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Por que Paulo Miklos saiu do Titãs

Sequência de tragédias e desejo de realizar trabalhos diferentes levaram o titã que todos julgavam eterno a deixar a banda

Paulo Miklos fazia parte da turma de amigos do Colégio Elite de onde o Titãs surgiu. Então, ele era um Titã antes mesmo de ser um Titã.

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O cantor e multi-instrumentista permaneceu por quase 35 anos, tornando-se praticamente a alma do grupo. Então, sua saída até hoje é estranha de processar.

Em entrevista de 2017 à Rolling Stone Brasil, Miklos falou sobre como era atrelado à banda:

“Você sabe que eu nunca pensei [em sair dos Titãs] durante esse tempo todo? Muito pelo contrário: sempre fui o mais indignado com as saídas dos meus companheiros. Fui fiel e apaixonado pela ideia da banda, defendia e tudo mais.”

Paulo Miklos saiu do Titãs

Assim como foi o caso com Nando Reis, Paulo Miklos saiu do Titãs em uma história que começou com perdas. Em 2012, a mãe dele morreu por causa de um câncer no pulmão. Um ano depois, sua esposa, Rachel Salem, com quem estava junto desde 1982, sucumbiu à mesma doença. No início de 2014, seu pai faleceu.

Durante esse período, Miklos continuou parte ativa da banda, participando das gravações do 14º álbum de estúdio, “Nheengatu” (2014). Ele contou à Rolling Stone Brasil sobre como, apesar de ter ajudado a se manter à tona, o processo revelou desejos externos:

“No momento de perder o norte, o trabalho e os meus amigos foram minha base de sustentação. Estive muito presente naquele álbum. Estava lá, compondo riffs, muito instigado. Só que, ali, eu não estava falando de mim, porque as coisas que escrevia sobre mim eram muito soturnas. Não cabia.”

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

Miklos continuou no Titãs por dois anos além disso, se apresentando na turnê que promoveu “Nheengatu”. Entretanto, ele tinha coisas a fazer — e canções a gravar — que não se alinhavam com a direção do grupo.

O músico descreveu à Rolling Stone Brasil:

“Senti que eu só poderia fazer alguma coisa com a entrega que eu gostaria de ter se estivesse fora. Porque, não fosse isso, o Titãs seria meu principal projeto, pelo qual eu lutaria todo o tempo – como foi por 34 anos.”

O contexto da saída

A esse ponto, Titãs era formado por Tony Bellotto, Sérgio Britto, Branco Mello e ele. Arnaldo Antunes saiu em 1992. Nando Reis foi porta afora dez anos depois. Charles Gavin durou até 2010 antes de pular do barco, alegando querer passar mais tempo com a família. Só haviam restado aqueles que nunca deixariam o grupo.

Então imagine o choque quando Miklos comunicou aos outros três sua saída na primeira noite da turnê americana de “Nheengatu”, em 2016. Bellotto, Mello e Britto consideraram dar fim ao grupo, mas decidiram continuar.

Foto: Paty Sigiliano

Paulo Miklos após Titãs

O primeiro álbum solo desde que Paulo Miklos saiu do Titãs, “A Gente Mora no Agora”, saiu em 2017. Nele, toda a dor que sentiu naquele período e não viu como expressar na música da banda foi escancarada. Desde então, o músico lançou outro trabalho, “Do Amor Não Vai Sobrar Ninguém”, de 2022, e emendou trabalhos variados como ator — inclusive interpretando Adoniran Barbosa em sua cinebiografia.

Apesar de ser visto como o mais apegado ao Titãs entre os ex-integrantes, Miklos foi quem deixou claro ao jornal O Estado de S. Paulo (via Terra) que a reunião tem um final marcado no Lollapalooza Brasil 2024:

“É pra dizer adeus – mesmo! O grande sucesso dessa turnê está ligado ao fato de que ela é única. Iríamos fazer só até o dia 31 de dezembro, mas fomos seduzidos pelo Lollapalooza, que será um grande desfecho.”

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Pedro Hollanda
Pedro Hollanda
Pedro Hollanda é jornalista formado pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso e cursou Direção Cinematográfica na Escola de Cinema Darcy Ribeiro. Apaixonado por música, já editou blogs de resenhas musicais e contribuiu para sites como Rock'n'Beats e Scream & Yell.

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Paulo Miklos fazia parte da turma de amigos do Colégio Elite de onde o Titãs surgiu. Então, ele era um Titã antes mesmo de ser um Titã.

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O cantor e multi-instrumentista permaneceu por quase 35 anos, tornando-se praticamente a alma do grupo. Então, sua saída até hoje é estranha de processar.

Em entrevista de 2017 à Rolling Stone Brasil, Miklos falou sobre como era atrelado à banda:

“Você sabe que eu nunca pensei [em sair dos Titãs] durante esse tempo todo? Muito pelo contrário: sempre fui o mais indignado com as saídas dos meus companheiros. Fui fiel e apaixonado pela ideia da banda, defendia e tudo mais.”

Paulo Miklos saiu do Titãs

Assim como foi o caso com Nando Reis, Paulo Miklos saiu do Titãs em uma história que começou com perdas. Em 2012, a mãe dele morreu por causa de um câncer no pulmão. Um ano depois, sua esposa, Rachel Salem, com quem estava junto desde 1982, sucumbiu à mesma doença. No início de 2014, seu pai faleceu.

Durante esse período, Miklos continuou parte ativa da banda, participando das gravações do 14º álbum de estúdio, “Nheengatu” (2014). Ele contou à Rolling Stone Brasil sobre como, apesar de ter ajudado a se manter à tona, o processo revelou desejos externos:

“No momento de perder o norte, o trabalho e os meus amigos foram minha base de sustentação. Estive muito presente naquele álbum. Estava lá, compondo riffs, muito instigado. Só que, ali, eu não estava falando de mim, porque as coisas que escrevia sobre mim eram muito soturnas. Não cabia.”

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

Miklos continuou no Titãs por dois anos além disso, se apresentando na turnê que promoveu “Nheengatu”. Entretanto, ele tinha coisas a fazer — e canções a gravar — que não se alinhavam com a direção do grupo.

O músico descreveu à Rolling Stone Brasil:

“Senti que eu só poderia fazer alguma coisa com a entrega que eu gostaria de ter se estivesse fora. Porque, não fosse isso, o Titãs seria meu principal projeto, pelo qual eu lutaria todo o tempo – como foi por 34 anos.”

O contexto da saída

A esse ponto, Titãs era formado por Tony Bellotto, Sérgio Britto, Branco Mello e ele. Arnaldo Antunes saiu em 1992. Nando Reis foi porta afora dez anos depois. Charles Gavin durou até 2010 antes de pular do barco, alegando querer passar mais tempo com a família. Só haviam restado aqueles que nunca deixariam o grupo.

Então imagine o choque quando Miklos comunicou aos outros três sua saída na primeira noite da turnê americana de “Nheengatu”, em 2016. Bellotto, Mello e Britto consideraram dar fim ao grupo, mas decidiram continuar.

Foto: Paty Sigiliano

Paulo Miklos após Titãs

O primeiro álbum solo desde que Paulo Miklos saiu do Titãs, “A Gente Mora no Agora”, saiu em 2017. Nele, toda a dor que sentiu naquele período e não viu como expressar na música da banda foi escancarada. Desde então, o músico lançou outro trabalho, “Do Amor Não Vai Sobrar Ninguém”, de 2022, e emendou trabalhos variados como ator — inclusive interpretando Adoniran Barbosa em sua cinebiografia.

Apesar de ser visto como o mais apegado ao Titãs entre os ex-integrantes, Miklos foi quem deixou claro ao jornal O Estado de S. Paulo (via Terra) que a reunião tem um final marcado no Lollapalooza Brasil 2024:

“É pra dizer adeus – mesmo! O grande sucesso dessa turnê está ligado ao fato de que ela é única. Iríamos fazer só até o dia 31 de dezembro, mas fomos seduzidos pelo Lollapalooza, que será um grande desfecho.”

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Pedro Hollanda é jornalista formado pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso e cursou Direção Cinematográfica na Escola de Cinema Darcy Ribeiro. Apaixonado por música, já editou blogs de resenhas musicais e contribuiu para sites como Rock'n'Beats e Scream & Yell.

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