurgias e um longo tratamento, o baterista do Kiss morreu naquele mesmo ano, no dia 24 de novembro, aos 41 anos de idade, enquanto a banda trabalhava no álbum Revenge (1992).

Devido ao estado frágil de saúde, o músico praticamente não colaborou com o disco. A participação aconteceu somente na faixa God Gave Rock and Roll to You II, na qual gravou trechos dos vocais e participou do clipe, e em “Carr Jam 1981”, resgatada como uma maneira de homenageá-lo. 

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Recentemente, Bruce Kulick relembrou o período durante entrevista à Chaoszine (via Ultimate Guitar). O guitarrista destacou a gravidade de toda a situação, mas pontuou como a banda, apesar do momento difícil, não parou de produzir, em colaboração com Eric Singer.

Ele disse:

“Foi realmente triste que Eric tenha ficado doente justamente quando estávamos nos preparando para gravar […]. E sabíamos que teríamos que encontrar outro baterista, então começamos a fazer testes com algumas pessoas. O Eric Singer, claro, passou na audição, o que foi ótimo. E a gente não sabia o que ia acontecer e o Eric Carr, infelizmente, não estava em condições de tocar.”

Até mesmo pouco depois do funeral de Carr, os músicos continuaram focados na criação do mencionado álbum. Mais especificamente, decidiram finalizar “Carr Jam 1981”, demo instrumental que o baterista havia gravado anteriormente e aproveitada pelo guitarrista Ace Frehley para a música “Breakout”, do Frehley’s Comet.

“Trabalhar em ‘Carr Jam 1981’ foi a primeira coisa que fizemos depois do funeral. Me falaram: ‘ok, Bruce, toque guitarra para essa faixa’. Na verdade, trabalhar foi algo bom, foi uma forma de homenageá-lo. Ele fez o clipe de ‘God Gave Rock n’ Roll’, o que foi realmente maravilhoso. E ele estava com mais energia do que eu naquele dia, foi impressionante. Mesmo usando uma peruca enorme do estilo ‘cabelo do Eric Carr’, porque tinha perdido o cabelo por causa do tratamento contra o câncer.”

De qualquer forma, Kulick tem orgulho do disco, responsável por representar a reunião com o produtor Bob Ezrin após mais de uma década. Inclusive, o mencionou como o seu favorito: 

“Foi realmente trágico, mas tenho que admitir que o trabalho do Bob Ezrin com a banda foi muito poderoso. Provavelmente, é o meu trabalho favorito da época em que estive na banda, por mais que tenham tido grandes momentos ao longo dos anos. Especialmente pela forma como a guitarra foi trabalhada — consegui me reinventar de um jeito muito diferente de tudo que já tinha feito antes.”

O arrependimento de Paul Stanley sobre Eric Carr

Paul Stanley reconhece que ter continuado as atividades enquanto Eric Carr batalhava contra o câncer não foi a melhor decisão. Ao olhar para o passado, o vocalista e guitarrista disse arrepender-se de não ter tratado a questão com maior sensibilidade, como pontuou em entrevista ao radialista Howard Stern em 2023:

“Eu não achava que ele pudesse morrer. Eu pensei que essa era apenas uma condição do momento, tipo ‘ok, ele está com a doença agora e depois ela vai desaparecer’. Se eu soubesse, acho que teríamos tratado isso com mais sensibilidade. Nós cuidamos dele, pagamos suas contas médicas, mas também dissemos: ‘vamos continuar como uma banda enquanto ele estiver doente’. Bem, ele não estava só doente, ele estava morrendo. […] Fizemos o que pensávamos ser cuidadoso, mas não levamos em conta a profundidade do que estava acontecendo. Então, sim, eu me sinto mal com isso e ele, com razão, se afastou de nós e se sentiu traído.”

Em sua autobiografia “Uma Vida Sem Máscaras”, lançada em 2015 no Brasil, o Starchild relembrou como foi difícil para Carr ver a banda gravando o disco “Revenge” sem o seu envolvimento.

“Uma vez dissemos a ele que iríamos gravar ‘Revenge’ e ele se afastou de nós. Embora eu pensasse que tinha feito as melhores escolhas na época, comecei a perceber que estava errado. Nós cortamos Eric talvez da pior maneira possível, negando o que mais importava para ele: seu lugar no Kiss.”

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 24 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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