Surgido em 1994, o Garbage segue na ativa. Ao longo dos anos, a banda lançou sete álbuns de estúdio, sendo “No Gods No Masters” (2021) o mais recente, e continuou cantando os materiais em shows e festivais, de maneira um tanto quanto diferente do passado.
Isso porque, de acordo com a vocalista Shirley Manson, “a indústria não é gentil com veteranos”. No ínicio da carreira, o grupo conseguia posições altas nos lineups de eventos; agora, lida com menos destaque nas ocasiões — vide o próprio The Town, no Brasil, onde será a segunda atração do palco principal no dia 9 de setembro.
O Yeah Yeah Yeahs, por exemplo, performará depois da banda em tal data. Substituindo o Queens of The Stone Age (também mais novos, apesar da experiência anterior de Josh Homme com o Queens of the Stone Age), os integrantes do grupo formado nos anos 2000 estão na casa dos quarenta anos. Em contrapartida, boa parte do Garbage já passou dos 60 (o guitarrista Duke Erikson tem 72).
Para a frontwoman, isso não é necessariamente um problema. Pelo Instagram, ela refletiu sobre “a ordem natural” da música, usando de gancho a programação do Reading Festival de 1998.
“25 anos atrás. Passei o dia inteiro me sentindo morrendo de vergonha por estarmos sendo a atração principal, acima do New Order. Foi no mesmo verão que alcançamos posições mais altas nos festivais, acima de Bob Dylan, Nick Cave e Patti Smith. Cada vez que acontecia, queríamos rastejar de vergonha aos pés dos nossos heróis.
Mas éramos jovens e inexperientes. Ainda não tínhamos aprendido que a indústria da música não trata os seus veteranos de forma gentil.
No devido tempo, desfrutando do grande privilégio de poder permanecer por aqui, nos encontramos em posições semelhantes nos lineups dos festivais, conforme resistido por nossos heróis antes de nós. Viemos a aprender que é a ordem natural das coisas. As posições de lineup têm pouca influência em qualquer coisa além do simples movimento da vida.”
Por fim, Manson agradeceu a oportunidade de ainda ser ouvida e de poder tocar ao vivo, mesmo que em outras condições.
“Estamos gratos por ainda estarmos aqui. Tocar, surfar e voar no tempo enquanto somos curados pelas pessoas. Agradecemos a vocês por nos permitirem um assento à mesa por mais de 25 anos. Estaremos para sempre em dívida com vocês.”
Kathleen Hanna concorda
Kathleen Hanna, conhecida por ter sido vocalista da banda Bikini Kill — pioneira do movimento Riot Grrrl nos anos 1990 —, partilha da mesma opinião de Shirley Manson. Na seção de comentários da postagem, concordou com o texto.
“Não poderia ter dito melhor! Obrigada por isso.”
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