Iron Maiden tentou ser prog com teclados de “Seventh Son”? Steve Harris responde

Álbum incorporou elementos à sonoridade da banda que são utilizados de forma constante ainda hoje

Se hoje o Iron Maiden é uma banda progressiva de forma explícita, o passo inicial foi dado em “Seventh Son of a Seventh Son”. O álbum foi o primeiro em que o à época quinteto – hoje sexteto – se valeu do uso de teclados de forma massiva, incorporando elementos que seriam usados posteriormente em sua sonoridade.

Também foi o primeiro em que o grupo se valeu de um conceito lírico amarrando as músicas, embora a história não siga uma linha temporal organizada. Ele foi inspirado na obra “Seventh Son”, de Orson Scott Card.

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Em entrevista de 2015 à revista Prog, o baixista Steve Harris garantiu que os objetivos iniciais eram outros que não estabelecer um novo rótulo estilístico.

“Era mais uma questão de tecnologia do que tentar ser uma banda progressiva. Começamos a usar sintetizadores de guitarra em ‘Somewhere in Time’. Mas todos nós cansamos de ter que voltar correndo para apertar um botão ou pedal. Assim, decidimos que no próximo álbum continuaríamos com esses sons, mas se valendo de teclados. Foi isso, realmente. Não sentamos e dissemos ‘Vamos escrever um álbum progressivo!’ Para mim, a referência progressiva é mais óbvia em algo como ‘Blood Brothers’, de ‘Brave New World’. Eu acho que você realmente pode ouvir a influência do Jethro Tull nessa música.”

O teste do tempo e as comparações com o Queensrÿche

Três décadas e meia depois, Steve entende que o disco se mantém relevante e resistente ao teste do tempo.

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“Acho que a história funciona muito bem, por mais que você fique restrito quando tenta escrever música para uma história. Dedicamos muito de nossos pensamentos em busca do resultado. Foi uma boa mudança para nós e acho que funcionou muito bem. Na época, Bruce disse que achava que ‘Operation: Mindcrime’ era mais um álbum conceitual adequado. E era um ótimo disco, mas não acho que fosse mais válido do que o nosso.”

Foram vários os momentos em que o vocalista Bruce Dickinson mencionou a obra-prima do Queensrÿche como superior. Em entrevista de 1998, resgatada pelo BraveWords.com – site da extinta revista canadense Brave Words & Bloody Knuckles -, o frontman refletiu:

“A única coisa que achei estranho é que levamos o álbum até um certo ponto e depois ele nunca mais foi desenvolvido. E no mesmo ano, enquanto estávamos no meio da mixagem ou algo assim, ouvi algumas faixas avançadas de ‘Operation: Mindcrime’, do Queensrÿche. Fiquei impressionado. Estava dirigindo por uma rua através de um parque na Alemanha, ouvi essas quatro músicas, parei o carro e sentei lá com a cabeça entre as mãos. Eles tinham feito o álbum que deveríamos e poderíamos ter feito se ao menos tivéssemos forçado, se ao menos tivéssemos pensado bem, sentado, planejado e discutido.

Você simplesmente não faz um álbum conceitual como esse em cinco minutos. Não é apenas colar algumas coisas e dizer ‘ok, esse é um álbum conceitual.’ Esse foi o meu sentimento. Fiquei orgulhoso, mas sempre tive esse pensamento de que artisticamente ficamos em segundo lugar. Em termos de revisão, nós também estávamos. Em termos da forma como o mundo percebe tudo, ‘Mindcrime’ foi um álbum inovador, ‘Seventh Son…’ não foi bem assim. Para os fãs do Maiden era, mas havia esse sentimento de que existia o mundo da banda e existia o resto do mundo.”

Iron Maiden e “Seventh Son of a Seventh Son”

Lançado em 11 de abril de 1988, “Seventh Son of a Seventh Son” foi o sétimo álbum de estúdio do Iron Maiden, como seu título meio que deixa claro. Representando a proposta de um ciclo, o álbum abre e finaliza com a mesma e breve peça acústica.

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Chegou ao primeiro lugar na parada britânica. Ganhou disco de ouro nos Estados Unidos, Reino Unido, Suíça e Alemanha, além de platina no Canadá. Marcou a despedida do guitarrista Adrian Smith, que retornaria em 1999.

A seguir, a banda adotaria uma postura mais “volta ao básico” em “No Prayer for the Dying” (1990) e “Fear of the Dark” (1992). As características complexas seriam retomadas em “The X Factor” (1995) e mantidas até hoje.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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