Vinny Appice desfila clássicos de Black Sabbath e Dio em Goiânia

24 de outubro de 2023

Vinny Appice 2023 Goiania RP 03 — Foto: Rodrigo Piruka

Show em plena segunda-feira (23), com início previsto para 23h e na véspera de mais uma aguardada apresentação de Roger Waters na vizinha Brasília. Mesmo sendo feriado em Goiânia nesta terça (24) pelos 90 anos da cidade, diversos fatores poderiam afugentar o público disposto a ver Vinny Appice no Bolshoi Pub.

Felizmente, porém, os prognósticos mais pessimistas não se confirmaram. O baterista levou uma boa quantidade de fãs para vê-lo desfilar clássicos de Black Sabbath e Dio no que foi a abertura de sua nova turnê pelo Brasil, que terá mais quatro datas – Sorocaba (25/10), São Paulo (26/10), Santo André (27/10) e Curitiba (29/10).

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Acompanhado pelos brasileiros Nando Fernandes (vocal), Edu Ardanuy (guitarra) e Fernando Giovannetti (baixo), Vinny priorizou, naturalmente, o repertório dos anos em que tocou com Ronnie James Dio, seja na banda que levava o nome do vocalista ou no Sabbath. Em especial, os álbuns “Holy Diver” (1983), que está completando 40 anos, “Last in Line” (1984), “Heaven and Hell” (1980) e “Mob Rules” (1981).

Com capacidade para cerca de 550 pessoas, o Bolshoi foi sendo tomado pelos fãs a partir das 20h. Pouco depois das 23h, Vinny e a banda subiram ao palco executando apenas a introdução da música “Heaven and Hell”, que seria retomada e concluída posteriormente, na reta final da apresentação.

Além da expectatia por ver a mão pesada de Vinny em ação, havia também a curiosidade de muitos presentes pela performance de Nando Fernandes interpretando Dio. A julgar pela resposta do público nas canções, ela foi aprovada. Em vários momentos, porém, o vocalista precisava recorrer às letras em um tablet posicionado na frente do palco, o que o deixava um pouco engessado. Quando se deixava soltar e interagir mais com a galera, o resultado era ainda melhor.

Vinny Appice em Goiânia! Acompanhado de Nando Fernandes (voz), Edu Ardanuy (guitarra) e Fernando Giovannetti (baixo).

Vídeo do colaborador Guilherme Gonçalves em cobertura para o site. pic.twitter.com/0llpSBqgfA
— Igor Miranda (@igormirandasite) October 24, 2023

Edu Ardanuy, por sua vez, executou com maestria os riffs e solos de Tony Iommi e Vivian Campbell. O longo tempo de estrada do guitarrista permitiu que ele se mostrasse totalmente à vontade, mas mantendo o rigor e a fidelidade do material original.

Ao anunciar “Children of the Sea”, Nando Fernandes relembrou que essa foi a primeira música composta por Dio com o Black Sabbath e passou o microfone a Vinny Appice, que emendou citando o irmão, Carmine Appice:

“Estão gostando? Eu também. Nunca havia tocado aqui (no Bolshoi), mas meu irmão já. Fico feliz de estar aqui agora. Vamos curtir!”

A épica “Sign of the Southern Cross” foi um dos números mais festejados. Em seguida, “Computer God” representou sozinha o álbum “Dehumanizer” (1992), pouquíssimo contemplado no show, mas o qual Vinny definiu como sendo “um dos discos com o melhor som de bateria da história do Black Sabbath”.

Da fase com Ozzy Osbourne no Sabbath, “War Pigs” foi a única a dar as caras no setlist. Nando Fernandes mostrou versatilidade ao transitar com desenvoltura também por esse clássico com o vocalista original da banda e pediu para o público “emocionar” Vinny Appice ao entoar o coro na parte final da canção.

“Neon Knights” e “Heaven and Hell”, essa última agora na íntegra, deixaram muitos fãs emocionados e abriram caminho para a trinca final, toda proveniente de “Holy Diver”: a acessível “Caught in the Middle”, o hit “We Rock” e o encerramento apoteótico com “Rainbow in the Dark”, maravilhosa mesmo com ausência do teclado.

Já perto da 1h da madrugada e beirando quase duas horas de show, Vinny Appice se despediu deixando a certeza de que pode não ter sido o baterista mais criativo e inovador do Black Sabbath, ou do heavy metal em geral, mas certamente foi e ainda é, aos 66 anos, um dos mais pesados e consistentes.

*Fotos de Rodrigo Piruka. Mais imagens ao fim da página.