Mark Knopfler diz ter piorado na guitarra desde a pandemia

Músico entende ter melhorado suas habilidades enquanto compositor — ao mesmo tempo, "enferrujou" nas seis cordas

Em meio à a pandemia de covid-19, Mark Knopfler intensificou sua rotina de composição. Com mais tempo livre, o guitarrista sentiu-se inspirado a criar novas músicas.

No entanto, enquanto esse campo passou a fluir naturalmente, suas habilidades na guitarra pioraram desde o período de quarentena. É o que garante o próprio.

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Conversando com a revista Guitarist (via Guitar), o ex-líder do Dire Straits explicou que, nos últimos tempos, priorizou outros aspectos acerca da música. Sendo assim, olhando em retrospecto para a época pandêmica, ele entende que o momento foi propício para que “abandonasse” o instrumento de seis cordas de lado — e ficasse um tanto quanto enferrujado. 

Primeiramente, Knopfler destacou:

“Bem, eu certamente tenho composto mais músicas. Não sei se isso especificamente teve  a ver com a pandemia, porque eu só tive mais tempo. Mas certamente a pandemia não me ajudou em nada em relação a tocar. Sinto que minha parte musical está muito enfraquecida, enquanto minha parte compositora está mais forte do que nunca. Se tenho ideia para uma música, então eu tento deixar acontecer, mas acho que o meu jeito de tocar se deteriorou um pouco. Eu estaria pronto para sentar e trabalhar em uma música no computador, mas não para tocá-la da maneira certa.”

Então, o frontman do já extinto Dire Straits deixou claro que não esqueceu como se toca guitarra ou algo do gênero. Em suas palavras, só precisa voltar a praticar mais. 

“Apenas é algo que parece ter acontecido recentemente e eu realmente deveria tomar medidas para focar no instrumento, passar a tocar mais. Não é que eu tenha esquecido como tocar, estou apenas enferrujado.”

Habilidades vocais

Em outra entrevista recente, ao podcast Rockonteurs (transcrita pelo Ultimate Classic Rock), Mark Knopfler esbanjou humildade ao falar sobre outra de suas habilidades: o canto. O músico afirma que nunca se enxergou como vocalista.

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“Eu ainda não penso em mim totalmente como um cantor. Levei um longo tempo para pensar em mim mesmo como um guitarrista, não se esqueça disso. E então como um compositor, isso levou tempo. Agora, cantor, eu nem estou contando.”

O músico, dono de uma técnica única como guitarrista e autor de diversos hits, destacou que só começou a cantar porque não havia ninguém na banda disposto a fazer isso. Knopfler disse ainda que só continuou no microfone principal porque percebeu que sua voz, pelo menos, não fazia as pessoas irem embora.

No entanto, ele cita um artista também de registro não muito potente, que o ajudou a aceitar suas própria limitações enquanto cantor:

“Eu acho que Bob Dylan era inspirador no sentido de que você percebia que não precisava ser clássico, sabe? Enquanto músico, eu amo e adoro Frank Sinatra e todas essas coisas, os ‘cantores cantores’, mas eu percebi na música folk que tinha algo mais acontecendo. Você poderia ser bruto enquanto cantor e ainda contar sua história. Sua história poderia acontecer, desde que você realmente se dedicasse ao que estava fazendo.”

Mark Knopfler recentemente

Mark Knopfler lança seu novo álbum solo dia 12 de abril, via Blue Note Records. “One Deep River” conta com 12 faixas em seu tracklist convencional. Ainda haverá um box-set com músicas extras exclusivas nos formatos de LP e CD – ambos integrantes da mesma caixa.

O trabalho interrompe um hiato de 6 anos desde o mais recente disco de inéditas do eterno líder do Dire Straits. Disponibilizado em novembro de 2018, “Down the Road Wherever” chegou ao top 20 em 23 paradas nacionais, com destaques para o 1º lugar na Suíça e Noruega, além do 15º nos Estados Unidos e 17º no Reino Unido.

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As gravações aconteceram em Londres, Inglaterra, no British Grove Studios. Mais uma vez, Mark trabalhou com o produtor e multi-instrumentista Guy Fletcher, que participou dos últimos anos do Dire Straits, além de ter integrado o Roxy Music e a banda solo de Bryan Ferry.

No mês passado, também recriou sua faixa instrumental “Going Home: Theme of the Local Hero”, lançada em 1983, com a participação de mais de 60 músicos – numa espécie de “We Are the World” da guitarra. 

Bruce Springsteen, Tom Morello (Rage Against the Machine), David Gilmour (Pink Floyd), Slash (Guns N’ Roses), Eric Clapton, Steve Vai, Ronnie Wood (Rolling Stones), Pete Townshend (The Who) e Brian May (Queen) estão entre os convidados, apelidados de “Guitar Heroes”. Todo o dinheiro arrecadado com a música será destinado às organizações beneficentes Teenage Cancer Trust e Teen Cancer America, voltadas aos adolescentes com câncer.

Sobre o músico

Nascido em Glasgow, Escócia, Mark Freuder Knopfler foi criado em Manchester, Inglaterra. Seu pai, húngaro, fugiu do país em 1939, devido a ameaças por sua postura antifascista.

Em 1977 fundou o Dire Straits com seu irmão, David. A banda existiu até metade dos anos 1990 – com uma parada entre 1988 e 1991 –, vendendo mais de 100 milhões de discos em todo o mundo.

Desde 1996 se dedica à carreira solo, além de assinar trilhas de filmes. Canhoto, não inverteu as cordas da guitarra, se adaptando ao convencional. Também não usa palheta, tocando apenas com os dedos.

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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