Pela primeira vez de maneira autorizada, a história do Led Zeppelin ganhou um novo documentário. Após um encontro com Jimmy Page anos atrás, o diretor Bernard MacMahon conseguiu convencer o músico e, por consequência, os outros membros, a participarem do filme “Becoming Led Zeppelin” – que chega aos cinemas brasileiros no próximo dia 27 de fevereiro.
O guitarrista já disse publicamente ter recusado várias propostas “bastante miseráveis” ao longo dos anos. Sendo assim, ter o aval e a colaboração dos integrantes foi uma grande vitória para o cineasta. Porém, outro desafio surgiu durante a produção: a escassez de filmagens do grupo.
Nas palavras de MacMahon à Rolling Stone, a equipe teve a sensação de que os membros “não tinham absolutamente nenhuma intenção de fazer um filme do Zeppelin” tamanha a dificuldade de encontrar gravações. E há um motivo curioso para o pouco material de arquivo.
Em uma das reuniões, Robert Plant atribuiu a culpa ao saudoso empresário Peter Grant. Segundo o vocalista, “Peter não deixava ninguém nos filmar”. Como contado pela roteirista e produtora Allison McGourty, o profissional arrancava o filme das câmeras de quem tentava gravá-los e os expulsava dos shows.
De qualquer maneira, os cineastas fizeram um árduo trabalho de pesquisa e encontraram três entrevistas inéditas com o falecido baterista John Bonham datadas dos anos 1970. Também tiveram acesso aos filmes caseiros da família por meio da irmã de Bonzo e à uma filmagem clandestina de um show de 1969, ocorrido em Bath, na Inglaterra.
McGourty voou de Los Angeles até o Reino Unido para encontrar o dono da gravação da performance. Apesar de concordar com a utilização, o indivíduo “não queria deixá-la sair de sua posse” e acompanhou cada local por onde o material passou.
A falta de imagens
Em 2010, durante uma sessão de perguntas e respostas com o site The Art Desk, Jimmy Page mostrou arrependimento pela banda não ter muito material ao vivo gravado. Na ocasião, o guitarrista pontuou:
“Olhando em retrospecto, é uma pena perceber que algumas coisas não foram suficientes: uma delas é a falta de filmagens ao vivo da banda, exceto pelo filme ‘The Song Remains the Same’, que foi feito naquela época.”
Durante uma entrevista em 1971 à BBC, compartilhada pela Classic Rock, Peter Grant expressou seu desagrado relacionado às gravações piratas. Segundo o próprio, a banda perdia dinheiro quando saíam os chamados bootlegs. É por isso que o empresário confiscava os registros.
Diante da falta de material, o próprio Led Zeppelin precisou recorrer às filmagens não oficiais. No “Led Zeppelin DVD”, lançado em 2003 com apresentações realizadas entre 1969 e 1979, por exemplo, os músicos utilizaram imagens de bootlegs como complemento. Também é possível notar a baixa qualidade dos materiais no próprio trailer de “Becoming Led Zeppelin”.
Sobre “Becoming Led Zeppelin”
Como mencionado, “Becoming Led Zeppelin” tem data de lançamento nos cinemas do Brasil. De acordo com a Sony Pictures, o novo documentário sobre a origem de uma das maiores bandas de rock da história chega às salas nacionais dia 27 de fevereiro.
Com exclusividade em IMAX, o filme é o primeiro a ser autorizado pelo grupo britânico e já conta com trailer oficial. Em sua estreia nos Estados Unidos, o documentário se tornou o maior fim de semana de abertura para um lançamento musical exclusivo no formato.
O longa acompanha a banda desde o início nos anos 1960 até a ascensão meteórica, por meio de imagens inéditas de shows e materiais exclusivos sobre a criação dos primeiros álbuns e turnês. Há depoimento dos quatro integrantes: o vocalista Robert Plant, o guitarrista Jimmy Page, o baixista John Paul Jones e o já falecido baterista John Bonham.
Diz a sinopse:
“Becoming Led Zeppelin” explora as origens do grupo icônico e a sua ascensão meteórica em apenas um ano, contra todas as probabilidades. O filme proporciona uma visão sem paralelo de como a banda de rock se formou, enquanto o público testemunha em primeira mão a formação de suas duas primeiras turnês oficiais e a criação dos primeiros álbuns, que fizeram história. Com imagens, entrevistas, atuações e música inspiradoras e psicodélicas, nunca antes vistas, o documentário explora a história da origem criativa, musical e pessoal do Led Zeppelin, com um acesso sem precedentes ao grupo e aos seus arquivos. O resultado é uma experiência visceral que transportará o público para as salas de shows e para a vida dos Led Zeppelin durante as suas primeiras turnês, acompanhada por comentários exclusivos da famosa banda.”
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