Confessori diz que tem “gente demais” tocando músicas do Angra e Shaman ao vivo

Baterista declarou que não pretende revisitar material das bandas em próximos shows solo

O baterista Ricardo Confessori concedeu entrevista ao Ibagenscast na última sexta-feira (6). Durante o bate-papo, falou sobre os planos para o futuro, que envolvem o projeto que leva seu sobrenome. Até o momento, a atividade mais recente foi o single “Into Dark Matter”, lançado no último dia 20 de agosto.

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O músico revelou que não pretende incluir nos vindouros shows músicas do Angra e Shaman, bandas que consagraram seu nome na cena. Como motivação, enfatizou o fato de elas estarem sendo executadas por uma série de formações atualmente.

Ele disse, conforme transcrição do site IgorMiranda.com.br:

“Não. A ideia não é mais tocar essa parte da carreira. Eu já estava pensando que tem muita gente fazendo isso. Acho que está ficando sem graça. Vamos ser bem sinceros. Outro dia eu estava contando e contei oito artistas diferentes que vivem de tocar as mesmas músicas. Isso não é bom. Precisamos é de música nova, não das pessoas mamando na mesma teta, falando o português claro.”

O artista reconhece que a atitude tornará tudo mais difícil em termos de conquistar o público. Ainda assim, se mantém firme na convicção.

“Óbvio que é mais difícil… são músicas tremendamente boas, não é fácil bater isso. Tanto do Angra quanto do Shaman. Mas a gente pode tentar, né? É o que estou querendo fazer.”

“Acho que já deu pra mim”

A seguir, Ricardo retrocede um pouco e deixa uma esperança em aberto para os fãs. Porém, também expõe um certo esgotamento com a conexão ao passado.

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“Lógico, posso tocar uma, tipo ‘Lisbon’ para a galera matar a saudade, mas a ideia é tocar mais músicas minhas e covers que cada um da banda gosta. Sem ser tributo ao passado. Até porque já deu. Foram 30 anos de Andre Matos, que já nem está mais aí. Acho que já deu pra mim.”

O músico reconhece já estar até preparado para receber críticas. E até aponta o caminho seguido por um ex-colega.

“Sei que muitos vão falar: ‘ah, que coisa, queria vê-lo tocar músicas antigas’. A princípio pode até rolar um sentimento assim. Mas tem o outro lado: ficar preso ao passado. Nesse momento, não. Diferentemente de outros artistas. Por exemplo, Edu Falaschi saiu sendo o Angra, um segundo Angra, tocando discos inteiros do Angra e tal. Deu certo para ele, mas eu não quero fazer isso. Quero ser lembrado inclusive por não fazer isso nesse primeiro momento.”

Sobre Ricardo Confessori

Ricardo Confessori integrou o Angra em duas etapas, entre 1993 e 2000, novamente de 2009 a 2014. A partir da virada do século, também fez parte do Shaman, fundado junto a outros dissidentes da banda. Foi o único a participar de todas as formações. O grupo existiu até 2013, retornando em 2018 e acabando em definitivo ano passado.

Ainda excursionou e gravou com nomes como Korzus e Massacration. Além da já citada “Into the Dark Matter”, lançou as músicas “Where the Eagles Fly”, “The Dark Passenger” e “The Shredder” com o próprio projeto.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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