Mike Portnoy revela por que não gosta de “S&M”, do Metallica

Apesar de achar que o trabalho apresenta falhas, baterista do Dream Theater entende a proposta por trás do disco

Em 1999, o Metallica lançou o álbum ao vivo “S&M”. Gravado durante dois shows com a participação da Orquestra Sinfônica de San Francisco, o trabalho uniu o metal com a música clássica. A proposta representou um desafio e um passo lógico para a banda na época, na opinião do baterista Lars Ulrich.

Mike Portnoy, no entanto, não comprou muito a ideia. Durante conversa com o canal The Prog Report onde justamente ranqueava os discos do Metallica (via Rock Celebrities), o baterista do Dream Theater colocou o projeto numa posição mais baixa e revelou o motivo.

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Primeiramente, declarou:

“Não sou o maior fã desse álbum, para ser honesto. Não tenho nenhum problema, obviamente, com bandas tocando com orquestras. Parece que todas as grandes bandas fizeram isso em algum momento.”

O problema, nas palavras do músico, está na condução do maestro Michael Kamen. Para ele, o acompanhamento adicional sinfônico idealizado pelo profissional acabou destoando do resto. 

“Eu não era o maior fã das orquestrações de Michael Kamen. Soavam muito desarmônicos. O Metallica não tocou as músicas do jeito que eu pessoalmente gostaria que eles tocassem. Ele estava quase criando um tipo de arranjo de cordas muito conflitante.”

Por fim, Portnoy diz compreender a ideia por trás do “S&M”. O fato de não curtir o trabalho não envolve apenas a execução do Metallica e da orquestra, mas sim, seus próprios gostos e pensamentos na época do lançamento, como pontuou. 

“Entendo por que eles fizeram isso. Bandas de rock e metal tocarem com uma orquestra é uma espécie de tradição consagrada pelo tempo. Fiz isso com o Dream Theater e o Sons of Apollo. Só acho que houve um pouquinho de falha. E também foi no período dos álbuns ‘Load’ e ‘Reload’, que eu estava meio que só dando uma olhada nas coisas. Então, talvez isso não tenha me tocado tão profundamente por causa do meu estado de espírito no final dos anos 90 / início dos anos 2000.”

A opinião de Ronnie James Dio

Quem também não aprovou o registro foi Ronnie James Dio. Em declaração publicada no livro “Heavy Metal: A História Completa”, de Ian Christe (2003), o cantor deixou sua opinião.

“Acho que a orquestra poderia ter aparecido um pouco mais. Ela acabou ficando enterrada atrás da banda. Se você vai usar uma orquestra, faça-o com vontade.”

Metallica e “S&M”

Lançado em 23 de novembro de 1999, “S&M” foi gravado durante duas apresentações com a Orquestra Sinfônica de San Francisco, conduzida por Michael Kamen. Além de músicas do catálogo da banda, contava com duas composições inéditas: “No Leaf Clover” e “-Human”.

O registro vendeu mais de 8 milhões de cópias em todo o mundo. No Brasil, ganhou disco de platina. Foi o último trabalho registrado com o baixista Jason Newsted

A versão para “The Call of Ktulu” venceu o Grammy na categoria Melhor Performance de Rock Instrumental.

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 24 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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