Por que Humberto Gessinger dá “graças a Deus” pelo rock ter perdido espaço

Músico entende como positiva a não manutenção do interesse midiático no gênero musical após a década de 1980

Humberto Gessinger possui uma carreira muito ativa. Após o encerramento das atividades do Engenheiros do Hawaii em 2008, o eterno líder da banda seguiu escrevendo livros, realizando turnês e lançando discos solos – o mais recente, “Quatro Cantos de Um Mundo Redondo”, saiu em 2023.

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Na opinião do artista, o fato do rock ter perdido espaço no cenário nacional o beneficiou. Isso porque ele afirma sentir mais liberdade para fazer música da forma que deseja, sem preocupações quanto a um padrão que está em alta. 

Ele abordou o assunto durante entrevista a uma emissora afiliada da TV Globo, em 2019, resgatada pelo perfil Rock Espírito Santo. Durante a ocasião, Humberto declarou:

“No meu caso, graças a Deus que o rock perdeu espaço. Nunca me senti tão à vontade quanto me sinto hoje em dia fazendo minha música. Às vezes o rio sai um pouco do leito e eu acho que o que acontece hoje é que não tem mais um tipo de som hegemônico, são vários tipos de som. Eu acho muito mais interessante o mundo assim do que com aquelas grandes zonas, ‘esse ano é rock’, ‘esse ano é lambada’, então a gente pode chegar direto nos nossos planos.”

Humberto Gessinger e o rock atualmente

Para Humberto Gessinger, o apogeu do rock no Brasil ocorreu nos anos 1980. Após o período, o artista entende que o interesse da mídia pelo gênero musical diminuiu. Contudo, a situação, em seu ponto de vista pessoal, não é necessariamente ruim, como explicou ao portal iBahia em 2022: 

“Eu acho que o que se chama de rock no Brasil, quando as pessoas se referem, é a geração dos anos 80. Foi ali que o teve grande espaço, mas acho que é um pouco injusto porque havia rock antes. Mas comparado aos anos 80, diminuiu o interesse da grande mídia nesse som. O que para mim particularmente é muito bom, eu me sinto muito mais confortável hoje do que quando o tipo de som que eu faço era a bola da vez. Eu não me sentia muito confortável em algumas situações.”

O cantor aproveitou para revelar que, nos últimos tempos, subir ao palco e compor canções tornaram-se tarefas mais agradáveis: 

“Eu tenho os mesmos sonhos que eu tinha quando comecei. Eu acho que eu mantive grande parte da ingenuidade, continuo me vendo mais como um fã do que como um artista. Eu acho que eu amadureci, mas hoje eu escrevo menos. Sinto muito mais prazer. Eu me exercito com instrumentos muito mais. Nesses últimos anos eu tenho gostado muito dessa coisa de montar um show mesmo. Tenho escrito menos, mas acho que é uma coisa bem natural, porque são 37 anos né? E eu não quero ficar me repetindo.”

“Quatro Cantos de um Mundo Redondo”

“Quatro Cantos de um Mundo Redondo” está disponível nas plataformas digitais. O disco é o quarto lançamento solo do eterno líder do Engenheiros do Hawaii.

Lançado em setembro último, o trabalho é dividido em etapas, cada uma delas marcada por um formato musical diferente (solo, power trio, trio acústico e quarteto). O projeto também foi lançado em LP e K7. A pedido dos fãs, ganhará versão em CD futuramente.

Canja em casamento da filha

Em janeiro, Humberto Gessinger fez um show improvisado e bem curioso. O cantor deu uma canja no casamento da filha, Clara Gessinger — fruto do relacionamento com a arquiteta Adriane Sesti —, realizado em um espaço de eventos em Porto Alegre.

O grupo Beatles No Acordeon foi contratado para tocar na cerimônia. Porém, como o integrante Diego Dias contou nas redes sociais, o eterno líder do Engenheiros do Hawaii subiu ao palco de maneira inesperada.

Diz a publicação, acompanhada de um vídeo:

“Eu fui contratado para tocar Beatles No Acordeon num casamento. Aí o pai da noiva resolve subir ao palco e dar uma canja. Eis o pai da noiva…”

Além de “Infinita Highway”, mostrada no registro, Humberto também tocou “A Montanha”, “Toda Forma de Poder”, “A Revolta dos Dândis I” e “Pose”, de sua antiga banda, como também “Fevereiro 13”, faixa do mais recente disco solo, “Quatro Cantos De Um Mundo Redondo”, composta especialmente para a filha. Em todas as músicas, arrancou reações entusiasmadas de Clara, que estava unindo laços com o parceiro sueco, David Lidberg. 

Veja outros vídeos a seguir.

Uma das composições de “Quatro Cantos de Um Mundo Redondo”, “Fevereiro 13”, é dedicada para a filha do músico, Clara Gessinger. Em entrevista ao jornal O Globo, ele contou:

“Minha filha, Clara, mora na Suécia há sete anos. Fiz uma música para mandar para ela, ‘Fevereiro 13’. Achei que ficou bonita e resolvi gravar lá, quando fui de férias. Eu já ia para lá visitar a Clara, então pensei no estúdio [Atlantis], famoso por suas gravações com equipamentos vintage. Não quis levar um violão, achei que encontraria um bom lá, e me caiu nas mãos um Guild maravilhoso de 12 cordas, saí tocando e me senti o cara do Supertramp ou o Richie Havens. Gravei voz e violão ao vivo, tudo em um microfone só, como nos anos 1950. Quis dar esse colorido sentimental ao disco.”

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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