Não é segredo para ninguém – exceto, talvez, para o Ney Matogrosso – o quanto Alice Cooper exerceu influência sobre o Kiss em seus primórdios.
O cantor e sua banda criaram o fenômeno que ficou conhecido como shock rock, se valendo de teatralidade e levando o horror aos palcos, despertando o furor em jovens e preocupando pais mais conservadores. Nada mais óbvio que Gene Simmons e Paul Stanley, sedentos por buscar um diferencial que garantisse seus lugares nos holofotes, bebessem dessa fonte.
Em entrevista à série Audible’s Words+Music, transcrita pelo Ultimate Classic Rock, Vincent Furnier (sim, este é o nome do homem por trás da persona) destacou suas primeiras impressões sobre a banda de Nova York.
“Conhecíamos eles antes de ser o Kiss. Não foi algo que surpreendeu. Nós dissemos onde deveriam comprar a maquiagem (risos). Mas eles se baseavam no Kabuki, formato do teatro japonês, não éramos iguais”.
Alice Cooper, o pioneiro
Quanto a ser o pioneiro no formato, Alice não se faz de rogado e credita a si e seus colegas o protagonismo.
“Quando começamos a coisa toda teatral, eu esperava quebrar barreiras e dizer que bandas nesse estilo poderiam fazer discos de sucesso. Nós fizemos isso. Então veio o Kiss, David Bowie e todos que queriam podiam ser teatrais e ainda emplacar hits. Essa foi uma das poucas coisas que fizemos antes de qualquer outra pessoa”.
Kiss, Alice Cooper e “Dreamin'”
Musicalmente, a influência também se fez presente até bem tarde na carreira do Kiss. A faixa “Dreamin’”, do álbum “Psycho Circus” (1998), rendeu uma disputa judicial por sua semelhança com “I’m Eighteen”. O assunto foi resolvido fora dos tribunais em um acordo financeiro.
À época, Alice – que não se envolveu diretamente na questão – apenas se declarou surpreso por ninguém ter avisado os amigos das similaridades ainda durante as gravações.
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Talvez por ‘marketing’ , Tia Alice diga que foi ‘pioneiro’ em seu pais, os EUA, nessa parada de pintar o rosto como faz o Kiss e kabuki japonês, os Secos & Molhados.
Porém, não seria surpresa se ele tenha se inspirado mesmo no roqueiro inglês Arthur Brown, que desde a década 60s era conhecido pela pintura facial extrema (embora a pintura facial/corporal seja tradicional em muitas culturas tribais, indígenas, há séculos), um capacete em chamas em performances extravagantes e ‘teatrais’. E com um ecletismo musical misturado a sua potente e abrangente voz operistica de gritos agudos.