Como era amizade de David Gilmour e Roger Waters na era “Dark Side”, segundo Alan Parsons

De acordo com engenheiro de som, clima entre os integrantes era "amigável" e "alegre", apesar de certas discordâncias

David Gilmour e Roger Waters protagonizaram uma série de conflitos nas últimas décadas. É difícil imaginar que os eternos integrantes do Pink Floyd tenham conseguido conviver pacificamente no passado. Surpreendentemente, segundo o produtor Alan Parsons, de fato havia um coleguismo entre ambos. 

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O profissional assinou a engenharia de som do álbum Atom Heart Mother (1970) e do clássico disco The Dark Side of the Moon (1973) e até hoje se lembra daquela época. Conversando com o músico Rick Beato para seu canal no YouTube, ele detalhou o processo de criação por trás da segunda obra mencionada. 

Segundo o próprio, os músicos até tinham um certo teor crítico em relação ao desempenho um do outro. Porém, o comportamento não causava grandes problemas.

Conforme transcrição do Rock Celebrities, ele explica:

“Eles eram críticos em relação às performances uns dos outros e não tinham medo de dizer. Se David Gilmour tivesse criado um solo de guitarra incrível, Roger só diria um ‘acho que está bom, David, obrigado’ [Risos]. Era um ‘parabéns’ bem discreto.”

De qualquer forma, Alan descreveu o contexto como “alegre”, mesmo com as discordâncias criativas já existentes. Em suas palavras, todos eram amigáveis, o que torna as brigas de hoje em dia “terrivelmente tristes”.

“Eles se deram muito bem. Fazer ‘Dark Side’ foi uma alegria. Todo mundo estava interessado no que estavam fazendo. Todo mundo era amigável. É terrivelmente triste que exista uma rixa entre eles agora.”

Contato mantido

Além de trabalhar com nomes como o Pink Floyd e Beatles, o produtor de 75 anos seguiu carreira solo. Lançou tanto álbuns sozinho quanto com o The Alan Parsons Project e continua tocando ao vivo. Ele ressalta que não perdeu contato com os membros do Pink Floyd e mencionou até um embate com um dos músicos há pouco tempo.

“Tive uma pequena discussão com Roger Waters recentemente. Ele não gostou que eu toquei em Tel Aviv, em Israel, porque ele tem problemas com política no Oriente Médio. David Gilmour sempre me apoiou. Ele tocou em um dos meus álbuns solo, chamado ‘A Valid Part’. Então, ele sempre foi amigável. Nick [Mason, baterista] apareceu em uma aula que eu dei no estúdio Abbey Road, provavelmente há dois ou três anos. E ele virá para Santa Barbara, onde eu moro, daqui uma semana ou mais.”

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Alan Parsons e Roger Waters 

Provavelmente, o desentendimento com Roger Waters aconteceu já há alguns anos. Isso porque em fevereiro de 2015 o eterno integrante do Pink Floyd escreveu uma carta aberta ao engenheiro de som pedindo para que boicotasse Israel. Ele não atendeu à solicitação e, como publicado em novembro de 2017 pela revista judaica Tablet Magazine, destacou:

“Waters apelou para que eu me juntasse ao seu boicote cultural, mas eu ignorei completamente. Não tenho motivos para não ir a Israel. Eu queria ir a Israel. Ignorei seu apelo. E agora não conversamos mais.” 

Porém, o produtor é grato pelo tempo junto ao outro músico. Ao Uol em 2014, Alan também descreveu os bastidores do “The Dark Side of the Moon” como acolhedor e revelou uma importante lição que aprendeu junto ao baixista do Pink Floyd:

“Fazer o ‘Dark Side’ foi uma grande alegria, uma oportunidade incrível. Todos gostavam uns dos outros e estavam felizes na época. Aprendi com o Roger [Waters] o senso de unidade, de trabalhar em equipe. E era muito bom fazer parte daquele time.”

Pink Floyd e “The Dark Side of the Moon”

Oitavo disco do Pink Floyd, “The Dark Side of the Moon” é seu trabalho mais bem-sucedido, com mais de 45 milhões de cópias vendidas mundialmente. Permaneceu 741 semanas consecutivas na parada norte-americana entre 1973 e 1988.

Foi concebido como uma obra com temática focada nas pressões enfrentadas pela banda e os problemas de saúde mental do ex-membro Syd Barrett, que deixou o grupo em 1968. O material foi desenvolvido em performances ao vivo, com boa parte sendo executada nos palcos antes mesmo das gravações.

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

6 COMENTÁRIOS

  1. Bom dia Eloisa, o Pink Floyd, só poderia ser uma banda muito forte, porque você uma Jornalista com apenas 22 anos, discorrer uma matéria dessa com tanto conhecimento que ao meu ver demonstrou ter….

  2. O egocentrismo de Waters fez com que ele fosse excluido da banda… algo semelhante aconteceu com o Blackmore no Deep Purple…
    A partir daí, O Pink Floyd seguiu e Waters ficou ancorado na sombra do The Wall…

  3. Waters sempre foi o criativo do Floyd, mais não nego que Gilmour com seus solos elevou a banda, briga dos dois foi chato, mais individualmente Gilmour não é tão criativo quanto Waters, até seus shows são mais simples que do Waters, enfim curto os dois separadamente, respeito.

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