Por que o Grand Funk Railroad acabou em 1976 — e por que Mark Farner saiu em 1998

Segundo o vocalista e guitarrista, baterista Don Brewer teve papel decisivo em ambas as ocasiões

No ponto mais alto de sua escalada, o Grand Funk Railroad recebeu da revista Rolling Stone a alcunha de “maior grupo americano da história do rock”. Faz sentido: em 1971, Mark Farner (guitarra e vocais), Mel Schacher (baixo) e Don Brewer (bateria) esgotaram o Shea Stadium em 72 horas, mais rápido que os Beatles. Quanto aos discos, estima-se mais de 40 milhões de cópias vendidas em todo o mundo até o presente momento.

Mesmo assim, o trio se separaria em 1976.

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O assunto foi abordado junto a Farner, que em recente entrevista à Guitar World contou como se deu a separação:

“Foi quando Don Brewer chegou num ensaio um dia em 1976 e disse: ‘Preciso encontrar algo estável para fazer da minha vida. Estou fora’. Ele chegou mais de uma hora atrasado, o que foi estranho porque nunca se atrasava. Estávamos esperando lá, e então ele apareceu na sala de controle e disse: ‘Acabou’. Então, comecei a dar uns telefonemas porque sabia que precisava continuar, o que me levou a formar minha banda solo.”

Passados vinte anos, Schacher propôs a Farner um recomeço — o qual o próprio aceitou mediante uma condição:

“Mel veio até mim e disse: ‘Cara, precisamos reunir a banda’, e eu disse: ‘Beleza; se você conseguir trazer o Don, eu topo’. Senti que os fãs queriam ver o Grand Funk original; nenhum outro grupo de caras é capaz de reproduzir aqueles sons. As pessoas podem até tentar, mas não passa de imitação. Dizem que essa é a forma mais sincera de elogio, mas não é legítimo.”

Novo rompimento

Para a consternação dos supracitados fãs, a reunião durou pouco. Em 1998, Farner pediria as contas em definitivo. Segundo ele, a gota d’água veio quando Brewer lhe propôs a assinatura de um documento suspeito:

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“Don veio ao meu quarto uma noite após um show e disse: ‘Ei, Mark, precisamos assinar a propriedade individual da marca registrada do Grand Funk Railroad para a empresa’, e acrescentou: ‘Vamos manter tudo sob um mesmo teto’. Veja bem, eu sequer terminei o ensino médio, e Don tinha feito faculdade de Direito, então pensei: ‘Ok, ele está querendo proteger a banda’. Sinceramente, achei que o Don estava buscando zelar por nossos melhores interesses.”

Nas palavras de Mark, Don o fez de trouxa:

“Então, eu disse: ‘Sim, ok, assino’. Don disse: ‘Certo, vou para o meu quarto pegar os papéis’. E enquanto ele saía, eu pensei: ‘Que estranho… por que diabos ele não trouxe os papéis com ele?’, mas não me dei conta na época. Daí, tivemos uma festa depois do show e tomamos algumas bebidas; eu estava no brilho quando assinei na linha pontilhada e abri mão de tudo o que me cabia do negócio.”

Mark Farner e a separação do Grand Funk Railroad

Mark Farner nasceu em 29 de setembro de 1948 em Flint, Michigan, Estados Unidos. Iniciou sua carreira musical nos anos 1960, quando fundou o Grand Funk Railroad juntamente com o baixista Mel Schacher e o baterista Don Brewer. A banda rapidamente ganhou reconhecimento por seu som que misturava blues e hard rock.

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Durante sua carreira com o Grand Funk Railroad, a banda lançou vários álbuns de sucesso, incluindo “On Time” (1969), “Grand Funk” — também conhecido como “The Red Album” — (1969), “Closer to Home” (1970) e “We’re an American Band” (1973). Algumas das músicas mais famosas da banda incluem “We’re an American Band”, “Some Kind of Wonderful” e “Bad Time”.

Farner deixou o Grand Funk Railroad em 1998 devido a diferenças criativas e desentendimentos com outros membros da banda, que continuou a tocar e lançar músicas com outros músicos ocupando seu lugar.

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Marcelo Vieira
Marcelo Vieirahttp://www.marcelovieiramusic.com.br
Marcelo Vieira é jornalista graduado pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA), com especialização em Produção Editorial pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Há mais de dez anos atua no mercado editorial como editor de livros e tradutor freelancer. Escreve sobre música desde 2006, com passagens por veículos como Collector's Room, Metal Na Lata e Rock Brigade Magazine, para os quais realizou entrevistas com artistas nacionais e internacionais, cobriu shows e festivais, e resenhou centenas de álbuns, tanto clássicos como lançamentos, do rock e do metal.

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