Eddie Van Halen participou de um dos maiores sucessos de Michael Jackson. O saudoso guitarrista do Van Halen é o responsável pelo solo histórico de “Beat It”, faixa presente no álbum “Thriller” (1982).
Apesar de bem-sucedida, a colaboração gerou polêmica entre os membros da banda à época. Como publicado pela MusicRadar, o músico falecido em 2020 contou que os colegas não queriam que ele se envolvesse em projetos paralelos.
Ele disse:
“Certas pessoas na banda não gostavam que eu fizesse coisas fora do grupo. Mas [o vocalista David Lee] Roth estava na Amazônia ou em outro lugar, Mike [Anthony, baixista] estava na Disneylândia e Al [Van Halen, baterista] estava no Canadá acho. Então pensei, ‘bem, eles nunca saberão’.”
Até hoje, Alex Van Halen não entende por que o irmão aceitou gravar com o Rei do Pop. Em entrevista à Rolling Stone, o baterista destacou como, ao seu ver, a criatividade era limitada e deveria ser usada somente em trabalhos do Van Halen. Tanto é que pediu para o familiar e colega de grupo não realizar a parceria — que ocorreu do mesmo jeito.
Alex explicou:
“Por que você emprestaria seus talentos para Michael Jackson? Eu simplesmente não entendo. E a parte engraçada é que Ed mentiu para se safar dizendo: ‘ah, quem conhece esse cara?’. Você errou! Confesse. Não deixe a situação pior agindo de forma estúpida.”
De fato, Eddie sustentou o argumento de que achava que seu solo passaria batido. À CNN em 2012, o guitarrista brincou:
“Falei pra mim mesmo: ‘Quem vai saber que toquei no disco desse moleque? Ninguém vai descobrir’. Errado! Erro gigantesco. Acabou levando o prêmio de Gravação do Ano no Grammy.”
Irritação de Alex com Eddie Van Halen
Diante da situação, Alex realmente ficou bravo com o irmão. Steve Lukather, membro do Toto que trabalhou como músico de estúdio nas gravações de “Thriller”, relembrou o caso em entrevista ao canal de Kylie Olsson em 2021. Ele declarou:
“O solo era incrível. Eu só dava risada. Liguei para Eddie e brinquei: ‘oh, acho que agora você virou um cara de estúdio, huh?’. E ele sempre dizia: ‘não, cara, meu irmão está realmente p#to comigo por eu ter feito isso’.”
Além do já mencionado, a raiva do baterista e da banda envolveu outro motivo: Eddie não cobrou nada por sua criação. Ao livro “Michael Jackson: For the Record”, escrito por Chris Cadman e Craig Halstead, o guitarrista defendeu-se por trabalhar de graça para o produtor Quincy Jones, pontuando:
“Eu fiz como um favor. Eu era um bobo completo, de acordo com o resto da banda, com nosso empresário e todos os outros. (Mas) Eu não fui usado. Eu sabia o que estava fazendo. Eu não faço algo a não ser que eu queira fazer”.
Sobre “Beat It” e o álbum “Thriller”
Terceiro single lançado para promover o disco “Thriller”, “Beat It” vendeu mais de 7 milhões de cópias. Chegou ao topo da parada americana, além de figurar no Top 10 de outros treze charts.
Reza a lenda que Eddie Van Halen gravou o solo de graça para retribuir um favor ao produtor Quincy Jones. A passagem foi registrada em menos de 30 minutos, sem muitos ensaios.
Estima-se que “Thriller” tenha quase 70 milhões de cópias comercializadas até hoje. Passou 37 semanas no topo da parada Billboard 200 e recebeu 12 indicações ao Grammy, faturando 8 estatuetas.
O trabalho também quebrou barreiras raciais, com Jackson se tornando o primeiro artista negro a ter um videoclipe veiculado na MTV (mais de um ano após o lançamento da emissora). Além disso, foi homenageado na Casa Branca pelo então presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan.
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