Ao longo de seus quarenta anos de existência, o Megadeth contou com diferentes guitarristas em sua formação. Desde 2023, quem ocupa a vaga é o finlandês Teemu Mäntysaari. Até o momento, o “novato” não participou de nenhum lançamento da banda, mas confirmou que está trabalhando junto aos colegas no sucessor do disco “The Sick, The Dying… And The Dead!” (2022).
Chris Poland, responsável por assumir a guitarra no grupo entre 1984 e 1987 e depois como músico contratado, mencionou as mudanças durante entrevista à Ultimate Guitar. Para o artista, dentre todos, um guitarrista em específico conseguiu maior destaque como parceiro de Dave Mustaine.
Quando perguntado a respeito, o artista surpreendeu ao responder:
“Gosto de Marty [Friedman], do que ele trouxe para o Megadeth. Mas acho que Kiko [Loureiro] era meu favorito de todos. Eu simplesmente gostava do jeito que ele tocava, provavelmente mais do que qualquer outro. Mas Marty ficaria em segundo lugar.”
Kiko Loureiro entrou para o Megadeth em 2015, substituindo Chris Broderick, atual membro do In Flames. Ele gravou dois álbuns de estúdio: “Dystopia” (2016), cuja faixa-título venceu um Grammy de Melhor Performance de Metal no ano seguinte, e “The Sick, the Dying… and the Dead!” (2022). O brasileiro ex-Angra deixou a banda de maneira temporária em setembro de 2023 e, poucos meses depois, confirmou o caráter definitivo.
Já Marty Friedman fez parte da fase mais bem-sucedida da história do Megadeth. O guitarrista foi peça fundamental no registro dos três álbuns mais vendidos da banda: a sequência “Rust in Peace” (1990), “Countdown to Extinction” (1992) – este o maior êxito da discografia – e “Youthanasia” (1994). Depois que saiu em 2000, voltou a eventualmente tocar com os membros em ocasiões específicas em 2023.
Kiko Loureiro e Chris Poland
Em um quadro de perguntas e respostas no seu canal oficial no YouTube em 2021, Kiko Loureiro opinou qual guitarrista escreveu solos mais difíceis para o Megadeth: Marty Friedman ou Chris Poland?
Segundo o brasileiro, as criações de Poland foram mais complicadas de aprender. O motivo não envolveu apenas técnica, já que o ex-Angra não era muito familiarizado com o estilo do colega. Ele explicou:
“Eu já conhecia a maneira de tocar do Marty Friedman, então já conhecia seus arpejos, fraseados e improvisações. Chris Poland foi uma grande descoberta para mim, ele utilizava muitas escalas diferentes e um cromatismo que eu não conhecia muito bem.”
Já para Rick Beato em 2022, Loureiro detalhou como conseguiu driblar as dificuldades nesse caso: entendendo o modo de pensar de Poland. Conforme transcrição do Metal Injection, ele disse:
“No caso de Chris Poland, Dave e os caras diziam: ‘ah, ele curtia jazz’. Então associei que no início dos anos 80, jazz tinha Al Di Meola, [John] McLaughlin e Mahavishnu Orchestra. Ele toca muito rápido, provavelmente usando a escala dominante diminuto, misturando menor e maior. Então eu toco rápido utilizando essa característica. Se eu não tentar tocar nota por nota, mas apenas tentar entender, vai soar bem parecido por causa da forma como estou ouvindo.”
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