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Nick Mason aprova IA criando músicas do Pink Floyd: “David e Roger amigos novamente”

Baterista acredita que "seria fascinante" ver recurso tecnológico idealizando novos trabalhos da banda

A criação de músicas por meio da inteligência artificial divide opiniões e gera polêmica, ainda mais entre a própria classe artística. Quando perguntado a respeito, Nick Mason surpreendeu ao aprovar a utilização do recurso tecnológico especificamente para “novas canções” do Pink Floyd.  

Conversando com o tabloide The Mirror, o baterista disse acreditar que a IA conseguiria realizar trabalhos interessantes. Principalmente, pela perspectiva do que a banda poderia ter feito após o fim das atividades. 

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Ao seu ver, também seria incrível se a tecnologia proporcionasse um reencontro entre o baixista Roger Waters e o guitarrista David Gilmour, que protagonizaram uma série de desentendimentos nas últimas décadas. O músico declarou: 

“Seria fascinante ver novas músicas [do Pink Floyd] criadas pela IA. Executá-las seria meio que mostrar: ‘o que o Pink Floyd fez depois [do fim]?’. Deveria ter um tipo de IA em que David e Roger se tornassem amigos novamente. Poderíamos ser como o Abba [com hologramas] quando terminássemos.”

Basicamente, desde 1995 o Pink Floyd permanece inativo. Houve apenas uma pequena reunião em 2005, para apresentação no festival Live 8. Mais recentemente, sem Waters, também foram disponibilizados o disco “The Endless River” em 2014 e a faixa Hey Hey Rise Up em 2022. 

De qualquer forma, o baterista deixou claro que guarda boas lembranças dos momentos que viveu ao lado dos ex-colegas. Ele afirmou:

“Em uma carreira de 55 anos, grande parte dela foi muito divertida. Tivemos o enorme privilégio de estar em uma banda de sucesso, fazer turnês pelo mundo e sair com pessoas realmente interessantes. É um passe para conhecer todos os tipos de esportistas e atores favoritos.”

Show de hologramas

Nick Mason não foi o único a mencionar o espetáculo de hologramas do Abba. Anteriormente, David Gilmour também já deu sua opinião a respeito da proposta tecnológica.

Durante entrevista à revista Uncut em abril, o guitarrista foi questionado sobre como enxergava a ideia de o Pink Floyd ser representado neste formato futuramente. Então, o músico revelou ter assistido ao Abba Voyage, do lendário grupo sueco, e pontuou certos aspectos negativos. Ele disse:

“Se você for um fã devoto do Abba, vai acabar gostando. As imagens eram ok, mas jamais me convenceriam de que poderiam ser reais. Talvez mais perto pudesse ter outro efeito. No fim, o melhor momento foi quando a banda tocou ‘Does Your Mother Know’ ao vivo, só os músicos.”

Quanto à possibilidade de ver sua banda em uma concepção semelhante, Gilmour se mostrou cético, embora não descarte.

“Se alguém surgisse com todo o dinheiro e todas as ideias brilhantes – e depois de concordarmos com uma série de condições muito, muito difíceis e onerosas – eu diria: ‘sim, OK’.”

Pink Floyd e a inteligência artificial

Por meio da inteligência artificial, o canal Art & Intel, no YouTube, havia justamente imaginado como seriam novos álbuns do Pink Floyd caso a banda voltasse no tempo e lançasse material inédito. Até o início de junho, o usuário disponibilizava na plataforma dois discos completos seguindo a ideia. No entanto, os músicos do grupo conseguiram tirá-los do ar.

Ao acessar os vídeos antes pertencentes aos projetos intitulados “All in All” e “The Third Kind”, a seguinte mensagem aparece:

“Vídeo indisponível: Este vídeo apresenta conteúdo de Pink Floyd, que o bloqueou com base nos direitos autorais.”

Mesmo que os registros não contivessem músicas verdadeiras do Pink Floyd, ainda assim a banda foi capaz de bloqueá-los. Provavelmente, o motivo deve envolver os princípios do YouTube ligados à IA.

Em agosto do ano passado, a companhia adotou uma série de medidas com o objetivo de preservar a propriedade intelectual dos artistas. Uma delas redobra esforços na detecção de violações de direitos autorais e marcas registradas.

Diretamente, nenhum dos membros do Pink Floyd manifestou-se a respeito das criações. Mas, em maio, David Gilmour apoiou publicamente quando a família do músico Steve Marriott iniciou projeto para proibir o lançamento oficial de gravações com vocais gerados por inteligência artificial.

De qualquer forma, em setembro último, Gilmour disponibilizou o álbum “Metallic Spheres in Colour” – uma reimaginação de “Metallic Spheres”, parceria com o grupo ambient techno inglês The Orb. Para celebrar o lançamento, chegou a público o site metallicspheres.io, no qual os fãs, por meio da IA, podem criar seus próprios remixes personalizados do projeto, além de novas artes.

Em abril, o Pink Floyd também sofreu críticas ao, entre os vencedores de um concurso, selecionar vídeo criado com a ajuda de inteligência artificial. Comemorando os 50 anos de “The Dark Side of the Moon” (1973), a competição premiou clipes feitos por fãs para cada uma das faixas do álbum.

A obra em animação de Damián Gaume para a música “Any Colour You Like” contou com auxílio de IA em seu desenvolvimento. O autor afirma, em outro vídeo também publicado no canal do Pink Floyd, que a ferramenta foi calibrada com modelos criados pelo próprio.

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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