Nas últimas semanas Porto Alegre tem enfrentado uma crise climática com direito a uma inundação com intensidade que não acontecia desde o ano de 1941. Nos quatro shows que cobrimos para o site na capital gaúcha em novembro – além deste o de Roger Waters, Glenn Hughes e Red Hot Chili Peppers – o calor inclemente e a chuvarada se revezaram, dificultando a vida do público.
Foi com este cenário que o Blind Guardian aportou na cidade na última quinta-feira (23). O show no Bar Opinião contou com casa lotada e um público quase que literalmente devoto.
O quarteto, junto de seus músicos de apoio, colaborou com uma performance soberba, sem grandes destaques individuais, porém, muito conciso no coletivo. Nove álbuns foram lembrados no setlist, que contou com algumas alterações em comparação às outras datas da turnê nacional.
“Ashes to Ashes”, que ainda não havia sido tocada em 2023, foi a primeira. Mais uma diferença foi a aparição de “Time Stands Still (At the Iron Hill)” na parte inicial, ao invés do encore.
Por outro lado, “Welcome to Dying” e “The Script For My Requiem”, presentes no concerto anterior, ficaram de fora. E nem adiantou o público gritar por “Into the Storm”, ela ainda não compareceu nenhuma vez.
De qualquer modo, a participação dos fãs como coral de apoio não foi abalada. Já era esperado que “The Bard’s Song – In the Forest” fosse a avalanche emocional que se confirmou. Porém, outras como “Imaginations From the Other Side”, “Majesty” e “Lord of the Rings” também contaram com apoio diferenciado da plateia, assim como a dobradinha final “Valhalla” e “Mirror Mirror”.
O vocalista Hansi Kürsch se mostrou mais uma vez um simpático mestre de cerimônias, com direito a interagir com um fã que passou a apresentação inteira como se estivesse antecipando o que ele diria. Também brincou com os colegas no palco, além de conduzir os fanáticos a cada verso. Os guitarristas André Olbrich e Marcus Siepen correspondiam com sorrisos e gestos de retribuição.
Talvez seja difícil para alguém que não possui um maior conhecimento da obra entender a sincronia entre a banda e seus adeptos, que mergulham nas histórias e fazem do show quase um espetáculo teatral e interativo. Mas o resultado se mostra empolgante, tanto de assistir quanto participar. E só melhora quando lembramos que o grupo ainda consegue oferecer material relevante, vide o ótimo “The God Machine”, disco lançado ano passado.
No atual giro por terras brazucas, o Blind Guardian ainda passa por São Paulo (25 e 26, Terra SP), Brasília (28, Toinha Brasil Show) e Manaus (30, Porão do Alemão). Quem puder não pode deixar de conferir.
Blind Guardian – ao vivo em Porto Alegre
- Local: Opinião
- Data: 23 de novembro de 2023
- Turnê: The God Machine Tour
Repertório:
- Imaginations From the Other Side
- Blood of the Elves
- Nightfall
- Ashes to Ashes
- Violent Shadows
- Skalds and Shadows
- Time Stands Still (At the Iron Hill)
- Secrets of the American Gods
- The Bard’s Song – In the Forest
- Majesty
- Traveler in Time
Bis:
- Sacred Worlds
- Lord of the Rings
- Born in a Mourning Hall
- Valhalla
- Mirror Mirror
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