O diretor Denis Villeneuve, que dirigiu obras recentes como “Blade Runner 2049” (2017), “Duna” (2021) e sua sequência — que estreia nos cinemas nos próximos dias — afirmou que, em sua opinião, a TV corrompeu o cinema. Ele explicou o porquê da declaração.
O cineasta fez a afirmação para o jornal The Times. Em sua opinião, filmes passaram a ter cada vez mais diálogos e menos imagens de impacto — o que ele considera ser uma “herança maldita” da televisão.
Segundo Villeneuve:
“Honestamente, eu odeio diálogo. Diálogo é para o teatro e televisão. Não me lembro de filmes por conta de uma boa fala, eu me lembro de filmes por conta de uma imagem forte. Não estou interessado em diálogo como um todo. Pura imagem e som, esse é o poder do cinema, mas é algo não tão óbvio quando você assiste a um filme hoje. Os filmes foram corrompidos pela televisão.”
Em seguida, o diretor foi questionado pelo jornal se esse comportamento foi causado pela chamada era de ouro da TV e se os estúdios estavam copiando essa fórmula de sucesso. Villeneuve concordou.
“Exatamente. Em um mundo perfeito, eu faria um filme convincente que não teria a sensação de ser um experimento, mas que também não teria uma única palavra. As pessoas deixariam o cinema e diriam: ‘espera aí, não teve diálogo?’. Mas elas não sentiriam essa ausência.”
Por que “Duna” ganhou dois filmes
Na mesma entrevista, Denis Villeneuve explicou o motivo de “Duna”, baseado na obra homônima do escritor Frank Herbert, ter ganhado dois filmes que, se somados, possuem incríveis 322 minutos de duração — pouco mais de cinco horas e meia.
O diretor disse o seguinte:
“Eu confio no público. A história é muito densa. Nunca faria ‘Duna’ em um filme. É a única maneira para ter sido bem-sucedido.”
Para corroborar seu pensamento, Villeneuve afirmou que os jovens de hoje preferem filmes mais longos. Um exemplo recente de sucesso foi mencionado.
“Pensem em ‘Oppenheimer’. É um filme de três horas, voltado para adultos, sobre física nuclear que é principalmente falado. Mas o público era jovem – foi, de longe, o filme do ano pros meus filhos. É uma tendência. Os mais jovens amam ver filmes longos porque se estão pagando, querem ver algo substancial. Eles desejam conteúdo com significado.”
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