Como é trabalhar com James Hetfield, segundo produtor

Greg Fidelman comparou experiência ao lado do frontman do Metallica com época em que atuou como engenheiro de som do lendário Johnny Cash

O produtor Greg Fidelman tem acompanhado o Metallica na turnê M72, além de ter assinado a produção dos dois últimos álbuns da banda – Hardwired… to Self-Destruct (2016) e 72 Seasons” (2023). A essa altura, ele conhece bastante sobre os integrantes, especialmente James Hetfield, notório pela personalidade complexa.

Em conversa com o podcast The Metallica Report (transcrita pelo Ultimate Guitar), o profissional foi levado a comparar a experiência de conviver com Hetfield com outra parceria. No passado, Fidelman foi o engenheiro de som de Rick Rubin durante a criação de alguns álbuns da série “American”, de Johnny Cash.

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O produtor começou falando sobre como foi trabalhar com o ídolo country:

“Sim, ele tinha aquela presença, muito diferente, na minha experiência. Trabalhando com Johnny, ele tinha aquela vibe mais velha, muito grata e cavalheiresca, mas ainda havia a lenda, parte dela. Eu acredito que a parte da pessoa que é a lenda também tem a ver com a pessoa que aborda a lenda, o que eles têm em mente.

Então para mim e para a maioria das pessoas, provavelmente, trabalhar com Johnny Cash era algo saído de um conto de fadas. Eu estava um pouco apreensivo e também, isso foi no começo da minha carreira. Mas quando eu ouvia Johnny dizer entre os takes ou algo assim: ‘ei, Greg, pode me trazer outra xícara de chá?’, quando eu ouvia aquilo nos falantes da sala de controle, eu definitivamente ficava: ‘uau, ok!’.”

A personalidade de James Hetfield

Em seguida, Greg Fidelman foi então convidado a fazer uma comparação entre as “presenças” de Johnny Cash e James Hetfield, sendo perguntado se os dois exalam a mesma energia. Ele concordou, mas começou desmistificando um pouco a imagem do vocalista e guitarrista do Metallica:

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“Eu concordo, definitivamente. James também é obviamente muito mais jovem do que Johnny quando eu o conheci, mas James não é o cara tipo ‘dedo do meio’ que as pessoas veem de fora. Eu não conheço esse James. Eu sei a respeito desse James, mas do tempo que estou trabalhando com ele, ele tenta não ser nada além de apenas um cara. Eu acho que ele não gostaria disso, mas ele é mais do que isso.”

A diferença principal, segundo o produtor, está na personalidade mais fechada de Hetfield. Ele afirma:

“Quando James entra, tem uma presença, mas James também se tornou grato e tenta ser muito gentil. James ainda tem um tipo de personalidade muito mais mercuriana, onde os humores são claros e você sabe quando eles estão deste, daquele ou daquele outro jeito. São coisas boas, mas há algo diferente. James pode ser muito mais difícil de você se aprofundar – é muito fácil trabalhar com ele, para mim, de qualquer forma – mas entender o que está acontecendo lá dentro. Lá, as vezes é um pouco complicado.”

Metallica em 2024

O Metallica volta à estrada a partir de maio. Há shows marcados para Europa e América do Norte. O México é a última parada já agendada, em setembro. Os sul-americanos seguem aguardando confirmações, com especulações apontando que a banda passa por esses lados do mapa ainda em 2024.

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A turnê “M72” tem como característica a realização de dois shows em cada cidade. Os repertórios são totalmente diferentes em cada apresentação. O grupo divulga o álbum “72 Seasons”, lançado ano passado. O trabalho já ganhou disco de prata no Reino Unido, além de ouro na Alemanha e França. Chegou ao 2º lugar no The Billboard 200, principal parada dos Estados Unidos.

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André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Interessado em música desde a infância, teve um blog sobre discos de hard rock/metal antes da graduação e é considerado o melhor baixista do prédio onde mora. Tem passagens por Ei Nerd e Estadão.

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