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O guitarrista com quem Axl Rose mais teve dificuldade para trabalhar junto

Nas palavras do vocalista, músico em questão era "inconsistente" e deixou o Guns N' Roses numa posição "insustentável"

Depois da saída de Slash do Guns N’ Roses em 1996, Axl Rose precisou trabalhar com diferentes guitarristas em sua posição na banda. Primeiro, quem substituiu o integrante foi Robin Finck, músico de turnê do Nine Inch Nails. Depois, já em 2000, o posto caiu nas mãos de Brian Patrick Carroll, chamado artisticamente de Buckethead.

Conhecido por apresentar-se de máscara e com um balde da rede de fast-food KFC na cabeça, o guitarrista trouxe muitos problemas para o vocalista do grupo. Nas palavras de Axl, colaborar com o colega era complicado.  

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Buckethead tocou em todas as faixas do álbum Chinese Democracy (2008), com exceção de “Catcher in the Rye” e “This I Love”. Em 2004, o músico deixou a formação da banda, por, segundo o empresário à MTV, “ficar farto da incapacidade do Guns de concluir um álbum ou turnê” — visto que a gravação do disco mencionado começou ainda na década de 1990. 

Axl, ao que tudo indica, não aceitou a justificativa. Ainda mais porque, com a baixa no grupo, o GN’R precisou cancelar sua participação no Rock in Rio Lisboa, marcada para maio de 2004. A apresentação no festival representaria o retorno da banda aos palcos, que, até então, tinha tocado pela última vez para o público em dezembro de 2002 após uma série de cancelamentos.

À época, em março de 2004, o cantor emitiu um longo comunicado a respeito de toda a situação. E fez questão de destacar a culpa e irresponsabilidade de Buckethead. Conforme o Blabbermouth (via Far Out Magazine), um trecho explicou:

“A banda foi colocada em uma posição insustentável pelo guitarrista Buckethead e sua saída prematura. Durante sua passagem pela banda, Buckethead tem sido inconsistente e errático tanto em seu comportamento quanto em seu comprometimento. Seu estilo de vida inconstante tornou impossível até mesmo para seus amigos mais próximos terem qualquer tipo de comunicação com ele […].

Independentemente da opinião de alguém sobre mim e do que eu mereço ou não, claramente os fãs, os membros desta banda, empresários, equipe e nosso grupo de apoio não merecem este tipo de tratamento. Nós, como um todo, definitivamente sentimos que oferecemos a Bucket todo acolhimento, tanto que talvez nós, ou mais precisamente, eu tenha prestado um desserviço ao Guns N’ Roses e, sem querer, permitido que o Guns fosse colocado nesta posição […]. 

Em meu nome e em nome do Guns N’ Roses, peço desculpas aos fãs que planejaram nos ver no Rock In Rio Lisboa […]. Também gostaria de expressar minha gratidão àqueles que escolheram abraçar o papel de Buckethead no Guns e apoiar nossa nova formação. Agradecemos muito as contribuições de Bucket e continuamos abertos a ‘discussões’, pois obviamente há várias questões a serem resolvidas. Enquanto isso, em vez de focarmos na parte negativa, o Guns seguirá em frente e, surpreendentemente, esse infeliz conjunto de circunstâncias pode ter nos dado a oportunidade de levar a gravação do álbum a um passo adiante. Independentemente disso, esperamos anunciar uma data de lançamento nos próximos meses.”

O relato de Doug Goldstein

Doug Goldstein, empresário do grupo entre 1991 e 2008, conviveu com Buckethead. Em 2020, ele relembrou algumas histórias sobre o guitarrista em entrevista ao podcast “Appetite for Distortion” transcrita pelo Ultimate Guitar.

Ao ser perguntado sobre como era o trato com o músico, Goldstein disse que não era uma relação ruim. Porém, vez ou outra tinha que lidar com alguns traços da personalidade peculiar do contratado – a exemplo da ocasião em que ele pediu um galinheiro em estúdio.

“Ele não se comportava mal, era como um arranhão na cabeça – essa é a melhor forma de definir. Há coisas que você não está acostumado a lidar, como ouvir (de Buckethead) que não dá para gravar suas partes no disco até que alguém construa, literalmente, um galinheiro no estúdio para que ele possa tocar.”

Apesar da situação bizarra, o empresário disse que já estava “tão acostumado a lidar com anomalias” que nem ligou.

“Quando você é contratado como manager e recebe uma ligação dizendo que alguém empurrou um piano de cauda pela janela e que foi parar no teto de algumas casas, não é um trabalho normal… ter que ligar para uma empresa que cuida de equipamentos pesados e pedir para tirar e colocar de volta no lugar.”

Além disso, Doug destacou que trabalhar com Buckethead era relativamente fácil.

“Era algo tipo: ‘ok, ele quer um galinheiro, tudo bem’. Ele era um cara muito legal. Era muito, muito tímido.”

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 24 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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