Homens que acusam Michael Jackson de abuso querem julgamento antes de filme

Coreógrafo e dançarino Wade Robson e ex-ator James Safechuck processaram o espólio do cantor anos atrás; casos foram reabertos em agosto de 2023

O coreógrafo e dançarino Wade Robson e o ex-ator James Safechuck acusaram Michael Jackson de abuso infantil entre 2013 e 2014 e moveram uma ação contra o espólio do cantor, falecido em 2009. Como a Justiça dos Estados Unidos aceitou reabrir os processos no ano passado, ambos os autores querem que o julgamento aconteça antes do lançamento da cinebiografia do artista, no início de 2025.

De acordo com a Rolling Stone, as denúncias dos dois envolvidos foram unidas em um mesmo caso. Publicamente, eles já haviam contado suas histórias no documentário “Leaving Neverland” (2019). 

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John C. Carpenter, advogado das alegadas vítimas, deseja que eles sejam ouvidos até fevereiro do ano que vem, pois acredita que o filme sobre a vida do Rei do Pop será extremamente bajulador e destoará da realidade. No caso, a produção conta com a colaboração direta da MJJ Productions e MJJ Ventures, companhias de Jackson que administram sua obra. 

“Eles querem que a cinebiografia de Michael Jackson seja lançada antes do julgamento. Isso é o que eu penso. Essas empresas que facilitaram o abuso em primeiro lugar estão reescrevendo a história.”

Em contrapartida, Jennifer L. Keller, defensora das empresas, entende que não será possível cumprir o prazo solicitado. Isso porque, em suas palavras, a situação é complexa e o julgamento, por causa das “questões jurídicas extremamente difíceis”, demandaria variadas testemunhas, além de muitos dias. Ela estipula como uma provável data dezembro de 2026.

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Carpenter discorda do argumento, alegando que a natureza do cenário não é complicada, apenas antiga. Por enquanto, o juiz do Tribunal Superior do Condado de Los Angeles marcou uma nova audiência de acompanhamento para o dia 5 de junho.

Nos últimos anos, o espólio de Michael vem negando todas as acusações. Marlon Jackson, irmão do cantor, opinou para a Rolling Stone em 2019 que Wade e James estão fazendo falsas queixas com o intuito de ganhar dinheiro.

As denúncias contra Michael Jackson

Wade Robson e James Safechuck prestaram depoimentos para o documentário “Leaving Neverland” (2019). Segundo a produção, o primeiro mencionado conheceu o Rei do Pop aos 5 anos de idade, na Austrália, ao ganhar um concurso de dança. Sob a promessa de virar uma estrela, mudou-se para Los Angeles junto de parte da família, quando afirma ter ficado próximo do cantor. Relata que, entre 7 e 14 anos, teria sido molestado diversas vezes no Rancho Neverland – antiga propriedade de Jackson.

Já o segundo encontrou o artista pela primeira vez aos 9 anos de idade, enquanto filmava um comercial da Pepsi. Depois disso, Michael teria passado a escrever e a telefonar frequentemente para o menino, enviando presentes e convidando para passeios. Entre 1988 e 1992, segundo a acusação, o artista teria abusado do garoto “centenas de vezes”.

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Tanto o dançarino como o ex-ator moveram, separadamente, uma ação contra a corporação MJJ Productions, Inc, entre 2013 e 2014. Eles alegam que os funcionários da empresa atuaram como cúmplices e ajudaram a acobertar as atitudes de Michael, já que, na época dos supostos abusos, teriam permitido que o artista ficasse sozinho com as crianças e ajudado na compra de presentes para elas.

Por prescrição, os processos foram arquivados. Porém, como a lei em relação à denúncia de abusos sexuais mudou na Califórnia (com vítimas na infância podendo entrar com uma ação até os 40 anos de idade e não mais aos 26), os casos ganharam reabertura em 2019.

Em 2021, um juiz de Los Angeles acatou o argumento de que os representantes não tinham o dever de proteger as supostas vítimas ou controlar o comportamento do cantor. No entanto, o tribunal de apelação da Califórnia não concordou com a defesa. Por isso, no ano passado, a Justiça dos Estados Unidos aceitou reabrir os processos.

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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