Por que o Guns N’ Roses recusou Paul Stanley como produtor de “Appetite”, segundo Duff

Vocalista e guitarrista do Kiss foi um dos muitos que tentaram trabalhar com a banda no hoje famoso álbum de estreia

Appetite for Destruction” (1987), do Guns N’ Roses, é um dos maiores discos de estreia da história. Contudo, sua produção foi conturbada.

A banda trabalhou com vários possíveis produtores antes de se firmarem com Mike Clink. Alguns nomes famosos foram cogitados para a vaga — incluindo alguns músicos famosos, a exemplo de Paul Stanley, vocalista e guitarrista do Kiss.

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Os dois lados da história têm versões ligeiramente diferentes sobre o motivo da parceria não ter dado certo. O assunto voltou à tona durante participação do baixista Duff McKagan no podcast Broken Record (via Ultimate Guitar).

Do lado do GN’R, ele relembrou a situação da seguinte forma:

“Nós nos sentamos com Paul Stanley apenas porque, tipo: ‘uau, é o Paul Stanley do Kiss!’. Se nada desse certo, ele veio ao Raji’s e viu nosso show. Então, ele veio se encontrar conosco e conversar sobre produzir o disco. Não combinava. Dava para dizer já de cara. Nós estávamos falando sobre música e as ideias dele e as nossas ideias eram diferentes.”

O outro lado da história

Paul Stanley, por sua vez, descreveu o encontro em termos bem diferentes em sua biografia “Uma vida sem máscaras”. O cenário na casa onde os membros do Guns N’ Roses moravam era tudo, menos glamuroso. E uma música em especial desagradou bastante o músico do Kiss. A transcrição é do Whiplash.

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“Duff (McKagan) e Steven (Adler, baterista) estavam se ‘automedicando’ na varanda; Izzy (Stradlin, guitarrista) estava apagado, com baba escorrendo pela boca; e Axl (Rose, vocalista) estava cagando. Eu nem percebi que a figura de cabelo encaracolado quase em coma era o guitarrista solo que se denominava Slash — o mesmo gentil garoto que conheci antes da gravação de ‘Creatures of the Night’ (1982), anos antes. Aí então Axl veio falar comigo e tocou algumas músicas em um toca-fitas vagabundo que estava jogado por lá. Não preciso nem dizer que as músicas não eram impressionantes. Quando eles tocaram ‘Night Train’, eu achei horrível.”

Por não ter gostado, Stanley ainda tentou salvar “Nightrain”, sugerindo a Axl Rose uma abordagem mais pop. Vale lembrar que essa era a época do estouro do Bon Jovi e o próprio Kiss estava fazendo um som bem menos pesado na segunda metade dos anos 1980. É claro que o frontman do Guns não gostou nada da proposta e a ideia não seguiu em frente.

Problemas com Slash

Mas o problema é maior do que a diferença de ideias musicais, segundo Paul Stanley. Ainda em sua biografia, o vocalista e guitarrista relata que assistiu a banda ao vivo – e gostou –, mas que Slash pediu sua ajuda com “Appetite for Destruction”. A partir daí, a coisa fica feia para o homem da cartola.

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“As lembranças de Slash são equivocadas pelo estado que ele se encontrava. Ele finge que eu ousei a mexer no som da banda. O que fiz foi ensinar a afinar a guitarra no estilo de Keith Richards e oferecer contato de pessoas que poderiam lhe arrumar guitarras de graça.”

E não parou por aí: Stanley acusa Slash de ter zombado dele pelas costas e espalhado boatos de que ele era gay. Depois disso, qualquer tipo de parceria se tornou inviável.

“Soube que Slash falava mal de mim pelas costas. Me chamava de gay, fazia piada das minhas roupas. Aconteceu antes de ele assumir a persona com a cartola, óculos escuros e cigarro, que o deu dinheiro. Meses depois, ele me ligou para falar das guitarras grátis, e eu disse: Você quer minha ajuda depois de ter falado tanta asneira sobre mim? Não lave roupa suja em público. Vá se f*der”.

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André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Interessado em música desde a infância, teve um blog sobre discos de hard rock/metal antes da graduação e é considerado o melhor baixista do prédio onde mora. Tem passagens por Ei Nerd e Estadão.

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