Como o Brasil preparou o Queen para o Live Aid, segundo Brian May

Apresentações em estádios da América do Sul e no Japão credenciaram banda a conduzir plateias enormes com maestria

O Queen fez história com seu show no Live Aid, festival beneficente realizado em 1985. A apresentação, que chegou a ser retratada no filme “Bohemian Rhapsody”, trouxe a banda completamente à vontade — e as passagens anteriores por Brasil e América do Sul como um todo ajudaram nesse sentido, de acordo com Brian May.

Em uma antiga entrevista a uma rádio, resgatada pelo canal de YouTube “Raised on Radio” e transcrita pelo Ultimate Guitar, o guitarrista refletiu sobre o preparo do grupo para lidar com grandes públicos. Na visão dele, as apresentações em estádios da América do Sul, incluindo Brasil (em 1981 e em 1985, no Rock in Rio), e no Japão credenciaram a banda a conduzir plateias enormes com maestria.

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“Esse período entre o Live Aid e os shows de 1985 em Wembley e no Knebworth, que foi o último de todos, representou o nosso auge. Foi a última turnê. Achávamos que seria a primeira entre várias turnês de estádios, mas não foram, pois foi a última que pudemos fazer com Freddie (Mercury, que já estava com Aids naqueles tempos e acabou falecendo em 1991).”

May destacou que nem ele, nem seus colegas percebiam o quão “afiados” estavam naquela época.

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“Nenhum de nós percebia, mas olhando os vídeos agora, acho que éramos uma máquina incrivelmente estruturada. Tudo estava no lugar certo. Pessoalmente, nossas vidas estavam uma bagunça, mas no palco estávamos entrosados e fazíamos de tudo, até improvisávamos.”

Queen, Live Aid e América do Sul

O entrevistador citou que ficou impressionado com o show do Queen no Live Aid. Brian May, por sua vez, revelou que o grande segredo para a banda ter se saído tão bem naquela performance foram as experiências anteriores na América do Sul e no Japão.

“As coisas eram diferentes naquela época. O Live Aid foi ao vivo de verdade, a maioria nem trazia seu próprio equipamento: caixas de som, luzes, tudo era compartilhado. Todos deixaram os egos de lado. E muitas coisas deram errado na parte técnica. Paul McCartney sofreu, não dava para ouvi-lo. Por sorte, tínhamos uma boa equipe técnica e demos nosso melhor. E estávamos prontos, pois tocamos em estádios na América do Sul e no Japão. Nós sabíamos como fazer aquilo.”

O músico brincou que as passagens por outros países fora do eixo América do Norte-Europa, algo pouco comum entre grandes bandas de rock até então, foi uma “vantagem injusta”. O guitarrista completou:

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“Mas também obedecemos às regras: tocar os hits. Era como uma jukebox global. Juntamos o máximo de hits em 20 minutos e funcionou.”

Por fim, May refletiu que os grandes festivais atuais nos moldes do Live Aid não seguem a mesma dinâmica.

“Esses shows de Olimpíadas e coisas do tipo não são mais ao vivo de verdade. Todos têm medo de se apresentar ao vivo. Tudo tem que funcionar perfeitamente, então, eles apelam para um computador rodando playback. Não é uma performance de verdade. Eu não faço isso. Se você me vê tocando em uma cerimônia, é totalmente ao vivo.”

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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