Morreu aos 87 anos o organista Garth Hudson, último sobrevivente da The Band. A causa não foi divulgada, mas de acordo com comunicado (via Toronto Star), o artista canadense “faleceu pacificamente enquanto dormia” na manhã desta terça-feira (21) em um asilo em Woodstock, Nova York, Estados Unidos.
Hudson morava na casa de repouso há alguns anos. Sua esposa, Maud, com quem foi casado por mais de quatro décadas, faleceu em 2022.
No mesmo ano, antes da perda, um fã mobilizou uma campanha online para que outras pessoas enviassem cartas para Garth, que sentia-se “solitário e desvalorizado”. Em 2013, após 7 anos sem pagar aluguel, ele havia sido despejado de sua casa em Kingston. Seus pertences foram vendidos em uma liquidação de garagem, incluindo itens de sua carreira musical.
Já em abril de 2023, chegou a realizar uma aparição surpresa em um sarau também em Kingston, após iniciativa da cantora Sarah Perrotta. Em uma cadeira de rodas, Hudson apareceu para tocar uma versão de “Sophisticated Lady”, composta por Duke Ellington.
Sobre Garth Hudson
Garth Hudson é considerado influência por nomes como Elton John e Billy Joel. Em artigo da revista Keyboard, foi descrito como “o mais brilhante organista da história do rock”. Além de teclados e piano, consagrou-se no acordeon e em vários tipos de saxofone.
Era citado como o principal arquiteto da sonoridade da The Band. Inicialmente um grupo de apoio chamado The Hawks, batizado quando acompanhavam o músico Ronnie Hawkins entre 1958 e 1963, o projeto teve a oportunidade de ser a banda de Bob Dylan em sua infame turnê elétrica, na qual passou parte de 1965 e 1966 revolucionando como folk e rock eram apresentados ao vivo.
Hudson precisou ser convencido a se juntar à formação. Impôs uma condição: poder dizer aos pais estar trabalhando como professor de música dos outros membros.
A mencionada turnê mundial de Bob Dylan teve um fim abrupto em 29 de julho de 1966, após o cantor sofrer um acidente de moto e entrar em reclusão com a mulher e os filhos na cidade de Woodstock, no estado americano de Nova York. Na época, a banda morava no Chelsea Hotel, em Nova York, ainda sob salário. Ninguém sabia o que fazer.
Quando fevereiro de 1967 chegou, os integrantes foram chamados para Woodstock por Dylan, que queria trabalhar em material novo. Começou a nascer ali, curiosamente, o primeiro disco da The Band, “Music from Big Pink” (1968).
Como The Band, revolucionaram a música americana à sua maneira. Logo em seu álbum de estreia, marco zero do roots rock, apontaram para um caminho estilístico que foi seguido na época por Beatles, Rolling Stones, Eric Clapton e Crosby, Stills & Nash, além de definir os rumos da década seguinte em termos artísticos.
A The Band existiu até 1977, um ano após do famoso show de despedida “The Last Waltz”. Reuniu-se entre 1983 e 1999. Neste ínterim, Hudson trabalhou como músico de estúdio, colaborando com Van Morrison, Leonard Cohen, entre outros. Já em 1990, participou do show “The Wall” em Berlim de Roger Waters, junto dos colegas Levon Helm e Rick Danko — cujos álbuns solo também contaram com sua participação, além de Robbie Robertson, penúltimo a nos deixar, em 2023.
Paralelamente, lançou apenas dois discos solo de estúdio: “Music for Our Lady Queen of the Angels” (1980) e “The Sea to the North” (2001). Também fez o ao vivo “Live at the Wolf” (2005) com a esposa, Maud. Em 2010, fez a curadoria de “A Canadian Celebration of the Band”, tributo a seu grupo com conterrâneos como Neil Young, Bruce Cockburn, Mary Margaret O’Hara, Cowboy Junkies e Blue Rodeo.
Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Bluesky | Twitter | TikTok | Facebook | YouTube | Threads.