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Por que Milton Nascimento não recebeu cadeira para acompanhar Grammy

Músico brasileiro concorria na categoria “Melhor Álbum Vocal de Jazz” com Esperanza Spalding e viajou para Los Angeles especialmente para a premiação

Milton Nascimento viajou até Los Angeles, nos Estados Unidos, para comparecer ao Grammy 2025 no último domingo (2). O músico de 82 anos concorria na categoria “Melhor Álbum Vocal de Jazz” junto de Esperanza Spalding pelo disco “Milton + Esperanza” (2024).

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Bituca até passou pelo tapete vermelho, mas não pôde sentar no espaço principal da premiação durante a etapa das categorias mais valorizadas, aquelas exibidas na TV. De acordo com Spalding, a organização negou uma cadeira para o brasileiro no local “privilegiado”. 

Por meio das redes sociais, a cantora revelou que levou um cartaz com os dizeres “essa lenda viva deveria ter sentado aqui”. Ainda contou:

“Recusaram um assento para Milton Nascimento nas mesas da cerimônia deste ano. Isso não me caiu bem. Não estou falando de receber o prêmio. Estamos comemorando a vitória de Samara Joy. Estou falando de um assento, na mesa em que estou sentada. Estou indignada que essa lenda viva não tenha sido considerada importante o suficiente para sentar entre os artistas principais.Então, tive que trazê-lo comigo.”

Equipe de Milton Nascimento se manifesta

Diante da repercussão, a própria equipe de Milton resolveu explicar a situação. Em nota, a assessoria do artista deixou claro que ele não foi “barrado ou privado” da cerimônia principal. Porém, o destinaram apenas um lugar mais distante na arquibancada — sem considerar suas limitações físicas ou carreira prestigiada, inclusive como vencedor do Grammy em 1999 na categoria de Melhor Álbum de World Music.

Sendo assim, ele optou por não assistir ao evento. Diz o comunicado:

“O cantor e compositor Milton Nascimento não foi barrado e nem privado de ter um assento na cerimônia principal do Grammy. Um dia antes, quando observamos os convites, constatamos que a Academia havia destinado um lugar para Esperanza, artista com quem Milton divide o disco indicado, nas mesas, entre os artistas principais ali presentes, enquanto destinaram para a lenda brasileira um lugar na arquibancada, desconsiderando não só toda a sua trajetória e prestígio em todo o mundo, como a sua idade avançada e impossibilidade de subir ou descer escadas. Quando questionados pela equipe de Esperanza, alegaram que ficariam nas mesas apenas os artistas que eles queriam no vídeo. Tendo em vista a carreira vitoriosa, o reconhecimento e o respeito conquistado pelo genial artista brasileiro, optamos pela ausência dele na cerimônia principal. Obrigado por todo o apoio, carinho e preocupação que todos estão nos dedicando. O Brasil é gigante, tal qual é Milton Nascimento.”

Sobre “Milton + Esperanza”

“Milton + Esperanza” disputava o gramofone contra “Journey in Black” (Christie Dashiell), “Wildflowers Vol. 1” (Kurt Elling e Sullivan Fortner), “My Ideal” (Catherine Russell e Sean Mason) e “A Joyful Holiday” (Samara Joy), que venceu a categoria.

O trabalho conta com 16 faixas e uma série de convidados especiais. Há participações de Paul Simon, Guinga, Elena Pinderhughes, Carolina Shorter, Diane Reeves, Lianne La Havas, Maria Gadú, Tim Bernardes e Lula Galvão, além da Orquestra Ouro Preto. As gravações aconteceram durante o ano de 2023 no Brasil e Estados Unidos.

Wayne Shorter – falecido em 2023 – é o principal homenageado. O registro celebra os 50 anos de “Native Dancer”, disco que o artista gravou com Milton em 1974 e foi lançado em janeiro do ano seguinte. O álbum ajudou a projetar o trabalho de Nascimento internacionalmente, especialmente no segmento do jazz.

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 24 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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