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A surpreendente constatação de Marty Friedman sobre saída do Megadeth

Guitarrista enfim admitiu que não teve a melhor postura quando decidiu abandonar o barco: "não foi uma coisa legal o que eu fiz"

Marty Friedman saiu do Megadeth em 2000. Porém, demorou um tempo para que fizesse as pazes com Dave Mustaine, com a banda e com o passado, de maneira geral. Apenas agora o guitarrista concorda em falar a respeito de seu período de maior popularidade — inclusive atrás de sua autobiografia, “Dreaming Japanese”.

Ao podcast Talkin’ Rock (via Guitar.com), Friedman relembrou, inicialmente, que não queria ser associado à banda de Mustaine em seus primeiros anos como artista solo. Ele contou:

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“Perdi muito e nunca realmente falei sobre isso porque quando saí do Megadeth, eu parei de dar entrevistas sobre o Megadeth completamente e coloquei uma cláusula em qualquer contrato relacionado com uma participação ao vivo ou qualquer coisa. Era como: ‘você não pode mencionar o Megadeth na fachada, na propaganda, ou no título, ou qualquer coisa’. E fiz isso por 23 anos.”

De forma surpreendente, Friedman não se coloca como herói ou vítima na relação com o Megadeth. Pelo contrário: o guitarrista surpreendeu ao constatar que saiu do grupo em uma situação ruim.

“Isso não vai me fazer parecer bem, mas eu não saí da banda no melhor dos termos. Não quero dizer que ‘ferrei a banda’, mas não foi uma coisa legal o que eu fiz. Claro, não tive escolha para fazer o que fiz, mas me sinto realmente mal pela forma que saí da banda e a situação que os deixei, e você pode ver isso no livro, porque foi daquele jeito. E não há desculpa para o que fiz, mas não aconteceria de nenhuma outra forma. As coisas acontecem e foi isso que aconteceu.”

A complicada saída de Marty Friedman do Megadeth

Os últimos meses de Marty Friedman no Megadeth não foram fáceis. O grupo havia acabado de lançar o criticado “Risk” (1999) e a saída do guitarrista se deu em janeiro de 2000, mas não sem um susto antes.

Em “Dreaming Japanese” (via Roadie Crew), ele conta como foi a volta para casa antes de seus últimos shows no grupo e o problema que teve na véspera de Natal:

“De repente, meu coração começou a bater forte e uma vez que eu foquei nas batidas, elas se tornaram ainda mais intensa. Parecia que meu coração podia explodir. Eu achei que estava com intoxicação alimentar. Então, eu senti dor demais para pensar. Caí do sofá e não podia me mexer.”

Socorrido pela esposa, Chihiro, o músico foi levado a um hospital, onde recebeu a notícia de que tinha sofrido um ataque de pânico. Ele relembrou:

“Fiquei aliviado, mas só um pouco. Não tinha certeza se estava ‘bem’. Ondas de terror ainda batiam em mim. Eu sentia como se havia uma corrente elétrica me dando calafrios apesar do quarto estar quente. Eu não parava de tremer.”

Na manhã seguinte, Friedman ligou para Steve Wood, então tour manager do Megadeth, e contou sobre o ocorrido. Ele disse ter falado para o executivo:

“Eu sei que havia prometido permanecer na banda até março, mas isso não é possível. Não estou tentando me livrar de nada. Eu gostaria de fazer os shows, mas nesse momento nem seu se poderei tocar novamente. Nem consigo andar até o banheiro. Não tem como eu fazer um show.”

O guitarrista foi convencido a participar, mesmo parecendo incapacitado, e se juntou á banda dois dias depois para seguir com a turnê. Os membros do grupo ficaram impressionados em como Friedman parecia bem no palco, apesar das dificuldades — o que, na opinião do músico, gerou suspeitas e um clima ruim.

Marty foi substituído por Al Pitrelli (Alice Cooper, Savatage, Trans-Siberian Orchestra) e passou a se dedicar a sua carreira solo no Japão. Em 2023, o guitarrista participou como convidado em alguns shows do Megadeth.

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André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Interessado em música desde a infância, teve um blog sobre discos de hard rock/metal antes da graduação e é considerado o melhor baixista do prédio onde mora. Tem passagens por Ei Nerd e Estadão.

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