Jack White ameaçou processar o ex-presidente americano e novamente candidato Donald Trump. Na última quinta-feira (29), a vice-diretora de comunicações do político Margo Martin utilizou “Seven Nation Army”, canção de sua antiga banda The White Stripes, para uma postagem relacionada à campanha.
Na publicação já excluída (via Variety), o republicano aparecia entrando em uma aeronave ao som da faixa lançada em 2003. Segundo a legenda, ele estava prestes a viajar para os estados de Michigan e Wisconsin.
Diante da situação, o músico destacou nas redes sociais que não havia autorizado o uso da música sob nenhuma hipótese. Em texto, chamou o político e sua equipe de “fascistas”, mencionou que entraria em contato com seus advogados e também criticou a recente postura do candidato quanto à propaganda eleitoral realizada no Cemitério Nacional de Arlington.
Considerado sagrado, o local abriga os corpos de militares mortos em combate. Ao visitá-lo, Trump divulgou registros para se autopromover, atitude vista como desrespeitosa e até mesmo contra a lei — que, conforme a CNN, proíbe atividades políticas no recinto.
Por isso, o artista escreveu:
“Nem pensem em usar minha música, seus fascistas. Um processo judicial irá chegar dos meus advogados sobre isso (mais um junto dos outros 5 mil). Tenha um ótimo dia de trabalho hoje, Margo Martin. E já que estou aqui, um ‘f#da-se’ também para DonOLD [apelido para Donald], por insultar os veteranos da nossa nação em Arlington, sua escória. Você deveria perder o voto de todas as famílias militares imediatamente se ainda existir algum sentido.”
Jack White, White Stripes e Donald Trump
Essa não é a primeira vez que Jack proíbe o candidato de utilizar “Seven Nation Army”. Em 2016, o White Stripes, inativo desde 2011, emitiu um comunicado nas redes sociais após o político aproveitar a canção para sua campanha da época. Dizia a nota:
“Em relação ao uso de ‘Seven Nation Army’ em um vídeo da campanha de Donald Trump, o The White Stripes gostaria de afirmar inequivocamente que não tem nada a ver com o vídeo. Eles estão indignados com esta associação e com o uso ilegal de sua música.”
O caso do Foo Fighters
Inúmeros artistas alegaram o uso indevido de músicas por parte de Donald Trump. É o caso de nomes como Abba, Céline Dion, Beyoncé e Foo Fighters. Recentemente, Dave Grohl e companhia vieram a público negar que tenham autorizado o emprego de “My Hero” na campanha do político.
Contudo, a equipe do candidato diz que tinha uma licença para tocar a canção em um comício. A faixa do disco “The Colour and the Shape” (1997) foi incluída no programa da última sexta-feira (23), durante evento no Arizona. Na ocasião, o ex-presidente recebeu o apoio do rival político Robert F Kennedy Jr, que foi saudado ao som da composição.
O jornal The Independent teve acesso a documentos que confirmariam que os representantes do candidato republicano realmente licenciaram a música do serviço Songview, da Broadcast Music, Inc (BMI).
Em comunicado à imprensa, um porta-voz afirmou, de forma lacônica:
“Temos uma licença para tocar a música.”
Em resposta, o Foo Fighters emitiu a mesma nota divulgada anteriormente por outros veículos, onde diz:
“Não foi pedida permissão ao Foo Fighters, e se fosse, eles não teriam concedido. Ações apropriadas estão sendo tomadas. Quaisquer royalties recebidos como resultado desse uso serão doados para a campanha Harris/Walz.”
A banda também compartilhou uma resposta curta em sua conta oficial no X/Twitter, após ser questionada por um usuário de mídia social se eles tinham concedido a permissão.
O seguidor perguntou: “Ei @foofighters, vocês deixaram Trump usar ‘My Hero’ para dar as boas-vindas ao RFK Jr. no palco?”. A reposta foi: “Não”. Mais tarde, a interação foi republicada com a legenda “Vamos deixar claro”.
Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Twitter | TikTok | Facebook | YouTube | Threads.