Alex Van Halen disponibilizou uma autobiografia no último mês de outubro. Intitulado “Brothers”, o livro escrito pelo baterista serviu como uma homenagem ao falecido irmão e guitarrista Eddie Van Halen.
Por consequência, a obra aborda a história da banda mencionada, parando em 1984 – ano marcado pela saída do vocalista David Lee Roth. Segundo o músico, a escolha de encerrar em tal momento deu-se pelo fato de que “o espírito real e vibrante do grupo” era presente só até tal período em sua opinião.
À Billboard, ele explicou:
“O que aconteceu depois que Dave saiu não é a mesma banda. Não estou dizendo que foi melhor ou pior ou nada disso. Ed e eu sempre demos o nosso melhor. Mas a mágica estava nos primeiros anos, quando não sabíamos o que estávamos fazendo, quando estávamos dispostos a tentar qualquer coisa.”
Sendo assim, Sammy Hagar, responsável por substituir Roth nos vocais em 1985, acredita que houve certo desdenho por parte do ex-colega ao “apagar” os anos seguintes e suas contribuições. E deixou claro o descontentamento.
O assunto veio à tona quando o Red Rocker publicou uma antiga imagem ao lado de Eddie no Instagram na última terça-feira (31). Na legenda, escreveu:
“Na década de 1990, caminhando para o palco nos bons velhos tempos. Precisava ver essa foto hoje pra fechar o ano.”
Então, na seção de comentários, um usuário afirmou que “a maioria dos puristas acha que o Van Halen acabou com a saída de David Lee Roth”. Hagar decidiu não só rebatê-lo, mas também trazer a frustração envolvendo o livro do baterista.
Mencionando o bom desempenho comercial dos álbuns “5150” (1986), “OU812” (1988), “For Unlawful Carnal Knowledge” (1991) e “Balance” (1995), que contaram com sua participação e chegaram ao topo da parada americana Billboard 200, o cantor destacou (via Loudwire):
“O Van Halen poderia ter [terminado com a saída de David], cara, mas em vez disso nós vendemos mais de 50 milhões de discos com álbuns nº 1 nas paradas e esgotamos todos os estádios do mundo por uma década inteira. Isso nunca mais aconteceu. Alex não está fazendo justiça ao legado musical de seu irmão ao não reconhecer todos os álbuns nº 1 e algumas ótimas músicas que Eddie e eu – não Alex – compusemos juntos. Não reconhecer [aqueles] 10 anos de música é uma blasfêmia à musicalidade, composição e legado de seu irmão.”
Sammy Hagar e Alex Van Halen
A briga entre os integrantes do Van Halen também envolve outro livro: a autobiografia de Sammy Hagar.
Chamada “Red: Minha vida no rock sem censuras”, a obra aborda, entre outros tópicos relacionados à sua carreira e vida, a passagem do vocalista pelo Van Halen — ocorrida entre 1985 e 1996, com um breve retorno de 2003 a 2005.
De maneira polêmica, o Red Rocker expôs inúmeros aspectos a respeito do saudoso Eddie Van Halen na publicação. Como compartilhado pela Rolling Stone à época, o cantor afirmou, por exemplo, que a casa do guitarrista estava em um estado deplorável quando o encontrou em 2004.
Ao citar o imóvel, mencionou até mesmo as teias de aranha, as garrafas no chão e a maçaneta quebrada percebidas, “como se vampiros vivessem ali”. Já em outra passagem, desta vez relatada pela Consequence, o cantor descreveu o instrumentista no período mencionado como “desleixado, assustadoramente magro e bebendo vinho direto da garrafa”.
Diante de tais comentários, Alex Van Halen ficou com uma impressão negativa a respeito do livro. Falando recentemente com o The Guardian, o baterista saiu em defesa do falecido irmão e, ao relembrar o conteúdo do material, mandou a seguinte indagação ao vocalista:
“Você realmente tem tanto ciúme do Ed? Você realmente tem tanto medo dele? Quando as pessoas se sentem dessa maneira, é assim que elas agem, tentando diminuir alguém.”
De qualquer maneira, o próprio Hagar já confessou que se arrepende do que escreveu em “Red: Minha vida no rock sem censuras”. Conversando com Paulo Baron e Regis Tadeu em 2021, manifestou tal sentimento, mas aproveitou para deixar claro que não mentiu na obra.
Ele declarou (via Rolling Stone Brasil):
“Por causa da morte prematura e trágica de Eddie Van Halen, peço desculpas do fundo do meu coração por expor seu lado sombrio. Não acho que ninguém queira saber sobre isso agora, mas, infelizmente, está no livro. É tudo verdade. Não é como se eu estivesse querendo que estava mentindo. Mas se eu escrevesse o livro hoje, colocaria apenas o lado bom de Eddie Van Halen porque ele foi um guitarrista genial, brilhante, além de um grande amigo e grande parceiro, até tudo dar errado.”
“Brothers”, o livro de Alex Van Halen
Alex Van Halen disponibilizou uma autobiografia no último dia 22 de outubro. Intitulado “Brothers”, o livro escrito pelo baterista é uma “carta de amor” ao irmão Eddie Van Halen, guitarrista e parceiro de banda falecido em 2020.
Além das edições físicas e digitais, a obra também ganhou um audiobook. Inclusive, a versão em áudio ficou marcada por uma música inédita gravada pelo saudoso guitarrista. A canção recebeu o título de “Unfinished” (em tradução livre, “inacabada”). Conforme a descrição, foi o último material que os dois compuseram juntos.
“Brothers” saiu em inglês, no exterior, pela editora HarperCollins, com 240 páginas, que incluem “fotos nunca antes vistas” retiradas dos arquivos particulares do baterista. Em comunicado, o próprio destacou:
“Eu estive com ele desde o primeiro dia. Compartilhamos um toca-discos, uma casa de 75 metros quadrados, uma mãe, um pai e uma ética de trabalho. Mais tarde, compartilhamos a parte de trás de um ônibus de turnê, o alcoolismo, a experiência de se tornar famoso… e de passar mais horas no estúdio do que passei fazendo qualquer coisa nesta vida.”
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