Blackberry Smoke reforça posição de principal banda southern de sua geração em “Be Right Here”

Oitavo trabalho de estúdio do grupo foi gravado em meio a luta do baterista Brit Turner contra câncer cerebral

Não é de hoje que o Blackberry Smoke pode ser considerado o principal nome do southern rock surgido no século atual. Fundado no ano 2000 em Atlanta, o grupo emplacou seus últimos 5 álbuns no Top 10 da parada country da Billboard, além de terem figurado entre os 100 da Billboard 200, principal chart dos Estados Unidos.

Mas não se trata apenas de números e resultados pragmáticos. A banda realmente oferece um trabalho muito acima da média, conseguindo ao mesmo tempo esbanjar qualidade e soar bastante acessível. Não à toa, pode ser a referência indicada para qualquer pessoa que gostaria de começar a se aventurar no segmento que pratica – mais até do que alguns artistas clássicos e óbvios.

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Porém, nem tudo tem sido fácil no caminho. Nos últimos anos, os músicos vêm acompanhando o declínio de saúde do baterista Brit Turner. Diagnosticado com um glioblastoma – tipo mais comum de câncer no cérebro –, o instrumentista segue sendo considerado um membro oficial, participando como pode das atividades.

A formação atual ainda conta com o vocalista e guitarrista Charlie Starr, o baixista Richard Turner, o guitarrista Paul Jackson e o tecladista Brandon Still. Músico de apoio dos shows também participam em estúdio, como o percussionista Preston Holcomb, o guitarrista Benji Shanks e as backing vocals The Black Bettys.

Com essa escalação, o conjunto entrega mais uma pérola de sua consolidada carreira. “Be Right Here” é o oitavo exemplar completo de material inédito. Em entrevistas prévias, os próprios confirmaram terem criado as novas músicas de forma mais metódica em comparação ao disco anterior, “You Hear Georgia” (2021). Vale ressaltar que a produção ficou novamente a cargo de Dave Cobb, com as sessões se dividindo entre Nashville, Tennessee e Savannah, Georgia.

Desde a abertura com “Dig a Hole” fica claro que a inspiração estava em alta. Tudo é feito da maneira habitual e é justamente nesse aspecto que reside a força coletiva. A sequência com “Hammer and the Nail” oferece o tempero country que dá o toque especial e todo personalizado, com a típica cara de hit. O tipo de canção que caracteriza o próprio artista ao invés de suas influências, atestando sua grandiosidade.

A coisa fica ainda melhor em “Like it Was Yesterday” e seu clima estradeiro, empolgando e emocionando ao mesmo tempo. Só essa trinca inicial já valeria o play. Mas não dá para não destacar ainda as intimistas “Azalea” e “Whatcha Know Good”, a convidativa acústica “Other Side of the Light” e a viciante “Little Bit Crazy”, sabiamente escolhida para ser disponibilizada como primeiro single.

É impossível ouvir “Be Right Here” sem pensar em toda a história de lealdade que envolve o Blackberry Smoke e Brit Turner em um momento tão delicado. Mas é preciso ressaltar que, mesmo que a situação não fosse a que se apresenta, o disco é digno de todos os elogios, assim como quase tudo que a banda fez até o momento.

Talvez eles nunca venham a alcançar o status lendário de outros roqueiros sulistas. Porém, dá para afirmar com convicção que são tão bons quanto. Quando não são melhores mesmo.

*Ouça “Be Right Here” a seguir, via Spotify, ou clique aqui para conferir em outras plataformas digitais.

*O álbum está na playlist de lançamentos do site, atualizada semanalmente com as melhores novidades do rock e metal. Siga e dê o play!

Blackberry Smoke – “Be Right Here”

  1. Dig a Hole
  2. Hammer and the Nail
  3. Like it Was Yesterday
  4. Be So Lucky
  5. Azalea
  6. Don’t Mind if I Do
  7. Whatcha Know Good
  8. Other Side of the Light
  9. Little Bit Crazy
  10. Barefoot Angel

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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