Pink Floyd é criticado após escolher vídeo feito com IA em concurso de clipes

Iniciativa que celebrou 50 anos de “The Dark Side of the Moon” gerou reclamações nas redes; autor diz que IA foi calibrada com modelos próprios

O Pink Floyd tem sofrido críticas após a divulgação do resultado de um concurso realizado pela banda. Comemorando os 50 anos de The Dark Side of the Moon (1973), a competição lançada no ano passado premiou vídeos feitos por fãs para as faixas do álbum.

Entre os vencedores, há até um brasileiro, mas outro dos vídeos selecionados foi feito com o uso de inteligência artificial (IA) — o que motivou reações negativas.

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A obra em animação de Damián Gaume para a música “Any Colour You Like” contou com auxílio de IA em seu desenvolvimento. O autor afirma, em outro vídeo também publicado no canal do Pink Floyd, que a ferramenta foi calibrada com modelos criados pelo próprio.

Isso, segundo Gaume, não caracterizaria a obra como uma autoria de IA. Ainda assim, a polêmica acabou instaurada nas redes sociais.

Alguns fãs tiveram as seguintes reações no YouTube e nas redes sociais (via Guitar.com):

— “Cuspiram na cara de artistas de verdade que colocaram seu coração e alma em cada quadro do trabalho que fizeram e submeteram a essa competição. Estou enojado.”

“Uma banda com quase 60 anos de história criando arte e chegando a isso? F*dendo com artistas de verdade e premiando esse desleixo?”

“A promoção e uso de IA em espaços criativos significa o fim da indústria do entretenimento. É capitalismo, exploração e roubo disfarçados de arte conveniente. É uma vergonha. Grupos como o Pink Floyd legitimando pessoas que roubam arte de outros deviam se envergonhar.”

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O prêmio do concurso de clipes

Apesar de um dos comentários ter citado a premiação, é importante salientar que Damián Gaume não recebeu nenhum valor em dinheiro. O artista esteve entre os escolhidos para representar cada uma das faixas de “The Dark Side of the Moon”, mas apenas os três primeiros colocados de acordo com o júri — que incluiu o baterista Nick Mason e o artista Gerard Scarfe, criador das animações do filme “The Wall” — receberam alguma recompensa financeira.

O primeiro lugar ficou com a criação de Dabrundashvili e Nikitina para “Brain Damage”, que levou 100 mil libras (cerca de R$ 636 mil na cotação atual e em transação direta). A quantia de 50 mil libras foi destinada a David Horne pelo vídeo de “Time”, dono da segunda posição. Já a terceira colocação é de Monica Fibbi, responsável por um filme curto para a faixa “Eclipse” que lhe rendeu 25 mil libras.

O brasileiro reconhecido pelo Pink Floyd

Entre os vídeos selecionados pelo Pink Floyd, está a obra de um brasileiro. Bruno Mazzilli, que já trabalhou com artistas nacionais como Céu, Emicida e Tulipa Ruiz, criou com base na música “The Great Gig in the Sky” e ficou no top 5.

Ele, que também teve um vídeo explicando seu trabalho divulgado no canal do Pink Floyd, falou com a Folha de S. Paulo sobre o concurso:

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“Em fevereiro do ano passado, um amigo me mandou um link da competição. Era para animadores e juntava duas coisas que eu curto muito: animação e Pink Floyd. Podíamos escolher entre as 10 músicas do ‘The Dark Side of the Moon’. Eu escolhi a música que bateu quando eu escutei novamente o álbum. Agora eu sei que é a música da minha vida. Teve um momento em que fiquei sobrecarregado e quase não consegui terminar. Consegui porque a banda prorrogou o encerramento”

Pink Floyd e “The Dark Side of the Moon”

Oitavo álbum de estúdio do Pink Floyd, “The Dark Side of the Moon” é seu trabalho mais bem-sucedido, com cerca de 45 milhões de cópias vendidas mundialmente. Permaneceu 741 semanas consecutivas na parada norte-americana, entre 1973 e 1988.

O material foi desenvolvido em performances ao vivo, com boa parte sendo executada nos palcos antes mesmo das gravações. Foi concebido como um trabalho conceitual focado nas pressões enfrentadas pela banda e os problemas de saúde mental do ex-membro Syd Barrett, que deixou o grupo em 1968.

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André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Interessado em música desde a infância, teve um blog sobre discos de hard rock/metal antes da graduação e é considerado o melhor baixista do prédio onde mora. Tem passagens por Ei Nerd e Estadão.

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