“Novos álbuns do Pink Floyd” são criados por fã com inteligência artificial

Canal no YouTube recorreu à tecnologia para conceber dois discos com músicas inéditas no estilo da banda

Por meio da inteligência artificial, usuários na internet continuam idealizando criações inusitadas relacionadas à música. Desta vez, o canal Art & Intel, no YouTube, imaginou como seriam novos álbuns do Pink Floyd caso a banda voltasse no tempo e lançasse material inédito.

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O trabalho mais recente ganhou o título de “All in All”. Ao todo, são doze faixas, chamadas:

  1. Keith’s Preface (Intro)
  2. When Words Collide
  3. The Body Silent
  4. Odyssey
  5. Relics of the Past
  6. Dragons
  7. The Shepherd’s Song
  8. To the Center of Your Soul
  9. Someone Else’s Dream
  10. In the Ocean’s Heart
  11. Keith’s Conclusion (Outro)
  12. Rain or Pain (faixa bônus)

Conforme observado pelo site, a conta destacou que “todos os vocais foram gerados aleatoriamente pelo software Udio usando inteligência artificial”. Também explicou que, para conceber a capa, utilizou o Midjourney, enquanto que, para editar e masterizar os áudios, optou pelo Audacity.

Em três dias, o material obteve mais de 30 mil reproduções. Ouça o resultado final abaixo:

Na seção de comentários, é possível perceber que uma parcela do público reagiu bem ao “disco”. Uma pessoa, por exemplo, opinou:

“Este álbum feito com inteligência artificial está muito bem montado! A voz de (David) Gilmour (guitarrista e um dos vocalistas) soa excelente.”

Já outra desaprovou a ausência dos vocais do também baixista Roger Waters nas canções. Ela disse:

“É muito bonito e realmente tem a essência do Pink Floyd, mas também falta a voz de Roger Waters. Sem ele, o Pink Floyd era incompleto.”

Em resposta à indagação, o Art & Intel revelou que tentou achar a base da voz do artista, mas sem sucesso. Ainda assim, deu um jeito de encaixá-lo minimamente:

“Estive procurando, mas não encontrei. Mas preste atenção na música ‘Rain Or Pain’, ele aparece um pouco.”

Semanas atrás, o canal havia “lançado” outro “disco” do Pink Floyd. Intitulado “The Third Kind”, o material seguiu os mesmos moldes do projeto citado anteriormente. Apenas apresentou menos faixas. São elas:

  1. The Third Kind (intro)
  2. You Don’t Know Life
  3. Watchful Gaze Symphony
  4. The Great Ascension
  5. Storm Before the Calm
  6. The Invisible Host
  7. A Lost Friend
  8. When We Felt Alive

Em três semanas, o conteúdo obteve 14 mil reproduções. Confira:

Mais uma vez, o Art & Intel explicou o passo a passo de todo processo. A página revela:

“Todas as músicas, vozes, instrumentos e às vezes até alguns efeitos sonoros são 100% criados pelo software Udio. Já 80% das letras são feitas pela IA por meio do ChatGPT. Estou planejando incluir letras realmente criadas à mão, mas infelizmente não sou tão bom compositor quanto Richard Wright ou Roger Waters, então relevem. Para criar uma música que combine com a voz de David é preciso definir as tags corretas: gênero musical, tom, emoção, atmosfera, instrumentos e muito mais, e isso requer muita paciência. São necessárias várias tentativas para encontrar o melhor fragmento para começar e ficar do meu agrado. Tenho a sensação de que a voz de Waters não foi incluída no banco de dados da inteligência artificial.

Leia também:  Os álbuns do Black Sabbath com a melhor produção, segundo Geezer Butler

Por fim, encontro algumas imagens legais através do Midjourney A.I. imagem (no estilo do artista Storm Thorgerson, que desenhou muitas das capas dos álbuns do Pink Floyd), e também encontro alguns efeitos sonoros cativantes e os anexo em um editor de vídeo.
Acho que o maior esforço é encontrar os fragmentos perfeitos […]. Tenho muitas músicas (quase finalizadas) que não publiquei, porque não soavam boas.”

Opinião do Pink Floyd sobre inteligência artificial

Diretamente, nenhum dos membros do Pink Floyd manifestou-se a respeito da criação, que é relativamente recente. Mas, em maio, David Gilmour apoiou publicamente quando a família do músico Steve Marriott iniciou projeto para proibir o lançamento oficial de gravações com vocais gerados por inteligência artificial.

De qualquer forma, em setembro último, Gilmour disponibilizou o álbum “Metallic Spheres in Colour” – uma reimaginação de “Metallic Spheres”, parceria com o grupo ambient techno inglês The Orb. Para celebrar o lançamento, chegou a público o site metallicspheres.io, no qual os fãs, por meio da IA, podem criar seus próprios remixes personalizados do projeto, além de novas artes.

Em abril, o Pink Floyd também sofreu críticas ao, entre os vencedores de um concurso, selecionar vídeo criado com a ajuda de inteligência artificial. Comemorando os 50 anos de “The Dark Side of the Moon” (1973), a competição premiou clipes feitos por fãs para cada uma das faixas do álbum.

A obra em animação de Damián Gaume para a música “Any Colour You Like” contou com auxílio de IA em seu desenvolvimento. O autor afirma, em outro vídeo também publicado no canal do Pink Floyd, que a ferramenta foi calibrada com modelos criados pelo próprio.

O caso do Oasis

Não foi somente o Pink Floyd que ganhou álbuns completos feitos com inteligência artificial. Por meio da tecnologia, “The Lost Tapes”, disco idealizado pela banda Breezer e atribuído ao AIsis (uma brincadeira com o nome “Oasis” e “AI”, sigla para Artificial Intelligence), simulou um material inédito do Oasis em abril do ano passado.

Em resposta a perguntas de fãs no X/Twitter se tinha ouvido o disco, o vocalista Liam Gallagher revelou ter gostado do resultado:

“Não ouvi o álbum, só uma música. É melhor que todas as outras coisas por aí.”

Diferente do irmão, Noel Gallagher não apresentou uma recepção tão positiva. Em entrevista ao NME, o guitarrista reprovou as faixas geradas pela inteligência artificial como um todo.

“Esses idiotas têm muito tempo livre e muito dinheiro para gastar em tecnologia para ficar só zoando. […] As pessoas ficaram me enviando coisas como Ringo Starr cantando ‘She’s Electric’, do Oasis. Não tenho tempo para isso. Precisamos mesmo de Freddie Mercury cantando ‘Don’t Look Back in Anger’? Alguém se importa? As pessoas dizem que é interessante, mas o que diabos é interessante para essas pessoas?”

Especificamente em relação ao “The Lost Tapes”, o cantor brincou sobre os caras terem “muito tempo livre” e “muito dinheiro para pagar uma tecnologia e fazer algo estúpido como forma de diversão”. Ainda continuou: 

“Não estou condenado pela inteligência artificial. ‘Oasis: The Lost Tapes’. Isso é sério? Realmente se parece com o Oasis? Você consegue reproduzir os vocais e o pandeiro dele (Liam) pela inteligência artificial. Mas não tenho certeza se a inteligência artificial faz o que eu faço. Assim que isso for possível, eu termino minha carreira e me aposento, vou apenas usar a p#rra do algoritmo.”

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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