A curiosa forma como Max Cavalera convenceu Blackmore a lhe dar atenção

Fã do guitarrista britânico, brasileiro fazia parte do Sepultura quando conseguiu conversar por horas com o ídolo, conhecido pelo temperamento difícil

Uma das maiores influências de Max Cavalera é o Deep Purple. O atual frontman do Soulfly sempre nutriu admiração pela banda, sobretudo pelo guitarrista Ritchie Blackmore – com quem teve uma curiosa interação no passado. 

Durante entrevista para Guitar World, o músico relembrou o encontro com o ídolo, que aconteceu enquanto ainda estava no Sepultura. Na ocasião, o instrumentista inglês, conhecido pelo temperamento difícil, não queria conversar com ninguém, mas abriu uma exceção para Cavalera por um motivo específico: futebol.

- Advertisement -

Ele disse:

“Eu o conheci enquanto estava no Sepultura. De início, estávamos em uma roda com um monte de gente e ele não estava interessado em falar com ninguém. Mas no momento em que perguntei ‘você gosta de futebol?’, ele respondeu ‘sim, vem comigo!’ e me levou para o canto do bar. Conversamos por duas horas. Sempre que as pessoas vinham incomodá-lo, ele dizia: ‘saia daqui, estou conversando com Max sobre coisas sérias, deixem a gente em paz!’.”

Em seguida, o artista detalhou alguns dos tópicos que ambos conversaram – e deu uma dica para quem pretende chamar atenção de Blackmore:

“Conversamos sobre futebol brasileiro e futebol inglês, coisas como David Beckham e Manchester United. Essa foi uma experiência louca que nunca vou esquecer. Meus colegas de banda ficaram com ciúmes, perguntando como eu consegui. Tudo o que você precisa fazer se encontrar esse cara é falar de futebol.”

Por fim, Max aproveitou o bate-papo, cujo intuito era destacar os guitarristas que moldaram o seu som, para mencionar novamente a paixão pelo Deep Purple:

Leia também:  Por que até Ritchie Blackmore deixava Yngwie Malmsteen entediado artisticamente

“Eu simplesmente amo o Deep Purple. Eles são tão subestimados no metal. Eles deveriam estar no topo junto do Black Sabbath e Led Zeppelin. Ritchie foi especial porque combinou a sinfonia clássica que pegou de Beethoven com o rock pesado.”

Ritchie Blackmore, Brasil e futebol

Em 1991, o Deep Purple fez sua primeira visita ao Brasil, para uma série de 7 shows em São Paulo, Curitiba, Porto Alegre e Rio de Janeiro. Na época, a banda contava com o recém-contratado vocalista Joe Lynn Turner, mas o resto da formação era a clássica: Ian Paice na bateria, Jon Lord nos teclados, Roger Glover no baixo e o famoso – para o bem e para o mal – Ritchie Blackmore na guitarra.

Blackmore acabou dando um show de antipatia na turnê brasileira, culminando em um episódio curioso envolvendo um jogo de futebol. O jornalista André Barcinski contou a história na revista Placar, em matéria resgatada pelo Blog do Finken.

O repórter cobriu a passagem do Purple e logo fez amizade com Glover e Paice, os mais simpáticos do grupo, que revelaram a ele o desejo de organizar uma “pelada”. Barcinski se prontificou a arrumar um local – em Embu das Artes, na região metropolitana de São Paulo – e tudo ia bem até Blackmore começar a fazer suas exigências.

Leia também:  A música do Metallica que Lars gostaria de ouvir o Deep Purple tocar

O lendário guitarrista demandava escolher a formação dos times, um vestiário exclusivo e camisas azuis e pretas. A última parte obrigou o empresário a rodar São Paulo inteira atrás de camisas do Grêmio, o time brasileiro mais famoso com as cores.

Marcado para um sábado de manhã, o jogo contaria com os integrantes do Deep Purple e membros da equipe, além de profissionais da imprensa e funcionários do jornal Folha de S. Paulo, para onde André Barcinski trabalhava na época. A ordem de Ritchie Blackmore era clara: antes do ônibus levando todo mundo do hotel, ele iria sozinho, com um motorista, até o local do jogo – em uma Mercedes dourada.

O motorista de Blackmore acabou se perdendo e foi parar em uma favela. Desse modo, o guitarrista chegou depois do resto do pessoal. Após dispensar o já irritado “piloto”, começou então a partida. Ritchie jogava sempre na “banheira” e reclamava muito com a única pessoa para quem dirigia a palavra diretamente: seu segurança particular.

Assim, houve uma irritação geral dos jogadores com Blackmore. Tanto que surgiu um combinado de última hora: ninguém mais passaria a bola para ele, isolando o guitarrista, que não parava de reclamar.

A situação piorou no final do jogo, quando um motorista da Folha acertou uma entrada criminosa no músico – o que levou todos, já de “saco cheio”, a caírem na risada. Cansado e provavelmente lesionado depois do carrinho, Blackmore entrou de volta na Mercedes dourada alugada e foi para o hotel. O relato completo de André Barcinski pode ser lido no Blog do Finken.

Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Twitter | Threads | Facebook | YouTube.

ESCOLHAS DO EDITOR
InícioCuriosidadesA curiosa forma como Max Cavalera convenceu Blackmore a lhe dar atenção
Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

DEIXE UMA RESPOSTA (comentários ofensivos não serão aprovados)

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui


Últimas notícias

Curiosidades