Paul Stanley reconhece erro do Kiss ao lidar com doença de Eric Carr

Baterista morreu em 1991, aos 41 anos, devido a um tipo raro de câncer no coração; banda pagou despesas médicas, mas optou por seguir enquanto ele estava internado

No início de 1991, o então baterista do Kiss, Eric Carr, descobriu um tipo raro de câncer no coração. A banda começava a trabalhar no álbum “Revenge” (1992) e, apesar da doença do músico, optou por seguir em frente com as gravações do projeto, sem a sua participação. Após cirurgias e um longo tratamento, Carr morreu naquele mesmo ano, no dia 24 de novembro, aos 41 anos de idade.

Quando Carr foi diagnosticado com a doença, o vocalista e guitarrista Paul Stanley achou que continuar com os compromissos do Kiss – substituindo Carr por Eric Singer – era a melhor decisão. No entanto, em recente entrevista ao radialista Howard Stern (via Ultimate Classic Rock), ele reconheceu que o grupo não soube lidar com a situação e, principalmente, com o estado de saúde do baterista.

“Não acredito muito em erros. Eu acredito que tudo o que você faz te leva para onde você deveria estar no final. Sem esses erros, você não teria sucesso no nível que gostaria. Mas, pessoalmente, a única coisa que eu acho que errei foi quando nosso segundo baterista, Eric Carr, ficou doente com câncer.”

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Tanto ele quanto o vocalista e baixista Gene Simmons não acreditavam que Carr iria de fato morrer. Em sua opinião, faltou sensibilidade diante da situação.

“Eu não achava que ele pudesse morrer. Eu pensei que essa era apenas uma condição do momento, tipo ‘ok, ele está com a doença agora e depois ela vai desaparecer’. Se eu soubesse, acho que teríamos tratado isso com mais sensibilidade. Nós cuidamos dele, pagamos suas contas médicas, mas também dissemos: ‘vamos continuar como uma banda enquanto ele estiver doente’. Bem, ele não estava só doente, ele estava morrendo. […] Fizemos o que pensávamos ser cuidadoso, mas não levamos em conta a profundidade do que estava acontecendo. Então, sim, eu me sinto mal com isso e ele, com razão, se afastou de nós e se sentiu traído.”

Eric Carr e “God Gave Rock and Roll to You II”

Para a trilha sonora do filme “Bill & Ted: Dois Loucos no Tempo” (1991), o Kiss gravou em 1991 sua própria versão de “God Gave Rock and Roll to You” – intitulada “God Gave Rock and Roll to You II” – , hit do grupo Argent.

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Devido ao estado de saúde delicado, Eric Carr não foi o responsável pela bateria da canção e sim, Eric Singer. Ainda assim, Carr insistiu para participar da música de alguma forma. Então, contribuiu com backings vocals e apareceu no videoclipe usando uma peruca, já que tinha perdido o volumoso cabelo devido à quimioterapia.

Em sua autobiografia “Uma Vida Sem Máscaras”, lançada em 2015 no Brasil, Paul Stanley contou que se arrependeu de não ter deixado Carr tocar na faixa.

“Eric queria desesperadamente trabalhar nessa música, mas ele ainda estava muito frágil. Se eu soubesse o que sei agora, teria o deixado tocar. Nunca pensei que essa seria sua última oportunidade. Eu tinha certeza de que ele venceria as estatísticas.”

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O Starchild também relembrou no livro como foi difícil para o baterista ver a banda gravando o disco “Revenge” sem a sua colaboração.

“Uma vez dissemos a ele que iríamos gravar ‘Revenge’ e ele se afastou de nós. Embora eu pensasse que tinha feito as melhores escolhas na época, comecei a perceber que estava errado. Nós cortamos Eric talvez da pior maneira possível, negando o que mais importava para ele: seu lugar no Kiss.”

Kiss e “Revenge”

Lançado em 19 de maio de 1992, “Revenge” marcou a estreia do baterista Eric Singer, substituindo o falecido Eric Carr. O saudoso músico foi homenageado na última faixa, “Carr Jam 1981”, take instrumental aproveitado anteriormente pelo guitarrista Ace Frehley para a música “Breakout”, do Frehley’s Comet.

Também representou a reunião com o produtor Bob Ezrin após mais de uma década. Por conta disso, o grupo chegou a cogitar chamar o disco de “Destroyer II”, alusão ao clássico de 1976.

Foi o primeiro álbum do Kiss a chegar ao top 10 dos Estados Unidos desde “Dynasty” (1979), conquistando premiação de ouro, feito também ocorrido no Canadá.

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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