Sheila E. sentiu-se “usada” durante sessões de “We Are the World”

Lionel Richie havia prometido um momento solo para a cantora e baterista na faixa, mas teria aproveitado sua presença para tentar atrair Prince

Lançada em 1985 pelo projeto USA for Africa, a faixa “We Are the World” tinha como objetivo arrecadar fundos para o combate da fome e das doenças na África. Ao todo, 45 artistas participaram da música, que foi um sucesso. Contudo, nem todo mundo saiu feliz com o resultado final. 

No documentário da Netflix “A Noite que Mudou o Pop”, conforme a Ultimate Classic Rock, Sheila E. revelou que sentiu-se “usada” pela equipe do single. Segundo a cantora e baterista, Lionel Richie — compositor da canção junto de Michael Jackson — havia prometido que ela teria um momento solo na obra, mas não cumpriu com o combinado. 

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Em seu depoimento, ela destacou o auge que vivia naquele período. Por isso, quando o convite surgiu durante a premiação American Music Awards (AMAs), adorou a ideia.

“Naquela época, eu era a atração de abertura da turnê ‘Purple Rain’, do Prince, estava voando. Quando cheguei ao AMAs, estava louca. E eu estava muito nervosa Lembro que Lionel me disse: ‘depois das AMAs todo mundo vai gravar essa música e eu quero que você cante um dos versos’, e então eu disse ‘oh, com certeza’.”

No entanto, o foco da conversa acabou mudando, já que a musicista tinha uma relação próxima com Prince – tanto profissional quanto romanticamente. O fato de que ela poderia convencer o cantor a colaborar em “We Are the World” virou prioridade e não mais o seu momento solo.

“Lionel disse que esperava que Prince também cantasse um verso na música. Eu disse: ‘legal, mas você sabe, ele tem o tempo dele’. Liguei para Prince para avisá-lo como estava indo. Eu disse: ‘acho que talvez você deva vir, está muito legal, todo mundo está se divertindo muito’.” 

Com o passar do tempo, a própria ficou frustrada diante da situação.

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“Estava ficando tarde e eu estava ansiosa para cantar um dos versos. Mas eles continuaram perguntando: ‘você acha que Prince virá?’. Eu comecei a sentir que estava sendo usada lá, porque eles queriam que Prince aparecesse e quanto mais tempo eles me mantivessem, maior seria a chance de Prince aparecer.”

No fim das contas, Sheila aceitou que não teria o trecho prometido e decidiu ir embora. Agora, ao relembrar o ocorrido, ela revelou acreditar que não havia qualquer vontade real de alguém colocá-la em evidência na faixa. 

“Eu já sabia que Prince não iria, porque tinha muita gente e ele ia se sentir desconfortável. Eu disse ao Lionel: ‘eu vou embora’. Eles nunca tiveram a intenção de me fazer cantar um verso, o que me machucou um pouco.”

“We Are the World” e Prince

Prince, de fato, foi convidado para participar de “We Are the World”. Porém, é difícil detalhar o que realmente aconteceu, já que existem várias versões a respeito de sua ausência.

Music Radar aponta que, por exemplo, um jornal afirmou que o cantor ficou fora pelo simples desinteresse em cantar com outros artistas. Outro garantiu que o artista desistiu após descobrir que Bob Geldof havia o chamado de “arrepiante”.

Já para o livro “Let’s Go Crazy”, de Alan Light, a engenheira de som de Prince, Susan Rogers, tem outra versão. Ela afirma que testemunhou o momento em que Quincy Jones ligou para Prince e o convidou para participar da canção, mas que o artista já recusou a proposta.

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“Estava com o Prince no estúdio em sua casa, apenas nós dois. Aí, ele recebeu a ligação do Quincy Jones perguntando a ele se queria ser parte de ‘We Are the World’. Só pude escutar o lado de Prince na conversa, mas ele recusou. Foi uma conversa longa e Prince disse: ‘eu posso tocar guitarra?’. E eles disseram ‘não’, e ele definitivamente disse: ‘ok, então posso mandar a Sheila (E, baterista de sua banda)?’ E ele mandou a Sheila.”

Para a mesma obra, Bob Cavallo, que era o empresário de Prince, corroborou o que Susan Rogers afirmou.

“Durante o (evento) American Music Awards (que ocorreu antes da gravação de ‘We Are the World’ com todos os artistas), ele (Prince) ficou me dizendo que a única coisa que ele faria era tocar guitarra. Então, liguei para o Quincy e ele disse: ‘não preciso dele tocando a p*rra da guitarra!’ e ficou bravo.”

Ao documentário da Netflix “A Noite que Mudou o Pop”, Lionel Richie endossa a versão de que o problema envolveu o fato de que Prince queria tocar guitarra e não cantar.

“Eu estava ao telefone com o Prince. Ele disse: ‘quero tocar um solo de guitarra, em uma sala diferente’. Eu falei: ‘não, não, não… estamos todos cantando na mesma sala, eu preciso que você venha e cante’.”

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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