O detalhe que fez Kiko Loureiro impressionar Dave Mustaine e entrar para o Megadeth

Guitarrista brasileiro ficou um dia inteiro conversando e passeando com o futuro chefe, o surpreendendo com atitude específica

Ao ouvir Kiko Loureiro tocar pela primeira vez, Dave Mustaine ficou, em suas próprias palavras, encantado. O vocalista e guitarrista do Megadeth — que tem o costume de exaltar todas as formações da banda — descreveu o guitarrista brasileiro como o melhor com quem já trabalhou. 

Mas um detalhe específico, que não envolveu necessariamente uma guitarra, ajudou o ex-integrante do Angra a impressionar o chefe e a entrar no grupo. A história foi abordada durante entrevista de Kiko ao programa “Conversa com Bial”, transcrita pelo site.

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Como explicou o guitarrista logo no início, a audição para o Megadeth não seguiu os padrões “tradicionais”. Depois de ser chamado para uma conversa em certa ocasião, o brasileiro esperava encontrar outros concorrentes e, então, passar por testes, mas as coisas acabaram diferentes do imaginado.   

“Dave assistiu a alguns vídeos meus na internet, enviei alguns vídeos tocando quatro músicas do Megadeth e fui conversar com ele, passei o dia inteiro com ele. Achei que seria um teste daqueles de fazer uma fila de guitarristas e testar, mas na realidade ficamos só eu e ele passeando por Nashville, por Franklin, que é uma região mais histórica do Tennessee, onde foi a última batalha da Guerra da Secessão. Ficamos passeando ali, ele ficou contando um pouco da história americana, tomamos café, almoçamos, jantamos. E ele foi me conhecendo como pessoa.”

Há uma justificativa para tal postura de Mustaine. Segundo Kiko, para uma banda dar certo, não basta apenas que os integrantes apresentem bom desempenho em suas funções. É essencial que, além disso, tenham uma relação amigável fora dos palcos, já que passarão muito tempo juntos. 

“A gente que está na estrada e tem isso como estilo de vida sabe que o ‘tocar’ é necessário — e vamos encontrar um monte de gente que sabe tocar —, mas a pessoa com quem você vai conviver… você vai acordar, tomar café da manhã e almoçar com a pessoa, depois vai subir no palco junto, aí acaba o show e você vai continuar junto, tomando café da manhã junto no outro dia de novo. Vocês vão viajar juntos. Tem aqueles momentos onde você está super cansado de voo, vans, ou o que seja, e você está com a pessoa do lado. Então, precisa ser uma companhia agradável.”

O que cravou entrada para o Megadeth

Sendo assim, o ótimo momento compartilhado com o vocalista o rendeu muitos pontos positivos e abriu portas no Megadeth. Na opinião de Kiko, duas atitudes daquele dia atuaram como diferenciais: a bagagem musical adquirida pelas turnês com o Angra e expressada nas conversas e, principalmente, o fato de ter tocado violão de maneira despretensiosa na casa de Mustaine. 

“Foram 20 anos com o Angra e viajando pelo mundo todo, dando palestras sobre guitarra, o que também me fez conhecer vários países incríveis. Isso me deu muita bagagem. Outra coisa que eu soube por ele ter comentado é que, em algum momento desse dia que passei com ele, fomos na casa dele para resolver algumas coisas dele, e eu fiquei tocando violão. Adoro violão brasileiro, então fiquei tocando ali o violão de nylon enquanto o esperava. Ele estava no telefone e ficou me ouvindo. Ele disse que isso foi algo decisivo para ele.”

Kiko Loureiro e Megadeth

Kiko Loureiro faz parte do Megadeth desde 2015, quando entrou no lugar de Chris Broderick, atual membro do In Flames. Até o momento ele gravou dois álbuns de estúdio: “Dystopia” (2016) e “The Sick, the Dying… and the Dead!” (2022). Ambos alcançaram o 3º lugar na Billboard 200, principal parada dos Estados Unidos.

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Sobre o guitarrista

Nascido no Rio de Janeiro, Pedro Henrique Loureiro começou a carreira profissional tocando na banda de apoio do grupo Dominó. Também passou por A Chave, Blesqui Zátsaz e Supla.

A notoriedade veio quando se juntou ao Angra. Permaneceu como membro de palco até 2015, embora ainda atue na parte de negócios e tenha feito participações especiais nos álbuns “Ømni” (2018) e “Cycles of Pain”, com lançamento previsto para o próximo dia 3 de novembro. 

Ainda possui cinco álbuns solo de estúdio. O mais recente, “Open Source”, saiu em 2020. Também gravou com nomes como Tarja Turunen, Derek Sherinian e Soulspell, entre vários outros.

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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