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Saxon repete fórmula que pode condenar à obsolescência em “Hell, Fire and Damnation”

Ainda que apresente qualidades inegáveis, é possível conjecturar que novo disco dos britânicos talvez não se perpetue na memória coletiva

“Quem ouviu um disco, ouviu todos”. Essa afirmação é frequentemente proferida por críticos de bandas como AC/DC, Ramones e outras cuja fórmula musical consiste nos mesmos ingredientes, muitas vezes nas mesmas proporções.

Se considerarmos os últimos vinte anos como um recorte temporal, essa máxima também se aplica ao Saxon, que tem produzido em uma escala quase industrial e, para o bem ou para o mal, em modo automático.

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É claro que esse apego à fórmula tem seu lado positivo. Ao entregar exatamente o que os fãs, especialmente os da velha guarda, esperam, a fidelidade é mantida. No entanto, a falta de elementos inovadores significa que, por melhor que seja o material, ele está condenado ao esquecimento após a euforia inicial.

Em outras palavras, é apenas uma questão de tempo — e pouco tempo — até que ninguém mais se lembre ou comente sobre o recém-lançado “Hell, Fire and Damnation”. Da mesma forma, a expectativa de vida das músicas no repertório dos shows provavelmente se limitará à próxima turnê de divulgação do álbum.

Isso não era para ser assim; afinal, o Saxon agora conta com Brian Tatler, uma lenda da New Wave of British Heavy Metal por si só, na segunda guitarra. No entanto, o input do líder do Diamond Head, se é que houve, nas composições passa despercebido.

Afinal, com ou sem ele a bordo, o grupo se encarregaria de alternar o ímpeto agressivo de faixas como “Fire and Steel” e “Super Charger” — nas quais Nigel Glockler demonstra por que é um dos melhores bateristas em atividade no metal — às cadências de “Pirates of the Airwaves” e “Witches of Salem”; esta última, com um curioso tempero blueseiro.

E se a faixa-título se perde na própria pretensão de grandiosidade, números mais diretos ao ponto, como “Madame Guillotine” (com um excelente refrão) e a saudação aos ETs “There’s Something in Roswell”, provam que mesmo os mais premiados chefs precisam ser capazes de preparar um bom feijão com arroz.

*Ouça “Hell, Fire and Damnation” a seguir, via Spotify, ou clique aqui para conferir em outras plataformas digitais.

*O álbum está na playlist de lançamentos do site, atualizada semanalmente com as melhores novidades do rock e metal. Siga e dê o play!

Saxon — “Hell, Fire and Damnation”

  1. The Prophecy
  2. Hell, Fire And Damnation
  3. Madame Guillotine
  4. Fire And Steel
  5. There’s Something In Roswell
  6. Kubla Khan And The Merchant Of Venice
  7. Pirates Of The Airwaves
  8. 1066
  9. Witches Of Salem
  10. Super Charger

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Marcelo Vieira
Marcelo Vieirahttp://www.marcelovieiramusic.com.br
Marcelo Vieira é jornalista graduado pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA), com especialização em Produção Editorial pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Há mais de dez anos atua no mercado editorial como editor de livros e tradutor freelancer. Escreve sobre música desde 2006, com passagens por veículos como Collector's Room, Metal Na Lata e Rock Brigade Magazine, para os quais realizou entrevistas com artistas nacionais e internacionais, cobriu shows e festivais, e resenhou centenas de álbuns, tanto clássicos como lançamentos, do rock e do metal.

4 COMENTÁRIOS

  1. O Saxon para mim acabou no Carpe Diem, sem Paul Quinn a banda perdeu mais uma parte importante de seu brilho. Esse novo disco me mostra uma banda já cansada e com a fórmula musical esgotada. Poderiam ter acabado sem menores prejuízos antes de lançar Hell, Fire and Damnation… Deixo o meu muito obrigado ao Biff Byford e sua turma por tudo o que fizeram pelo heavy metal. Desejo uma boa aposentadoria a eles!

  2. Um churrasco pra funcionar, precisa de boa carne, cerveja gelada e gente divertida…pra que inovar? Estragar a fórmula???
    Saxon tá de parabéns vem numa sequência muito boa de bons discos, muito melhor que o sofrível Iron Maiden esse sim tem que pendurar as chuteiras, mas é legal lacrar e dizer q tá bom kkkkk.

  3. Se lançam discos mantendo a fórmula da banda, reclamam que é mais do mesmo. Se lançam músicas diferentes do estilo que os consagrou, dizem que a banda perdeu a essência. Se não lançam discos e só fazem turnês, vão dizer que a banda deveria acabar porque não produz mais músicas novas Quem já lançou álbums clássicos que nem ‘Wheels of steel’, ‘Strong arm of the law’, ‘Denim and leather’, ‘Power and the Glory’ entre outros, pode fazer o que bem entender, pois já tem seu nome gravado pra sempre na história e na memória de quem curte Heavy Metal.

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Saxon repete fórmula que pode condenar à obsolescência em “Hell, Fire and Damnation”

Ainda que apresente qualidades inegáveis, é possível conjecturar que novo disco dos britânicos talvez não se perpetue na memória coletiva

“Quem ouviu um disco, ouviu todos”. Essa afirmação é frequentemente proferida por críticos de bandas como AC/DC, Ramones e outras cuja fórmula musical consiste nos mesmos ingredientes, muitas vezes nas mesmas proporções.

Se considerarmos os últimos vinte anos como um recorte temporal, essa máxima também se aplica ao Saxon, que tem produzido em uma escala quase industrial e, para o bem ou para o mal, em modo automático.

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É claro que esse apego à fórmula tem seu lado positivo. Ao entregar exatamente o que os fãs, especialmente os da velha guarda, esperam, a fidelidade é mantida. No entanto, a falta de elementos inovadores significa que, por melhor que seja o material, ele está condenado ao esquecimento após a euforia inicial.

Em outras palavras, é apenas uma questão de tempo — e pouco tempo — até que ninguém mais se lembre ou comente sobre o recém-lançado “Hell, Fire and Damnation”. Da mesma forma, a expectativa de vida das músicas no repertório dos shows provavelmente se limitará à próxima turnê de divulgação do álbum.

Isso não era para ser assim; afinal, o Saxon agora conta com Brian Tatler, uma lenda da New Wave of British Heavy Metal por si só, na segunda guitarra. No entanto, o input do líder do Diamond Head, se é que houve, nas composições passa despercebido.

Afinal, com ou sem ele a bordo, o grupo se encarregaria de alternar o ímpeto agressivo de faixas como “Fire and Steel” e “Super Charger” — nas quais Nigel Glockler demonstra por que é um dos melhores bateristas em atividade no metal — às cadências de “Pirates of the Airwaves” e “Witches of Salem”; esta última, com um curioso tempero blueseiro.

E se a faixa-título se perde na própria pretensão de grandiosidade, números mais diretos ao ponto, como “Madame Guillotine” (com um excelente refrão) e a saudação aos ETs “There’s Something in Roswell”, provam que mesmo os mais premiados chefs precisam ser capazes de preparar um bom feijão com arroz.

*Ouça “Hell, Fire and Damnation” a seguir, via Spotify, ou clique aqui para conferir em outras plataformas digitais.

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  2. Hell, Fire And Damnation
  3. Madame Guillotine
  4. Fire And Steel
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Marcelo Vieira é jornalista graduado pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA), com especialização em Produção Editorial pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Há mais de dez anos atua no mercado editorial como editor de livros e tradutor freelancer. Escreve sobre música desde 2006, com passagens por veículos como Collector's Room, Metal Na Lata e Rock Brigade Magazine, para os quais realizou entrevistas com artistas nacionais e internacionais, cobriu shows e festivais, e resenhou centenas de álbuns, tanto clássicos como lançamentos, do rock e do metal.

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  1. O Saxon para mim acabou no Carpe Diem, sem Paul Quinn a banda perdeu mais uma parte importante de seu brilho. Esse novo disco me mostra uma banda já cansada e com a fórmula musical esgotada. Poderiam ter acabado sem menores prejuízos antes de lançar Hell, Fire and Damnation… Deixo o meu muito obrigado ao Biff Byford e sua turma por tudo o que fizeram pelo heavy metal. Desejo uma boa aposentadoria a eles!

  2. Um churrasco pra funcionar, precisa de boa carne, cerveja gelada e gente divertida…pra que inovar? Estragar a fórmula???
    Saxon tá de parabéns vem numa sequência muito boa de bons discos, muito melhor que o sofrível Iron Maiden esse sim tem que pendurar as chuteiras, mas é legal lacrar e dizer q tá bom kkkkk.

  3. Se lançam discos mantendo a fórmula da banda, reclamam que é mais do mesmo. Se lançam músicas diferentes do estilo que os consagrou, dizem que a banda perdeu a essência. Se não lançam discos e só fazem turnês, vão dizer que a banda deveria acabar porque não produz mais músicas novas Quem já lançou álbums clássicos que nem ‘Wheels of steel’, ‘Strong arm of the law’, ‘Denim and leather’, ‘Power and the Glory’ entre outros, pode fazer o que bem entender, pois já tem seu nome gravado pra sempre na história e na memória de quem curte Heavy Metal.

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